Bancários: “Teremos uma greve bastante longa”
O Comando Nacional dos Bancários deve endurecer a greve a partir desta terça-feira (11), quando está marcada uma assembleia, às 10h, com dirigentes de todo o país, em São Paulo. A ideia é ampliar ainda mais a paralisação. A reação vem depois das notícias, divulgadas na grande mídia, de que a presidente Dilma Rousseff orientou sua equipe a adotar posição firme contra a greve dos bancários, descontando os dias da paralisação.
A motivação do governo seria a necessidade de ajuste fiscal e o receio de uma escalada inflacionária. Para o presidente da Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe, Emanoel Souza de Jesus, o posicionamento do governo só fortalecerá a paralisação.
“Se o governo Dilma pretende derrotar a greve dos bancários com ameaça de descontar as faltas, teremos uma greve bastante longa, pois o que estamos defendendo é a garantia de que o crescimento do país se dê com distribuição de renda. Daí ser impossível concluir essa greve sem que haja uma proposta de aumento real decente aos bancários”, declarou Emanoel ao Vermelho.
Hoje, 9.090 agências de 26 Estados e do Distrito Federal ficaram fechadas, o correspondente a 45% do total do país, segundo a Contraf (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro).
Segundo o Sindicato de São Paulo, Osasco e Região, 25 mil trabalhadores deixaram de comparecer em seus postos de trabalho e 812 agências não abriram as portas em sua base de atuação.
Os bancários estão em greve desde o dia 27 de setembro, após rejeitarem a proposta das instituições financeiras, de reajuste salarial de apenas 8%, o que significa reposição real da inflação de 0,56%, percentual bem aquém dos 12,8% reivindicados pelos trabalhadores. Os bancos negaram ainda as demais reivindicações da categoria como valorização dos pisos, aumento da participação nos lucros e resultados, medidas de combate ao assédio moral, mais segurança e melhores condições de trabalho.
A Fenaban, por sua vez, tem afirmado que cabe aos trabalhadores apresentarem contraposta para a continuidade das negociações.
Sergipe
Em Sergipe, o Sindicato dos Bancários fechou o prédio do Centro de Processamento de Dados (CPD) do Banco do Estado de Sergipe (Banese), no Distrito Industrial de Aracaju (DIA). O objetivo é pressionar para que o banco melhore sua proposta, já que a oferecida e apreciada na assembleia realizada na terça-feira (4), foi rejeitada por unanimidade.
“Hoje é um dia histórico para nós sindicalistas. Pela primeira vez numa greve o CPD do Banese foi fechado completamente. No prédio trabalham mais de 300 funcionários, o que equivale a mais de dez agências do banco, e das maiores”, comemorou José Souza, presidente do Sindicato dos Bancários de Sergipe, onde a paralisação começou com 60% de adesão e já se encontra com quase 80%.
Fonte: Vermelho
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