A VOLTA DA MORDAÇA

Quando o presidente Hugo Chavez, utilizou da prerrogativa soberana do Estado venezuelano para não renovar a concessão da RCTV, no Brasil se viu uma gritaria. Toda a grande imprensa venal brasileira se levantou contra o “autoritário” Chavez que, segundo eles, atentava contra a liberdade de imprensa e a democracia em todo o continente. Todas as vozes conservadoras da direita golpista e muitas da falsa esquerda destilaram seu veneno contra a revolução bolivariana. Agora, o desembargador federal Edgard Lippmann Junior proferiu uma decisão que censura a TV Paraná Educativa. A decisão do magistrado impede o governador Roberto Requião de manifestar-se, impondo multas de até R$ 500 mil Creio não ser necessário expor a inconstitucionalidade da censura e tratar sobre a arbitrariedade do ato. Interessante o fato do despacho do desembargador explicar a censura devido ao fato de Requião sempre questionar, muitas vezes acidamente, políticos, desafetos e instituições, incluindo o judiciário e o Ministério Público. É fato que Requião vem a tempos criticando os elevadíssimos salários e aposentadorias do Ministério Público. É fato também que o judiciário brasileiro não tem, por hábito proferir decisões em favor dos de menos posses. Da mesma forma que juízes tentam, por meio do draconiano interdito proibitório, calar trabalhadores que exercem o direito constitucional de greve, agora tentam calar o governador legitimamente eleito pelos paranaenses, censurando a única emissora brasileira que tem aberto espaço aos movimentos sociais. Curiosamente, nenhum dos paladinos da democracia que tanto tagarelaram pela liberdade contra Hugo Chavez abriu a boca para falar do ato criminoso cometido contra a Paraná Educativa. Ao que parece direita golpista e a pseudo-esquerda só defende mesmo a liberdade do patrão, dos grandes empresários e negociantes, defendem apenas a liberdade dos grandes para explorar os pequenos. Mas muitas entidades e movimentos já se manifestaram contrários ao Dr. Lippmann Jr, em defesa, de fato, da liberdade e da democracia.