terça-feira, 29 de setembro de 2009

A CAIXA, OS CÃES DE GUARDA E OS TBs



Elvira Madeira*


Já faz um tempo que as posturas adotadas pela direção da Caixa Econômica Federal não são mais surpresa, nem para os antigos empregados, que viveram os duros anos de FHC e os fins da ditadura, nem para novos bancários recém-chegados na peleja do dia a dia, mais confesso que de uns tempos pra cá até os mais experimentados, até os mais repletos da credibilidade cega pela empresa têm se surpreendido com as últimas de nossos colegas diretores.
 
Desde a campanha salarial passada, esperamos ansiosos um plano de funções que resolva, ou amenize, nossos problemas cotidianos, problemas diários de quem sustenta, com salário rebaixado, família, estudos e afins. E de quem se pendura no cheque especial e no cartão de crédito, esperando o dia da santa PLR pra livrar o sufoco do ano corrente, para poder brindar o ano novo e se preparar para um novo sufoco. Problemas do cotidiano de quem se indigna com CTVAs, com jornadas de oito horas, com uma vida sacrificada e com pouco reconhecimento para muita responsabilidade. Mas estes problemas, todos do cotidiano, continuam engavetados, enquanto esperamos um plano de funções que resolva nosso dia a dia e que não seja como mais uma dádiva PLReana a nos sanar o problema dos meses seguintes.
Enquanto esperamos, ansiosos, uma negociação que nunca vem, assistimos de camarote as mudanças nos normativos RH060 e RH040, que tratam das estruturas de acesso aos cargos comissionados e o formato dos famigerados PSIs. Agora, somos chamados a participar de provas constantes, com conteúdos muito maiores do que de muitos concursos com salários de R$6mil. São provas, seleções, cursos e afins, para que se ganhe, caso aprovado em tudo isso, o incrível direito de participar de um processo de seleção interna onde serão avaliados sua graduação (Ops! O concurso da Caixa não era de nível médio?), a sua pós-graduação (Ops! E o TB? Como paga uma pós?), seus milhões de cursos da Universidade Caixa (em que tempo mesmo pode-se fazer?) e o seu tempo de função (Função? Que função?). Isso mesmo, o seu tempo de função conta como pontuação para o ingresso em um processo de seleção de uma função inicial da Caixa.
 

E nas unidades da Caixa os empregados cochicham que o BANCOP para Analista Junior, um dos cargos iniciais da carreira, mais parece prova para ser astronauta. (mas o que é isso companheiros? Só caía administração, português, raciocínio lógico, estatística aplicada, informática, linguagem de programação, direito administrativo, o código de ética da Caixa e mais 35 normativos integralmente listados em uma relação. E a Caixa ainda deu vinte dias para estudar.), e mesmo assim para aqueles poucos que passaram, ganharam o incrível direito de concorrer em um processo de seleção, sem nenhum beneficio por isso.


Mas o mais engraçado vem agora. Para esses mesmos empregados, em sua maioria TBs, julgados incapazes de serem aprovados em uma “simples” prova e seus “justos processos seletivos”, para esses incapazes empregados “despreparados”, a Caixa coloca agora uma média de 50 a 100 seguranças contratados, em cada Edifício-Sede, para intimidar e impedir, em uma atitude ditatorial e truculenta, o piquete desgostoso dos revoltosos com essa simplória situação. Dentre tantas outras que não me cabe enumerar. Se somos tão incapazes, por que tantos cães de guarda, por vezes armados? Qual o temor que sente a direção da Caixa de seus TBs, julgados por eles mesmos, despreparados, incapazes?
 

A resposta, só o movimento, a luta e a união nos dirão. Enquanto isso, nos piquetes, uma leva de empregados segue cantando:


 ”Vem pra caixa você também... Vem!"


Elvira Madeira é Secretária de Ação Sindical do Sindicato dos Bancários do Ceará

Fonte: Bancários Classistas 
 

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segunda-feira, 28 de setembro de 2009

A GREVE DOS BANCÁRIOS E A TRUCULÊNCIA DE QUEM SE TORNOU PATRÃO



J. Tramontini*

Mais um ano, mais uma campanha salarial, mais uma greve. Essa tem sido a rotina dos bancários, que têm data base em setembro.

Mesmo com toda a lucratividade das instituições financeiras, os banqueiros, inclusive o governo federal, insistem em reduzir direitos e arrochar o salário dos bancários. Em 2009, em que pese a rebaixada pauta de reivindicações, os bancos mantiveram sua costumeira intransigência.

No entanto, há algumas novidades. As assembleias que deflagraram a greve, realizadas na quarta-feira, 23 de setembro, contaram com uma presença muito maior de trabalhadores, o que é um sinal novo bastante positivo.

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quinta-feira, 17 de setembro de 2009

MAIS UM CAPÍTULO DA NOVELA DA ISONOMIA


*J. Tramontini



Continua a novela da isonomia entre novos e antigos bancários dos bancos federais.



No último dia 14, o novo relator (o terceiro), Eudes Xavier (PT/CE), do Projeto de Lei 6259/2005, que assegura a isonomia entre novos e antigos bancários dos bancos federais, apresentou seu parecer (também o terceiro) à Comissão do Trabalho (CTASP) da Câmara dos Deputados.



Mais uma vez (a terceira) o PL6259/2005, de autoria dos deputados Daniel Almeida (PCdoB/BA) e Inácio Arruda (PCdoB/CE – hoje senador), tem parecer favorável, no entanto, não se sabe quando ele será votado na comissão.

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segunda-feira, 14 de setembro de 2009

CONFERÊNCIA MARCA RENOVAÇÃO DO PCDOB DE CURITIBA


O PCdoB de Curitiba realizou no último sábado, 12 de setembro, sua Conferência, etapa municipal do 12º Congresso do Partido. O evento, realizado no Clube Terra Pampeana, no Bairro Pinheirinho foi marcado pela grande renovação da militância partidária, com a filiação de grande contingente de trabalhadores da região sul da cidade.

Além de debater o temário do 12º Congresso do Partido, a Conferência elegeu o Comitê Municipal para o biênio 2009 – 2011, e escolheu os militantes que representarão Curitiba como delegados à Conferência Estadual do PCdoB no começo de outubro. O histórico militante José Ferreira Lopes, mais conhecido como Dr. Zequinha, conduziu todo o processo de construção e dos debates da conferência. Ele deverá ser anunciado como presidente do Comitê Municipal na sua primeira reunião.

Estiveram presentes saudando a Conferência Municipal do PCdoB, o vice-governador do Estado, Orlando Pessuti (PMDB); a vereadora do PT, Professora Josete representando a direção de seu partido;  o Vereador do PDT, Jorge Bernardi; o dirigente do recém fundado PPL (Partido da Pátria Livre) Mario Bacellar; o presidente estadual da CTB, José Agnaldo Pereira; o presidente estadual da UJS, Arilton Freres; o presidente estadual do PCdoB,Milton Alves entre outras lideranças partidárias.

Representando a direção nacional do Partido, esteve presente do Secretário Sindical, João Batista Lemos.

A Conferência foi aberta pelo Presidente Municipal do Partido, Ricardo Gomyde, que afirmou estar feliz pela grandeza do evento e pelo amplo debate realizado pela militância. Fez um breve relato da atuação do Partido nesses dois anos, enfatizando o lançamento de candidatura própria para prefeitura, com seu nome e de Mario Ferrari na vice, além da chapa própria de vereadores. “Essa ousadia representou um acúmulo de força para o Partido, que hoje é mais conhecido e respeitado na cidade”, completou.


Após a abertura, os trabalhos foram conduzidos pelo Dr. Zequinha. João Batista Lemos e Milton Alves dividiram o debate sobre o projeto socialista e a conjuntura. Dezenas de militantes se inscreveram, apresentaram propostas e opinaram sobre o temário do Congresso. Ao final, os militantes presentes fizeram uma confraternização no local.

Para Milton Alves, presidente estadual do PCdoB, essa conferência de Curitiba foi um marco, pois integra de vez os operários na direção Partidária. “Esse é um fator essencial para o crescimento e fortalecimento do Partido aqui na Capital”, completou.



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sexta-feira, 11 de setembro de 2009

O NOSSO 11 DE SETEMBRO. ALLENDE, PRESENTE!


Discurso de despedida de Salvador Allende, gravado no Palácio La Moneda, em Santiago do Chile, e transmitido pela Rádio Magallanes na manhã de 11 de setembro de 1973.

...Continuem vocês sabendo, que muito mais cedo do que tarde, novamente abrir-se-ão as grandes alamedas por onde passará o homem livre, para construir uma sociedade melhor.

Viva o Chile! Viva o povo! Vivam os trabalhadores!


Compatriotas!

Seguramente esta é a última oportunidade em que possa me dirigir a vocês. A Força Aérea bombardeou as torres da Rádio Portales e da Rádio Corporação.

Minhas palavras não têm amargura, mas decepção, e serão elas o castigo moral para os que atraiçoaram o juramento que fizeram os soldados do Chile, comandantes em chefe titulares, o almirante Merino que se autodesignou, também o senhor Mendoza, general rasteiro... que somente ontem manifestara sua fidelidade e lealdade ao governo, também se nomeou diretor geral dos Carabineiros.

Diante destes fatos, somente me cabe disser aos trabalhadores: Eu não vou renunciar! Colocado num trânsito histórico, pagarei com minha vida a lealdade do povo. E lhes digo que tenho a certeza de que a semente que entregamos à consciência digna de milhares e milhares de chilenos, não poderá ser segada definitivamente.

Eles têm a força, poderão nos avassalar, mas não se deterão os processos sociais nem com o crime... nem com a força. A história é nossa e a fazem os povos. Trabalhadores da minha pátria: Quero lhes agradecer a lealdade que sempre tiveram, a confiança que depositaram num homem que somente foi interprete de grandes anseios de justiça, que empenhou sua palavra para respeitar a Constituição e a lei e assim o fez.

Neste momento definitivo, o último em que eu possa me dirigir a vocês, quero que aproveitem a lição. O capital estrangeiro, o imperialismo, unido à reação, criaram o clima para que as Forças Armadas rompessem sua tradição, a que lhes ensinou Schneider e que o comandante Araya reafirmou, vitimas do mesmo setor social que hoje estará nas suas casas, esperando com mão alheia reconquistar o poder para continuar defendendo seus benefícios e privilégios.

Dirijo-me sobre tudo, à modesta mulher da nossa terra, à camponesa que acreditou em nós; à operária que trabalhou mais, à mãe que soube da nossa preocupação pelas crianças.

Dirijo-me aos profissionais da pátria, aos profissionais patriotas, aos que há alguns dias estiveram trabalhando contra a sedição auspiciada pelos Colégios profissionais, colégios de classe para defender também as vantagens que uma sociedade capitalista dá a uns poucos.

Dirijo-me à juventude, àqueles que cantaram, entregaram sua alegria e o seu espírito de luta.

Dirijo-me ao homem do Chile, ao operário, ao camponês, ao intelectual, àqueles que serão perseguidos... porque em nosso país o fascismo já esteve, há muitas horas, presente nos atentados terroristas, estourando pontes, cortando estradas de ferro, destruindo os oleodutos e gasodutos, diante do silêncio dos que tinham a obrigação de proceder: estavam comprometidos.

A história os julgará. Certamente a Rádio Magallanes será silenciada e o metal tranquilo da minha voz não chegará até vocês. Não importa, continuarão ouvindo. Sempre estarei junto de vocês. Pelos menos, minha memória será a de um homem digno que foi leal à lealdade dos trabalhadores.

O povo deve se defender, mas não se sacrificar. O povo não deve se deixar arrasar nem crivar, mas tampouco pode se humilhar. Trabalhadores da minha pátria: Tenho fé no Chile e seu destino. Superarão outros homens este momento gris e amargo, onde a traição pretende se impor.

Continuem vocês sabendo, que muito mais cedo do que tarde, novamente abrir-se-ão as grandes alamedas por onde passará o homem livre, para construir uma sociedade melhor. 

Viva o Chile! Viva o povo! Vivam os trabalhadores!

Estas são as minhas últimas palavras e tenho certeza de que o meu sacrifício não será em vão. Tenho a certeza de que, pelo menos, haverá uma lição moral que castigará a felonía, a covardia e a traição.

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FENABAN NÃO APRESENTA PROPOSTA MAIS UMA VEZ

Após seis horas de discussões durante a quarta rodada de negociações, ocorrida nesta quarta-feira, dia 9, em São Paulo, a Fenaban mais uma vez não apresentou proposta para o Comando Nacional dos Bancários sobre as reivindicações de saúde e condições de trabalho, segurança bancária e igualdade de oportunidades, dentre outras. Os bancos repetiram a postura adotada nas duas rodadas anteriores em relação às demandas sobre emprego e remuneração. Eles marcaram nova reunião para a próxima quinta-feira, dia 17, e disseram que nessa data pretendem fazer uma proposta global para a categoria.
Veja os temas discutidos nesta quarta:
Saúde
1. Metas - os bancários cobraram o fim das metas abusivas. A Fenaban negou, limitando-se a discutir as distorções na forma de cobrança, mas não fez proposta para mudar essa realidade que gera adoecimento na categoria.
2. Assédio moral - os trabalhadores reafirmaram a necessidade de combater o assédio moral e a violência organizacional. A Fenaban insistiu em defender os assediadores, ao exigir o sigilo de seus nomes para uma "política de prevenção de conflitos no ambiente de trabalho", o que é inaceitável.
3. Reabilitação profissional - os bancários cobraram a implantação de um programa que garanta aos afastados, quando do retorno ao trabalho, condições que respeitem suas limitações funcionais, normalmente fruto do adoecimento em razão das péssimas condições de trabalho. A Fenaban afirmou que concorda com tal programa, desde que possa incluir também trabalhadores que ainda se encontram afastados, o que não se admite, pois isso forçaria a volta precoce de funcionários ainda em processo de recuperação da capacidade laboral.
4. Isonomia aos afastados por motivos de saúde - os bancários reivindicaram a manutenção por prazo indeterminado de todas as verbas salariais, além de outros direitos, tais como auxílio-alimentação, ticket, vale-transporte e PLR. A Fenaban disse que não é possível estender os direitos já previstos na convenção coletiva aos afastados.
5. Licença maternidade de 180 dias - o Comando defendeu a ampliação desse direito para todas as bancárias em todos os bancos. A Fenaban salientou que a proteção da maternidade é obrigação do Estado, mas ficou de estudar a questão.
Segurança Bancária
1. Comissão de Segurança Bancária - os bancários cobraram a retomada das reuniões que não ocorrem há vários anos. A Fenaban sinalizou com a volta dos trabalhos na segunda quinzena de novembro, com a participação de representantes das áreas de segurança dos bancos.
2. Transporte de valores - o Comando reivindicou a proibição aos bancários do transporte de valores, malotes e chaves do cofre e da agência, o que tem ocorrido em várias regiões do país, com assaltos e sequestros. A Fenaban negou, dizendo que, se isso for proibido, algumas agências teriam de ser fechadas.
3. Adicional de risco de vida - os bancários cobraram o pagamento de adicional de 40% do salário para quem trabalha em agências e postos, a exemplo de vários acordos coletivos de vigilantes, cujo risco é o mesmo. A Fenaban disse que isso não faz sentido, pois atingiria 70% dos trabalhadores, revelando que a preocupação não é a vida e sim o custo dos bancos.
Igualdade de Oportunidades
1. Mapa da diversidade - os bancários defenderam a inclusão de uma cláusula na convenção coletiva que garanta medidas de democratização do acesso e de políticas que eliminem todos os tipos de preconceito e discriminação nos locais de trabalho. A Fenaban alegou que não tem governança sobre o programa de valorização da diversidade, mas ficou de estudar uma forma de registrar as diretrizes na convenção.
2. Pessoas com deficiência - os bancários cobraram uma cláusula na convenção coletiva que garanta inclusão e capacitação para pessoas com deficiência nos bancos. A Fenaban negou, dizendo que já possui um programa que necessita de constantes ajustes.
3. Homoafetivos - o Comando defendeu igualdade de direitos para os casais homoafetivos. A Fenaban respondeu afirmando que há restrições legais para garantir igualdade de tratamento, mas irá verificar as travas.
Previdência Complementar
O Comando reivindicou planos de previdência complementar para todos os bancários. Muitos trabalhadores ainda não possuem esse direito que garante uma aposentadoria digna.
A Fenaban, no entanto, negou a reivindicação dos bancários, alegando que cada banco possui esse produto à venda e que, assim, não é possível colocar esse tema na convenção coletiva.
Fonte: Portal CTB

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ATENÇÃO: VEM AÍ O FATOR PREVIDENCIÁRIO 2

Mais uma armadilha encontra-se na pauta dos trabalhadores, originada no governo que foi eleito por esses mesmos trabalhadores.
Dessa vez é a manutenção, com outro nome, do famigerado fator previdenciário, instituído no governo tucano, que reduz, substancialmente, o valor das aposentadorias.
Há anos, o movimento sindical vem, unificadamente, lutando pela extinção desse roubo à renda dos trabalhadores. Agora que no senado foi aprovado projeto do senador Paulo Paim (PT/RS) que extingue o fator, o governo originado nas lutas sindicais inventa outra forma de tirar dinheiro de quem se aposenta.
O ministério da previdência apresenta um critério que, para se aposentar, o trabalhador precisa somar seu tempo de serviço e idade igual a 95, e 85 para as trabalhadoras. Obviamente, é a mesma lógica do atual fator previdenciário.
Utilizam o argumento falso do déficit da previdência para roubar dinheiro dos trabalhadores, mas não tocam nas dívidas monstruosas que grandes empresas e bancos têm com a União, nem taxam as grandes fortunas.
Para piorar, uma parcela do sindicalismo (CUT, FS, UGT e CGTB), optou por ser governo, deixando os trabalhadores à própria sorte.
A disputa política sobre esse tema promete ser grande e todos os que possuem compromisso real com a classe dos trabalhadores devem se posicionar pela imediata aprovação do projeto do senador Paim, restaurando o direito dos trabalhadores à aposentadoria digna.

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