segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Movimento Sindical e o Sistema Financeiro Nacional


Várias propostas consensuais marcaram o segundo dia do Seminário Nacional dos Bancários, no sábado (25) pela manhã, no painel O que pensa o Movimento Sindical sobre o Sistema Financeiro Nacional. Participaram da mesa Eduardo Navarro (CTB), Carlos Cordeiro (Contraf/CUT) e Gilberto Vieira (Contec). 

Conforme Eduardo Navarro, o sistema financeiro deve estar atrelado  ao projeto de desenvolvimento nacional, contribuindo com o crescimento econômico que leve a uma melhor distribuição de renda, aumento da massa salarial e do emprego. Na sua apresentação, Navarro propôs: financiamento do desenvolvimento lastreado nos bancos públicos, sistema financeiro baseado nos bancos regionais de fomento, criação de um banco de fomento para a região Centro Oeste, o desenvolvimento de bancos estaduais que cumpram o papel de financiamento,  destinação de parte dos depósitos à vista para o investimento produtivo, as agências bancárias devem ter carteiras que atendam a clientela para o crédito de produtos, os bancos privados devem ter um papel secundário, mas solidário com o desenvolvimento, formas de estabelecer limites para o tamanho dos bancos em relação ao mercado para evitar o oligopólio, impedimento para que os bancos estrangeiros expatriem a poupança nacional, mecanismo de inibição do capital especulativo, modelo de distribuição de atendimento bancário para todas as cidades e reestruturação do Banco Central que deve estar subordinado à Presidência da República como parte de um projeto de poder.


Carlos Cordeiro concordou com as  propostas de Eduardo Navarro para o Sistema Financeiro. Afirmou que os sindicatos devem debater propostas para a regulamentação do Artigo 192 da Constituição Federal promulgada em 1988, que trata sobre o sistema financeiro. Destacou que nosso sistema é altamente concentrado, com alta lucratividade e baixo volume de crédito. "Empresta pouco e cobra muito", avaliou.

Para Cordeiro, o dirigente sindical deve ser referência no debate sobre o sistema financeiro nacional, tornando-se um especialista no assunto. Apoia também a colocação de limites à autonomia do Banco Central, que deve ser dependente das políticas do governo eleito. Defendeu a ampliação do atendimento e que os correspondentes bancários sejam transformados em postos de atendimento. Por fim, afirmou que o sistema financeiro deve ser voltado para o desenvolvimento econômico e que o momento é oportuno para discutir a sua democratização e controle.

Gilberto Vieira lembrou que no Congresso Nacional há vários projetos de reforma do sistema financeiro e que o movimento sindical tem dificuldades de acompanhar a tramitação. Defendeu que os sindicatos devem buscar apoio dos trabalhadores, da sociedade e dos parlamentares para a regulamentação do artigo 192 da Constituição.   

Em sua exposição, Vieira apresentou as propostas da Contec para a reforma do sistema financeiro, entre elas: participação dos trabalhadores e outros segmentos no Conselho Monetário Nacional, aumento da jornada de atendimento ao público, limitação dos correspondentes bancários, incentivo à criação de bancos regionais ou municipais, limitação dos juros a 12% e estabelecimento de quarentena de 2 anos para administradores de bancos públicos.


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