TANTO AO MAR QUANTO À TERRA
J. Tramontini
O segundo semestre é período de campanhas salariais de diversas categorias de trabalhadores. Algumas delas com grau mais elevado de organização, ação nacional e tradição de lutas. Petroleiros, metalúrgicos, carteiros e bancários, entre outros, são categorias que têm suas datas-base entre agosto e setembro, com suas campanhas, não raras vezes, prolongando-se outubro afora e impactando diretamente em outras categorias.
Outro elemento importante é a marcante presença de empregados de empresas estatais entre os trabalhadores de grande parte dessas categorias sendo, em alguns casos, a totalidade.
Em 2010, essas campanhas salariais são, inevitavelmente, permeadas pelas eleições, destacadamente a presidencial. Num cenário polarizado, em que o povo brasileiro está para decidir entre a volta ao passado e a continuidade das mudanças, é natural e necessário que os trabalhadores e suas entidades de classe se posicionem e se engajem.
Porém, daí também surgem contradições, enganos e oportunismos. Uns dedicam-se exclusivamente à disputa eleitoral, abandonando, em termos práticos, as justas lutas econômicas de suas categorias. Outros, como que isolados do mundo, agem apenas sobre as batalhas imediatas, abdicando de interferir sobre os rumos do país.
Tanto uma postura quanto a outra são graves erros e tendem a conduzir o povo trabalhador do Brasil a derrotas profundas, de difícil recuperação.
O abandono das campanhas salariais, ainda que possa ser justificado pela dura batalha de projetos de nação, arrefece a disposição de luta dos trabalhadores, diminui sua organização, joga as direções sindicais ao descrédito, desarmando a classe para as duras batalhas que, inevitavelmente, se farão presentes no próximo período.
Por outro lado, a abdicação da disputa política em curso remete os trabalhadores, os maiores interessados, a deixar de opinar sobre que tipo de país querem para si e suas famílias. Leva muitos a crer que as possíveis conquistas econômicas imediatas possam ser duradouras sem manter-se a política nacional atendendo aos interesses da maioria da população, os que vivem de seu próprio trabalho. Tal postura apenas afasta o povo das grandes decisões políticas, abrindo espaço a ser ocupado pela retrógrada elite brasileira.
O ditado popular diz “nem tanto ao mar, nem tanto à terra”. Nesse caso, tanto um extremo quanto outro são nocivos aos interesses imediatos e aos objetivos históricos da classe dos trabalhadores.
Na atualidade, é imprescindível que os trabalhadores interfiram nos destinos do país, e suas entidades de classe, destacadamente os sindicatos, têm obrigação de agir sobre essa realidade. Ao mesmo tempo, as categorias não devem, em momento algum, abrir mão de suas justas reivindicações, ampliando sua organização e disposição de luta, fatores indispensáveis, inclusive, para fazer com que governos de caráter popular cumpram com seu programa, impedindo a reação das elites sobre as conquistas que o povo brasileiro torna a obter.
A palavra de ordem, portanto, é “tanto ao mar quanto à terra”. Os trabalhadores necessitam agir sobre as campanhas, salarial e eleitoral, simultaneamente, com o mesmo empenho e energia, como se fossem uma só batalha, pois de fato, o são.
Para os bancários, categoria com ação nacional, composta por empregados de empresas públicas e privadas, fica bastante óbvio, as campanhas salarial e eleitoral são indissociáveis. Majoritariamente, os bancários, sem duvida, votarão para o Brasil seguir mudando ao mesmo tempo que se mobilizarão para que a justiça se faça e suas reivindicações sejam atendidas.
Por isso, com certeza, os bancários, em sua maioria, ajudarão a eleger Dilma presidente. E irão às urnas no dia 3 de outubro, em greve.
J. Tramontini é membro da Coordenação Nacional dos Bancários Classistas, da CTB.
O segundo semestre é período de campanhas salariais de diversas categorias de trabalhadores. Algumas delas com grau mais elevado de organização, ação nacional e tradição de lutas. Petroleiros, metalúrgicos, carteiros e bancários, entre outros, são categorias que têm suas datas-base entre agosto e setembro, com suas campanhas, não raras vezes, prolongando-se outubro afora e impactando diretamente em outras categorias.
Outro elemento importante é a marcante presença de empregados de empresas estatais entre os trabalhadores de grande parte dessas categorias sendo, em alguns casos, a totalidade.
Em 2010, essas campanhas salariais são, inevitavelmente, permeadas pelas eleições, destacadamente a presidencial. Num cenário polarizado, em que o povo brasileiro está para decidir entre a volta ao passado e a continuidade das mudanças, é natural e necessário que os trabalhadores e suas entidades de classe se posicionem e se engajem.
Porém, daí também surgem contradições, enganos e oportunismos. Uns dedicam-se exclusivamente à disputa eleitoral, abandonando, em termos práticos, as justas lutas econômicas de suas categorias. Outros, como que isolados do mundo, agem apenas sobre as batalhas imediatas, abdicando de interferir sobre os rumos do país.
Tanto uma postura quanto a outra são graves erros e tendem a conduzir o povo trabalhador do Brasil a derrotas profundas, de difícil recuperação.
O abandono das campanhas salariais, ainda que possa ser justificado pela dura batalha de projetos de nação, arrefece a disposição de luta dos trabalhadores, diminui sua organização, joga as direções sindicais ao descrédito, desarmando a classe para as duras batalhas que, inevitavelmente, se farão presentes no próximo período.
Por outro lado, a abdicação da disputa política em curso remete os trabalhadores, os maiores interessados, a deixar de opinar sobre que tipo de país querem para si e suas famílias. Leva muitos a crer que as possíveis conquistas econômicas imediatas possam ser duradouras sem manter-se a política nacional atendendo aos interesses da maioria da população, os que vivem de seu próprio trabalho. Tal postura apenas afasta o povo das grandes decisões políticas, abrindo espaço a ser ocupado pela retrógrada elite brasileira.
O ditado popular diz “nem tanto ao mar, nem tanto à terra”. Nesse caso, tanto um extremo quanto outro são nocivos aos interesses imediatos e aos objetivos históricos da classe dos trabalhadores.
Na atualidade, é imprescindível que os trabalhadores interfiram nos destinos do país, e suas entidades de classe, destacadamente os sindicatos, têm obrigação de agir sobre essa realidade. Ao mesmo tempo, as categorias não devem, em momento algum, abrir mão de suas justas reivindicações, ampliando sua organização e disposição de luta, fatores indispensáveis, inclusive, para fazer com que governos de caráter popular cumpram com seu programa, impedindo a reação das elites sobre as conquistas que o povo brasileiro torna a obter.
A palavra de ordem, portanto, é “tanto ao mar quanto à terra”. Os trabalhadores necessitam agir sobre as campanhas, salarial e eleitoral, simultaneamente, com o mesmo empenho e energia, como se fossem uma só batalha, pois de fato, o são.
Para os bancários, categoria com ação nacional, composta por empregados de empresas públicas e privadas, fica bastante óbvio, as campanhas salarial e eleitoral são indissociáveis. Majoritariamente, os bancários, sem duvida, votarão para o Brasil seguir mudando ao mesmo tempo que se mobilizarão para que a justiça se faça e suas reivindicações sejam atendidas.
Por isso, com certeza, os bancários, em sua maioria, ajudarão a eleger Dilma presidente. E irão às urnas no dia 3 de outubro, em greve.
J. Tramontini é membro da Coordenação Nacional dos Bancários Classistas, da CTB.
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