Dia Nacional de Lutas: Trabalhadores ocupam as ruas do Brasil
Na luta pelas reformas estruturais, o movimento sindical e os movimentos sociais de todo o Brasil realizam, nesta quinta-feira (11), o Dia Nacional de Lutas. Os atos estão ocorrendo, principalmente das regiões metropolitanas e capitais.
Oito centrais sindicais marcaram, unitariamente, o dia 11 como Dia Nacional de Lutas.
Na foto, parte da manifestação no Pará. (Foto: Mídia Ninja)
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Confira as manifestações pelo Brasil.
Sudeste
Na região metropolitana do Rio de Janeiro as manifestações que estão ocorrendo é de caráter pacífico e tiveram seu maior foco nas rodovias foram nas rodovias. Na Rodovia BR 493, no acesso ao Trevo da Nuclep, em Itaguaí, cerca de mil manifestantes ocuparam os dois lados da pista para reivindicar mudanças.
O trânsito próximo a Macaé e Rio das Ostras, está completamente parado devido a barricada que os manifestantes fizeram na ponte que fica no limite entre os municípios.
Na região metropolitana, manifestantes ocuparam faixas da BR-463, no município de Itaguaí. Eles atearam fogo em pneus e pedaços de pau em frente à sede da Nuclebrás Equipamentos Pesados (Nuclep), estatal que fabrica cascos de submarino e equipamentos para plataformas de petróleo e para usinas nucleares. Segundo a Polícia Rodoviária Federal, o protesto foi rápido e as pistas já estão liberadas
Em Benfica, na Zona Norte do Rio, representantes do Sindicato dos Correios continuam na frente do Centro de Operações Postais e tentam impedir a circulação dos caminhões da empresa. Na porta da prefeitura, aumenta o número de grupos sindicais acampados desde ontem. Eles vão sair do local às 15h, em direção a Candelária, onde acontecerá o grande ato de protesto. O clima é de tranquilidade no local.
De acordo com informações da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Rio de Janeiro (CTB-RJ), está marcada manifestação, às 15h, em frente à Igreja da Candelária, que deverá percorrer a Avenida Rio Branco até a Cinelândia. De acordo com a entidade, inúmeras categorias já confirmaram greves e paralisações para esta quinta, entre elas estão os trabalhadores da Cedae, bancários, Correios e metalúrgicos.
Na região metropolitana do Espírito Santo, motoristas e cobradores aderiram a luta. Trabalhadores de 38 sindicatos paralisaram vias da região central da capital e de outras cidades. Pela manhã, começa um protesto na UFES (Universidade Federal do Espírito Santo), seguido por uma passeata.
Em Minas Gerais, as manifestações estão mobilizando os sindicatos filiados às centrais de todas as categorias, nas principais cidades-pólo do Estado. Na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), a grande manifestação será na Praça Sete, na Capital, a partir das 8h.
Em Belo Horizonte, o metrô está parado desde 1h. Escolas públicas, agências bancárias, hospitais e postos de saúde e parte do comércio também podem não funcionar hoje na capital mineira, no interior de Minas e nas principais cidades do país.
“É fundamental que os trabalhadores e trabalhadoras participem em massa dos atos públicos. Nosso objetivo é levantar as bandeiras de lutas da classe trabalhadora e incorporar as reivindicações que vêm das ruas”, disse o presidente da CTB Minas, Marcelino Rocha.
Manifestação unificada das centrais sindicais em Minas Gerais. (Foto: Mídia Ninja) |
No meio da manhã desta quinta-feira, em Contagem, região metropolitana de Minas Gerais, a praça Sete foi tomada, na manhã desta quinta-feira (11), por manifestantes que aderiram ao Dia Nacional de Mobilização e Greve. Cerca de mil trabalhadores e trabalhadoras, segundo informações da PM, fecharam a Afonso Pena, nos dois sentidos. A intenção dos participantes do protesto é realizar uma passeata percorrendo os seguintes pontos: PBH, Palácio da Liberdade, Assembleia Legislativa, Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) e Rede Globo. Os participantes do movimento expõe cartazes e faixas com suas demandas.
Centro-Oeste
No Distrito Federal, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocupou a sede nacional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) para exigir a retomada da reforma agrária. Para o MST, é preciso assentar 150 mil famílias acampadas, com a concessão de novos créditos. Também houve, protesto na Catedral de Brasília, seguido de passeata até o Congresso Nacional. Outro protesto começará às 15h no Museu da República.
Ainda no Distrito Federal, a CTB participa em parceria com o Sindicato dos Agentes de Vigilância Ambiental em Saúde e Agentes Comunitários de Saúde (Sindvacs) e as demais centrais de uma caminhada que sairá da Biblioteca Nacional, a partir das 15h, em direção ao Congresso Nacional.
Em Goiânia, 40 sindicatos participam do Dia Nacional de Luta. Cerca de mil pessoas, estão reunidas na Praça do Bandeirante, no centro. A avenida Goiás, principal da cidade, foi ocupada por manifestantes. Um grupo de 200 pessoas ocupou a sede da reitoria da Universidade Estadual de Goiás (UEG), em Anápolis.
Os servidores municipais e estaduais da saúde e trabalhadores ligados às centrais sindicais fazem protesto na praça do Bandeirante. Haverá passeata pela avenida Goiás, praça Cívica (Palácio do Governo) avenidas Araguaia, Anhanguera e encerramento na avenida Tocantins, em frente teatro Goiânia.
Trabalhadores rurais, agricultores, camponeses fazem protestos em várias regiões do Estado, com trancamento de rodovias, como a BR-153.
Nordeste
Na Bahia as rodovias BA-99 e BR-324 estão tomadas pelos trabalhadores. Durante a madrugada os rodoviários fizeram uma paralização interrompendo os serviços até às 8h. Em Salvador, os rodoviários aderiram ao Dia Nacional de Luta, que mobiliza diversas categorias pelo País. O movimento acontece em todas as garagens dos coletivos, de acordo com o presidente do Sindicato dos Rodoviários, Hélio Ferreira. O movimento foi encerrado às 8 horas e o transporte público normalizado gradativamente.
Na Bahia os bancários aderiram à paralisação convocada pelas centrais sindicais. |
Ainda na Bahia, a manifestação saiu do Campo Grande, na capital Salvador, às 11h, rumo à Praça Municipal. O diretor executivo da CTB, Adilson Araújo, lembra que o movimento do dia 11 foi decidido há tempos.
“Embora possamos estar em sintonia com as mobilizações de rua, vamos mostrar que nós temos bandeiras e não nos envergonhamos de levá-las para as ruas”, declarou. Ele esclareceu que há anos estão engavetados no governo federal os pleitos que as centrais levarão para as ruas como reforma agrária, a redução da jornada de trabalho e destinação de 10% do PIB para a saúde e educação.
Em Recife (PE), os protestos do Dia Nacional de Lutas se concentraram no complexo industrial portuário de Suape, sendo que algumas vias federais foram ocupadas por manifestantes. A BR-232 está bloqueada no km 143 em frente a um assentamento do MST. Outras vias, como a BR-116, BR-428, BR-194 e BR-101, também estão ocupadas em alguns trechos.
Os protestos ganharam força em Fortaleza (Ce), onde motoristas e cobradores bloquearam entradas e saídas de terminais de ônibus e manifestantes ocuparam avenidas de grande fluxo da cidade. Operários da construção civil, servidores públicos e funcionários de indústrias de castanhas também aderiram à paralisação.
No estado na Paraíba, ocorre a paralisação de urbanitário, trabalhadores da construção civil e servidores da UFPB (Universidade Federal da Paraíba), inclusive do hospital universitário, em João Pessoa.
Também haverá protesto às 14h no parque Solon de Lucena, seguido de caminhada até o Palácio do Governo, em João Pessoa.
Em Campina Grande, manifestação programada para ocorrer na Avenida Floriano Peixoto. Às 14h, outro protesto, na Praça da Bandeira.
Em Pernambuco, está prevista uma passeata que sairá da Praça do Derby em direção ao Pátio do Carmo, no centro de Recife, onde às 14h, começará um ato público.
Sul
No Rio Grande do Sul, a circulação de ônibus intermunicipais na região metropolitana de Porto Alegre foi paralisada. Já os coletivos municipais irão funcionar com 50% da capacidade nos horários de pico e 30% no restante do dia, conforme determinado pela Justiça. Os trens não devem funcionar entre 5h30 e 8h30 e 17h30 e 20h30.
Trabalhadores de escolas públicas e particulares e universidades foram convocados a aderir à paralisação, assim como funcionários de bancos e comércios – bancos dizem que vão abrir; Sindilojas orienta comerciantes aabrirem seus estabelecimentos.
Em Porto Alegre será palco de quatro passeatas com pontos de concentração distintos: avenida Farrapos (terminal Cairú), terminal Princesa Isabel (avenida João Pessoa), rodoviária municipal e viaduto
Metalúrgicos programaram paralisações em Rio Grande, Caxias do Sul (onde haverá um ato na Praça Dante Aligheri) e diversas cidades da região metropolitana de Porto Alegre. Trabalhadores do porto de Rio Grande devem paralisar.
No Paraná, há a possibilidade de paralisação dos ônibus municipais de Curitiba entre 15h e 19h desta quinta-feira. Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), em Araucária, deve paralisar por 24 horas. Estivadores de Paranaguá e Antonina paralisam entre 7h do dia 11 até 7h do dia 12. Metalúrgicos de montadoras, professores e frentistas podem parar.
Também haverá paralisação de professores e técnico-administrativos da UFPR (Universidade Federal do Paraná) e profissionais do Hospital das Clinicas de Curitiba. Operários da Kraft, Bosch, CNH, Volvo, WHB, Perfecta, Seccional, Cabs, Maflow, Arotubi, Haas do Brasil, Volkswagen, Renault, Brafer e PK Cables também devem paralisar.
Haverá protestos em Curitiba às 16h, na praça Rui Barbosa, e bloqueios na BR-277 e 376 durante a manhã. Manifestações também estão programadas nas cidades de Londrina, Maringá, Cascavel, Foz do Iguaçu, Pato Branco, Ponta Grossa, Francisco Beltrão e Paranaguá.
Em Santa Catarina, os funcionários de escolas, creches, postos de saúde municipais e da coleta de lixo de Florianópolis devem paralisar.
Haverá protestos em Criciúma, Chapecó, Itajaí, onde estão previstos atos na BR-101 e na SC-470 a partir de 13h. A BR-101 também deve ser fechada no trevo de Criciúma, à tarde, e na ponta de Laguna. A BR-116 deve ser bloqueada em Correia Pinto, na Serra Catarinense. Estão programados dois atos públicos em Florianópolis.
Principais reivindicações das Centrais Sindicais
1 - Aumento geral dos salários
2 - Redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais
3 - Votação imediata pelo fim do Fator Previdenciário
4 - Fim das terceirizações - Contra o PL 4330
5 - Fim da dispensa imotivada
6 - Direito de greve e valorização dos servidores públicos
7 - Reforma agrária e apoio ao pequeno agricultor
8 - Saúde, educação e transporte público de qualidade
9 - Auditoria das grandes obras públicas
10 - Pelo direito dos aposentados e pensionistas
11 - Aprovação do piso estadual de Minas Gerais
12 - Redução das tarifas de luz
13 - Liberdade de manifestação e expressão e contra a violência policial
14 - Democratização da mídia
15 - Redução das tarifas do transporte, sem redução dos impostos
16 - Moradia digna para todos: não aos despejos
Fonte: Vermelho
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