quarta-feira, 17 de julho de 2013

Recado das ruas é claro: governo precisa aprofundar as mudanças

O presidente nacional da CTB, Wagner Gomes, entende que o Dia Nacional de Lutas, organizado nesta quinta-feira (11) por todas as centrais sindicais do país, deixou claro para o governo federal qual o sentimento da classe trabalhadora e da população brasileira em geral: é preciso aprofundar as mudanças no Brasil.

Um dia depois das manifestações ocorridas em todo o país, o dirigente fez um balanço sobre os atos. Diante do atual cenário, Wagner Gomes não descarta a realização de uma greve geral no final de agosto. Segundo o dirigente, está nas mãos do governo federal, do Congresso e também do empresariado nacional os elementos que podem impedir uma paralisação completa em um curto período de tempo.


Confira abaixo alguns trechos da conversa de Wagner Gomes com o Portal CTB:


Avaliação do 11 de julho
Wagner Gomes, presidente nacional da CTB

Temos unanimidade das centrais em afirmar que foi um dia de muita mobilização. Tivemos paralisações, passeatas e fechamento de estradas em todo o país. Já havíamos feito uma marcha vitoriosa no dia 6 de março deste ano, quando as centrais colocaram 60 mil pessoas em Brasília e agora o 11 de julho chega com tudo em nossa luta pela pauta dos trabalhadores. Temos que enfatizar isso porque há uma perspectiva clara: se até o final de agosto não tivermos avanços, iremos nos reunir e debater a realização de uma greve geral. Já faz três anos, desde a realização da segunda Conclat, no Pacaembu, que temos uma pauta definida, mas sem qualquer avanço. Neste 11 de julho o que houve de diferente foram as diversas formas de protesto por parte dos trabalhadores. O ato da Avenida Paulista foi a forma que encontrarmos para juntar todas as centrais e os movimentos sociais que participaram desse Dia Nacional de Lutas. Enquanto estávamos reunidos lá, por todo o Brasil a militância também fazia seus atos.

Unidade

Outra coisa importante a se destacar nesse movimento foi a unidade demonstrada por todo o país. Conseguimos deixar de lado algumas divergências, sabendo que é a unidade que nos dá mais força para enfrentar o governo e o empresariado. 

Mudanças no país

O movimento sindical está dizendo para o governo o seguinte: é preciso aprofundar as mudanças. Mas ocorreu algo num sentido inverso, pois na véspera do Dia Nacional de Lutas o governo mais uma vez aumentou a taxa de juros e isso obviamente não resolve nosso problema – pelo contrário, o agrava. O governo deu um veneno para tratar um paciente que precisa de um remédio. Continuaremos a mostrar para a sociedade e para o governo qual o remédio que consideramos ideal para o Brasil se desenvolver.

O papel do empresariado

Os trabalhadores precisam entender quais setores impedem maiores conquistas para nossa classe. O exemplo da terceirização é emblemático. Se pegarmos, por exemplo, nossa bandeira pelo fim do fator previdenciário, precisamos de uma iniciativa do governo para termos alguma vitória. Já a terceirização depende da posição dos empresários e é por isso que temos que chamar a atenção da sociedade para a responsabilidade do empresariado. E enquanto isso há uma turma que assiste a tudo, à espera do que vai acontecer: os rentistas, que cada vez ganham mais. É por isso que insisto tanto sobre a necessidade de mudarmos a política macroeconômica do país. Sem uma alteração de rumo nesse sentido, nossas reivindicações dificilmente serão contempladas.


Diálogo com o governo Dilma

Os trabalhadores devem apertar o cerco. Estamos chegando ao fim do terceiro ano do governo Dilma. Alguma dessas importantes reivindicações precisa ser atendida. Não é possível que em um governo considerado “popular” a gente não consiga sequer negociar certas pautas. Um governo democrático e popular, eleito com o apoio maciço da classe trabalhadora, precisa oferecer algo para que os trabalhadores se sintam contemplados e representados. 

De Fernando Damasceno
Portal CTB

Fonte: CTB

1 comentários:

Carlos Reinaldo Mendes Ribeiro disse...

Congresso Nacional e gestão racional.
Os problemas de gestão e a falta de representatividade dos poderes constituídos podem ser equacionados por um Congresso Nacional modificado, e mediante emendas à Constituição. O Congresso Nacional, reunido quando necessário, será composto pelos Senadores titulares, pelos Deputados Federais eleitos com um mínimo de 100 mil votos, sendo assegurada a inclusão dos três mais votados, por unidade da federação; e significativamente ampliado pela participação dos presidentes de organizações federativas profissionais; dirigentes de entidades máximas de segmentos empresariais; presidentes de confederações de trabalhadores; e principal dirigente de outros destacados segmentos organizados. Leia mais no blog http://nossobrasilja.blogspot.com.br/

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