terça-feira, 3 de junho de 2008

TRABALHADORES PARALISAM COTENOR PRA GARANTIR BENEFÍCIOS


Os trabalhadores da COTENOR, a maior das quatro unidades do Grupo Têxtil COTEMINAS em Montes Claros, do setor de fiação (um dos mais importantes da empresa) paralisou espontaneamente as suas atividades na última sexta-feira (30) às 13h.

Cerca de 250 funcionários estão sem trabalhar em decorrência do anúncio feito pela empresa de maneira unilateral na quinta-feira (29), de que vários benefícios seriam cortados dos trabalhadores como, por exemplo, as duas cestas básicas que eles recebiam duas vezes por mês, o beneficio do prêmio de produtividade, os valores de participação nos lucros da empresa e também foi cortado o valor de 40 reais do “ValeCard”. Juntas as duas cestas básicas somam o valor de 70 reais em média.

Os trabalhadores também ressaltaram que o valor da comida do jantar que era de R$0,26 aumentou para R$0,96, o dobro do valor que os trabalhadores gastariam por dia para se alimentarem. Por mês gastariam 28 reais em média. Somente com essas perdas de benefícios, o trabalhador perde de seu salário cerca de 140 reais.

Como compensação, a empresa anunciou um abono de 60 reais, que reduziria a perda do salário para 80 reais, o que segundo os trabalhadores é inaceitável.

Como o sindicato da categoria é dirigido pela própria empresa, os cortes foram permitidos pelo mesmo, motivando os próprios trabalhadores de maneira espontânea a paralisar o setor de fiação, o que gerou a paralisação parcial de alguns outros setores como o de tecelagem.

Na noite de sexta-feira (30) foi agendada uma reunião da diretoria da empresa com os grevistas para as 16:00 de ontem (2/6), na qual os trabalhadores esperam poder negociar a manutenção dos benefícios que foram cortados. Caso a empresa não concorde em garantir o retorno dos benefícios retirados, a paralisação dos trabalhos se estenderá para toda a fabrica. São mais de 1.800 trabalhadores que paralisarão os trabalhos caso não seja atendidas as reivindicações.

Segundo o tecelão Lourival Soares Ribeiro (Loro), líder sindical da oposição (CHAPA 2), foi realizada uma assembléia com a participação de 700 trabalhadores, quando foi constituída uma comissão que participou da reunião com a direção da empresa. “Houve ameaças por parte da direção da empresa caso os trabalhadores não voltem as suas funções”, afirmou Loro.

Na manhã de ontem, um forte esquema de segurança foi montado na portaria da empresa. Os trabalhadores que aderiram à paralisação tiveram seus cartões de acesso travados e não puderam adentrar na COTENOR. Segundo a direção da empresa, eles deveriam aguardar do lado de fora até que a reunião ocorresse.

O vereador Lipa Xavier (PCdoB) esteve presente desde sexta-feira na porta da empresa junto com os trabalhadores prestando o seu apoio na luta pelo direito dos seus benefícios e se manifestou totalmente a favor da paralisação dos trabalhadores.

Até o fechamento desta matéria a reunião entre a comissão dos trabalhadores e a direção da Coteminas não havia sido encerrada.

Fonte: Os sonhos não envelhecem


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