Líderes revolucionários, gigantes da História
Prestes, Grabois, Marighella e Amazonas |
No espaço de 13 meses, entre dezembro de 2011 e este início de ano, os comunistas, socialistas, revolucionários e progressistas, que atuam em diferentes partidos da esquerda brasileira, e mesmo ativistas individuais sem partido, celebraram de distintas maneiras efemérides relacionadas com as maiores figuras do pensamento e da ação da luta revolucionária do Brasil do século 20.
Os centenários natalícios de Carlos Marighella, em 2011, de João Amazonas e Maurício Grabois, em 2012, foram comemorados por seus correligionários, seguidores, amigos e familiares. Seus feitos, relembrados com a realização de atos políticos, a publicação de artigos, ensaios e livros, o lançamento de peças musicais, teatrais e cinematográficas. Suas histórias, contadas em reuniões com estudantes, operários, intelectuais. As ações que protagonizaram, rememoradas pelos militantes de hoje imbuídos dos mesmos ideais e das mesmas convicções que constituíram a essência de suas vidas.
Hoje, dia 3 de janeiro, o Brasil relembra a figura de outro grande dirigente comunista, Luiz Carlos Prestes, no transcurso do seu 115º aniversário natalício.
Sem o ânimo de culto à personalidade e sem cair no modismo e na futilidade de invocar esses personagens da nossa História para reivindicar seu “charme”, “talento” e “fama”, como faz a historiografia oficial burguesa com suas figuras de destaque, é justo homenageá-los porque foram gigantes da História, dedicaram-se à luta pelo ideal comunista, pela revolução político-social e o socialismo, deram suas vidas à democracia, às causas patrióticas, aos direitos do povo, à solidariedade internacional. Foram combatentes cujos exemplos ficarão eternamente gravados na memória do povo brasileiro, da atual e das futuras gerações de lutadores. Dois deles – Marighella e Grabois – foram assassinados pelos esbirros da ditadura militar, um regime de facínoras que por mais de duas décadas infelicitou a vida do povo brasileiro.
Num momento histórico em que se acentua a ofensiva reacionária e obscurantista do imperialismo no plano mundial e particularmente das classes dominantes domésticas na América Latina e no Brasil contra as ideias progressistas, as conquistas civilizacionais alcançadas pelo movimento revolucionário e o socialismo no século 20, e quando é notória a campanha anticomunista como último recurso ideológico de um sistema em inarredável crise, é edificante estudar, difundir e ensinar às novas gerações o pensamento e a obra desses revolucionários, por cima da intolerância, do sectarismo, da estreiteza, do arrivismo e do irracionalismo.
Os comunistas e o conjunto da militância da esquerda revolucionária e consequente têm muito a aprender com Marighella, Amazonas, Grabois e Prestes nas suas tarefas atuais. Até porque a construção de uma vanguarda revolucionária no País é uma obra aberta que não pode prescindir do concurso de todos os que têm convicções revolucionárias e lutam pelo socialismo e o comunismo.
Estes dirigentes formaram, ao lado de tantos outros, o núcleo que conduziu o Partido Comunista do Brasil, com a sigla do antigo PCB, de meados dos anos 1930 até os finais dos anos 1950. Foi um período rico da história do Partido, com altos e baixos, acertos e erros, até ocorrerem as cisões internas, no quadro da acirrada luta política e ideológica que tinha a ver com as linhas estratégicas e táticas da luta revolucionária no Brasil e no mundo de então. Em períodos históricos distintos, estiveram alternadamente unidos e separados. Tinham suas razões que - é preciso insistir - são também as razões da época que viveram. Transplantar mecanicamente os termos daqueles debates e embates para a presente época é demonstração de cegueira e anacronismo.
O que é necessário reter, resgatar e capitalizar da contribuição de todos eles para a atual etapa da luta é o esforço que fizeram para elaborar e pôr em prática uma estratégia revolucionária e construir um partido de classe, capaz de enfrentar os grandes embates políticos e sociais, enraizar-se nas massas trabalhadoras e abrir os caminhos da luta pelo socialismo no Brasil.
Eles tinham uma visão aguda sobre os problemas nacionais, sobre o caráter retrógrado das classes dominantes brasileiras, a opressão do imperialismo e o papel das classes trabalhadoras no desenvolvimento histórico, sabiam que o caminho da emancipação nacional e social do povo brasileiro não era o da conciliação com o inimigo, mas o de uma árdua luta de classes.
Esses dirigentes foram quadros políticos sem igual na esquerda brasileira, homens extraordinários, guerreiros do povo brasileiro. Deixaram uma memória e um legado que não se devem perder em debates estéreis, antes precisam frutificar na luta criativa, no combate concreto, nos labores teóricos e práticos na busca das melhores soluções para os cruciantes problemas que os povos enfrentam diante da brutal ofensiva do imperialismo e do capitalismo senil.
Cabe à atual geração dos lutadores pelas transformações sociais cuidar dessa memória, cultivar e desenvolver esse legado, como fonte de inspiração e ensinamentos para obter vitórias e avançar nas lutas atuais e futuras.
Fonte: Vermelho
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