quinta-feira, 30 de setembro de 2010

O ESPECTRO DA CENSURA TUCANA RONDA A CAMPANHA ELEITORAL NO PARANÁ

Milton Alves*

Um espectro ronda a campanha eleitoral no Paraná: o espectro da censura tucana. Trata-se da sanha censória e fascista da campanha do candidato ao governo do Estado Beto Richa(PSDB). Desde de meados de setembro nenhuma pesquisa eleitoral sobre a disputa para o governo do estado foi divulgada. Um atentado contra o direito à informação, que só agora começa a ganhar repercussão na mídia nacional. A atitude da campanha tucana lembra os velhos tempos do período autoritário. É isso mesmo, uma ação de corte tipicamente fascista.

A campanha de Beto Richa censurou os principais e mais respeitados institutos e empresas de pesquisas do país, sofreram o tacão da censura tucana o Ibope, o Vox Populi, o Datafolha(duas vezes), Band/Ig e um instituto local. Uma verdadeira sanha contra um mecanismo usual e consagrado em todas as campanhas eleitorais no Brasil e no planeta.

O mais interessante deste lamentável e grotesco episódio, é que quando as pesquisas foram favoráveis ao candidato tucano todas eram divulgadas com alarido e estridência, ressaltando a sua possibilidade de vitória. Agora as mesmas pesquisas são objetos de censura. O fato é inédito, nunca na história recente nenhum candidato, em qualquer nível de disputa, censurou em bloco as pesquisas eleitorais – controvérsias, questionamentos, sempre houve, mas uma ação sistemática e planejada como estratégia de campanha nunca tinha ocorrido.

Pois bem. A situação é reveladora do despreparo do candidato tucano, que tenta esconder a realidade a partir de ações jurídicas, impedindo a publicação das pesquisas e sondagens eleitorais. Também chama atenção neste episódio o papel do TRE, que tem validado esse tipo de postura, e dos próprios orgãos de imprensa, sempre tão zelosos e cientes de pretensas ameaças a liberdade de opinião, imprensa e expressão. A verdade é que não assistimos, por exemplo, da parte da corporação Folha S.A, da qual o Datafolha é integrante, qualquer condenação mais veemente ao ultraje.

Fico imaginando, apenas imaginando, se fosse a campanha de Dilma(PT) ou de Osmar(PDT) que recorresse a tal expediente, seria um deus-nos-acuda da velha mídia, da OAB, da Abert, da “Transparência Brasil”, ongs, todos denunciando “o chavismo”, “o controle da opinião”, “a ameaça a liberdade de expressão”. Não é mesmo?.

*Milton Alves é presidente estadual do PCdoB/PR. Membro do Diretório Nacional e integrante do Fórum Nacional dos Movimentos Sociais do PCdoB onde é responsável pela frente de direitos humanos do  partido. É colunista do Portal Vermelho. Integra a Direção da Fundação Maurício Grabóis.

Fonte: Blog do Milton Alves

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