Juros em alta: o sacrifício da nação no altar dos banqueiros
Nota oficial da CTB.
Em reunião concluída na noite desta quarta-feira, 20, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) decidiu elevar a taxa básica de juros (Selic) em 0,5 ponto percentual, para 9%. É a quarta rodada de aumentos dos juros desde abril deste ano, quando a Selic estava em 7,25%. Trata-se de uma péssima notícia para o povo e a nação brasileira, cujos interesses estão sendo sacrificados pelos condutores da política monetária no altar da ganância da banca, nacional e estrangeira, e grandes credores da dívida pública.
Em reunião concluída na noite desta quarta-feira, 20, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) decidiu elevar a taxa básica de juros (Selic) em 0,5 ponto percentual, para 9%. É a quarta rodada de aumentos dos juros desde abril deste ano, quando a Selic estava em 7,25%. Trata-se de uma péssima notícia para o povo e a nação brasileira, cujos interesses estão sendo sacrificados pelos condutores da política monetária no altar da ganância da banca, nacional e estrangeira, e grandes credores da dívida pública.
Informações recentes do Banco Central revelam que cada alta de um ponto percentual na Selic resulta ao longo de 12 meses num crescimento de 0,27 ponto percentual na dívida líquida ou mais R$ 11,5 bilhões no bolso dos credores, praticamente o valor do programa Bolsa Família. Desde abril tivemos uma alta de 1,75 ponto percentual nas taxas de juros.
O pretexto é, como sempre, o assustador fantasma da inflação e a disparada do câmbio, diante da qual o BC oferece um prêmio maior aos especuladores globais para atrair capital de curto prazo e financiar o crescente déficit em conta corrente. Mas a realidade é que a atual política econômica não é socialmente neutra, muito menos orientada por critérios puramente técnicos, pois é mediada por poderosos interesses de classe e promove uma perversa transferência de renda do Estado para o capital rentista.
Condenada tanto pelos empresários do setor produtivo quanto pela CTB e os representantes da classe trabalhadora, a decisão do Copom está na contramão do anseio da maioria da sociedade e do clamor das ruas por mais investimentos públicos em saúde, educação, transporte público e segurança, bem como da luta das centrais pela Pauta Trabalhista.
Nada menos que 46,6% do orçamento da União estão, hoje, comprometidos com o pagamento de juros e amortização da dívida pública, ao passo que os gastos com pessoal e encargos sociais representam apenas 9,7%. Aqui convém notar que quando as forças conservadoras e a mídia burguesa criticam a “gastança” governamental e esbravejam contra os investimentos públicos, cobrando austeridade, se esquecem convenientemente de um detalhe óbvio e fundamental: os encargos exorbitantes da dívida são a verdadeira fonte dos desequilíbrios e déficits fiscais que sufocam a União, os Estados e os Municípios.
Para formar o superávit primário destinado ao pagamento dos juros o Estado corta gastos nos serviços essenciais, não faz novas contratações, reduz despesas com o funcionalismo e corta investimentos essenciais, inclusive em infraestrutura. A alta dos juros piora este quadro e tem, de resto, um efeito depressivo sobre a economia nacional, fortalecendo as tendências de estagnação do PIB.
Presenciamos uma deterioração da conjuntura econômica no Brasil, com a produção andando de lado, a alta descontrolada do dólar, a queda da confiança dos consumidores, a desaceleração do ritmo de criação de emprego e o preocupante crescimento do déficit em conta corrente, cuja principal causa é o aumento vertiginoso das remessas de lucros e dividendos ao exterior.
A CTB não tem dúvidas de que a decisão do Copom envenena o quadro. Urge mudar a política econômica. É nosso dever continuar lutando e mobilizando a classe trabalhadora pela redução dos juros, o fim do superávit primário, o controle do câmbio e do fluxo de capitais, a taxação das remessas de lucros, a revisão das desonerações, a criação de um fundo de investimento público em educação, saúde, transporte e infraestrutura.
São Paulo, 28 de agosto de 2013
Adilson Araújo, presidente da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil)
Fonte: CTB
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