sexta-feira, 30 de maio de 2008

ALTAMIRO BORGES ESTRÉIA BLOG

Estreou este mês na blogosfera o camarada Altamiro Borges, o Miro.

O jornalista dirigente do PCdoB já começou a todo vapor com a campanha pela redução da jornada sem redução de salários.

Aqui no CLASSISTA, sempre são publicados os excelentes artigos classistas produzidos pelo Miro, com suas análises precisas.


Com certeza é mais uma trincheira de luta via internet.

Recomendo a leitura periódica do Blog do Miro.

Bem vindo camarada.



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quinta-feira, 29 de maio de 2008

MUITA LUTA NO 28 DE MAIO EM CURITIBA

As manifestações integrantes da campanha unificada pela redução da jornada de trabalho sem redução de salários em Curitiba foram marcadas de um lado pela garra dos trabalhadores, de outro pela truculência policial.

Trabalhadores, pelegos e polícia
Durante a madrugada, militantes da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), CUT e Força Sindical impediram a saída de ônibus de 3 das 26 garagens de Curitiba e região. Motoristas e cobradores aderiram e apoiaram o movimento pacífico que aconteceu nos portões das garagens das empresas Água Verde, Carmo e Cidade Sorriso.
Na empresa Água Verde, militantes da CTB realizaram assembléia com os trabalhadores no portão da garagem. A resposta dos trabalhadores rodoviários que possuem jornada reduzida de 36 horas foi de integral apoio à redução da jornada de trabalho a todos os trabalhadores.
Na garagem da Carmo, sindicalistas da CUT pararam as atividades e receberam a adesão de motoristas e cobradores. Utilizando do argumento de que a Prefeitura de Curitiba havia conseguido uma liminar, como sempre no calar da noite, a polícia de choque chegou ao local e violentamente dispersou os manifestantes, praticamente obrigando, pela intimidação, que motoristas e cobradores voltassem ao trabalho.
O maior confronto em garagens aconteceu na empresa Cidade Sorriso, onde estavam manifestantes da Força Sindical. Da mesma forma que em outras empresas, ali também os funcionários aderiram ao movimento pela redução da jornada. A confusão começou, segundo relatos de manifestantes, quando o presidente do Sindicato dos Rodoviários (Sindimoc), Denilson Pires, apareceu na manifestação e, ao invés de se juntar ao movimento queria obrigar os trabalhadores a entrarem para o trabalho. Em seguida a polícia de choque chega batendo, jogando bombas e atirando. Alguns manifestantes foram presos e outros feridos. Mesmo com a abertura violenta dos portões pela polícia, grande parte dos rodoviários não entraram até que o presidente do Sindimoc fosse embora.
Após os primeiros conflitos, sindicalistas da CUT bloquearam por cerva de 30 minutos a BR-476, no movimentados trevo da PUC, provocando congestionamentos.
Disposição de luta e organização
Mas a maior manifestação de trabalhadores neste 28 de maio foi promovida pela CTB na fábrica da Kraft Foods, na Cidade Industrial de Curitiba (CIC). Já bem cedo o Sindicato dos Trabalhadores da Kraft (SINTRAFUCARB) fechou os portões e iniciou a assembléia. Aos trabalhadores do 1º turno que estavam chegando de manhã, se somaram os do 3º turno que estavam terminando seu horário de trabalho. Ao todo, mais de 2mil operários se reuniram na porta da fábrica em assembléia. Militantes da Intersindical também apoiaram a paralização.
Por volta das 6h30min, Célio “Bolinha” (foto), dirigente do Sintrafucarb e da CTB-PR, iniciou a organização do fechamento das 5 pistas da Av. Juscelino Kubistchek (rodovia do Contorno Sul de Curitiba). Com segurança feita pela Polícia Rodoviária, os operários pararam toda o pesado trânsito da rodovia. Segundo informações, o congestionamento ultrapassou 14 km.
Além das bandeiras unificadas do dia 28 de maio, redução da jornada, conveções 151 e 158 da OIT e fim do fator previdenciário, os operários da Kraft também reivindicaram a construção de uma passarela sobre a rodovia, pois são constantes os atropelamentos de trabalhadores.
Em torno da 7h30min aparecem as viaturas da polícia de choque. Os policiais chegaram batendo e apontando as armas. Um carro que auxiliava no bloqueio foi literalmente carregado pelos policiais.
O clima de guerra criado pela polícia lembrou os anos de chumbo da ditadura militar. Os policiais ameaçaram o motorista do caminhão de som, apontaram armas à queima roupa para trabalhadores, entre os quais muitas mulheres. Ofensas e muitas ameaças completaram o repertório dos trogloditas de farda.
Os dirigentes do Sintrafucarb e da CTB, para evitar o confronto, organizaram o recuo dos operários que ocupavam as pistas da rodovia, concentrando-os próximo ao caminhão de som. Mesmo com toda a violência policial, os trabalhadores não se intimidaram e mantiveram uma das pistas principais parcialmente fechada e uma das marginais completamente bloqueada.
A determinação e unidade dos operários da Kraft garantiu que ninguém saísse ferido. A manifestação foi encerrada às 9 horas, conforme decidido previamente pelos trabalhadores.
Às 10 horas as centrais sindicais se reuniram na Praça do Atlético e marcharam até o centro da cidade, na Praça Rui Barbosa, para o ato público unificado. Durante o percurso muitas foram as manifestações de apoio de populares pela redução da jornada de trabalho sem redução de salários.
Essas manifestações foram mais um passo dessa luta. No próximo 3 de junho as centrais sindicais entregam em Brasília o abaixo-assinado que já ultrapassou 2,5 milhões de adeptos. Novas manifestações devem acontecer em breve e devem ampliar o movimento.

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28 DE MAIO: CTB PAROU A CIDADE INDUSTRIAL DE CURITIBA


Sindicalistas vão pedir a Requião “a cabeça” do comandante da tropa de choque


Às 3 horas da manhã desta quarta-feira, 28, perto de 100 militantes da Central dos Trabalhadores e das Trabalhadoras do Brasil (CTB), seção Paraná, saíram da sede do Sindicato dos Trabalhadores da Kraft, na Cidade Industrial de Curitiba, com a missão de interromper a saída dos ônibus da empresa Água Verde, que fica na mesma região. Os sindicalistas cumpriram a missão e atrasaram em 100% o fluxo de veículos daquela garagem pelo tempo de uma hora.


Com a missão cumprida, os dirigentes da CTB então marcharam rumo ao Contorno Sul (BR 116). Às 6 horas da manhã, os trabalhadores da Kraft, empresa multinacional que fabrica chocolates, começaram a se concentrar em frente à companhia. Célio “Bolinha” Neves, diretor do sindicato dos trabalhadores da Kraft e membro da direção da CTB, anuncia que a rodovia será fechada. A proposta é aclamada pelos cerca de 2500 trabalhadores da multinacional, que tomaram todas as faixas da larga avenida.


O presidente da CTB do Paraná, José Agnaldo Pereira, que também preside o sindicato dos trabalhadores na Kraft, do alto de um carro de som, explica os motivos do protesto: pela redução da jornada de trabalho de 44 para 40 horas, sem redução de salários, e a reivindicação de uma passarela para a travessia dos operários da fábrica, que saem dos ônibus e muitos deles encontram-se com a morte, pois são atropelados e mutilados.


Às 7 horas, as pistas da movimentada rodovia no Contorno Sul foram completamente tomadas pelos trabalhadores. Mas não foram necessário muito tempo para que a tropa de choque da Polícia Militar, denominada RONE, chegasse ao local com sirenes ligadas e atropelando dezenas de pessoas. Por sorte, ninguém se feriu.


Vendo a truculência da RONE, o sindicalista Célio Bolinha se dirige aos policiais e também é ameaçado com armas de fogo engatilhada, cassetetes e bombas. O líder cetebista não titubeia diante da ameaça e recebe imediato apoio de seus camaradas da Kraft. “A CTB vai querer saber se a ação da tropa de choque foi autorizada pelo governo estadual ou se é uma iniciativa do comando da PM”, avisou ele numa entrevista a uma estação de rádio.


“Se a ação da RONE foi autorizada pelo governo vamos rever a nossa opinião sobre ele; se foi uma ação isolada, sem a autorização do secretário da Segurança, então vamos requerer a demissão do comandante dessa operação desastrosa e violenta”, exigiu o presidente da CTB do Paraná, José Agnaldo Pereira.


“Quero acreditar que a polícia do Paraná ainda é democrática e não está aí de plantão para agredir trabalhadores que reivindicam seus direitos”, disse o sindicalista, adiantando que a CTB vai solicitar ao governador Roberto Requião a demissão do comandante da tropa choque.


Por volta das 8h, Zenir Teixeira, da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias do Paraná (Fetiep), em virtude das agressões da tropa de choque, estabelece contato com a secretaria de Segurança. Em poucos instantes, às 8h30, a RONE retira-se da rodovia. Apenas alguns poucos policiais permanecem na via pública, mas agora com a tarefa de fazer segurança aos manifestantes.


Depois de realizar essas duas agendas de lutas, os dirigentes da CTB foram ao encontro das demais centrais sindicais para seguir em passeata pelas ruas centrais da capital paranaense. O presidente da entidade, José Agnaldo Pereira, avaliou a manhã de protestos em Curitiba como vitoriosa.

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PUBLICAÇÃO CENSURADA PELO JUDICIÁRIO


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terça-feira, 27 de maio de 2008

28 DE MAIO: TODOS PELA REDUÇÃO DA JORNADA

Manifestações pelas 40h mobilizarão mais de um milhão de trabalhadores da RMC

Atos e paralisações desta quarta-feira (28) fazem parte do “Dia Nacional de Luta pela Redução da Jornada de Trabalho de 44 para 40 horas sem Redução Salarial”

A Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB-PR), a Central Única dos Trabalhadores (CUT-PR) e a Força Sindical do Paraná realizam nesta quarta-feira (28), em Curitiba, manifestações que irão envolver mais de um milhão de trabalhadores em torno da campanha pela redução da jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais sem redução salarial. As mobilizações fazem parte do Dia Nacional de Luta pelas 40 horas.

Estão previstos protestos, atos públicos e paralisações em todo o Brasil. O objetivo é sensibilizar a sociedade sobre a importância da medida e pressionar o Congresso Nacional a aprovar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) n° 393/01, que trata da redução.

Em Curitiba, será realizada passeata às 10h, da Praça do Atlético, no Rebouças, até a Praça Rui Barbosa, onde as manifestações terão prosseguimento. Antes disso, já a partir das 6h, serão realizadas assembléias e mobilizações com trabalhadores de empresas de diversos segmentos, tais como metalúrgico, petrolífero, transporte coletivo, serviço público e alimentos. Em alguns setores, os turnos matinais serão atrasados.

Haverá também uma manifestação no Contorno Sul, na CIC, em frente à indústria Kraft, das 7h às 9h. Os trabalhadores deverão parar tanto o Contorno quanto a BR-116, que fica próxima. Ainda na CIC, pela manhã, estão previstos manifestos nas principais ruas e avenidas. Após todos esses atos, os trabalhadores se dirigem à Praça do Atlético para fazer a passeata das 10h.

Leia Mais PANFLETAGEM NACIONAL AQUECE PROTESTO PELA REDUÇÃO DA JORNADA CENTRAIS PREPARAM AUDIÊNCIA NA CÂMARA DIA 3 PARA A ENTREGA DO ABAIXO-ASSINADO

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O 28 DE MAIO E A GREVE GERAL PELA REDUÇÃO DA JORNADA

O 28 de maio, com suas paralisações, passeatas e atos pela redução da jornada de trabalho, poderá ser uma virada na história do sindicalismo brasileiro. Após longo refluxo, em que minguaram os protestos, o clima é mais favorável à retomada da luta. A maioria das centrais e confederações nacionais está engajada na batalha pelas 40 horas. O 28 de maio poderá ser o estopim de ações ainda mais potentes. Amadurece a idéia de uma greve geral nacional pela redução da jornada.

Por Altamiro Borges*

A campanha pelas 40 horas sem redução de salário – que agrega também as bandeiras da ratificação das convenções 151 (direito de negociação coletiva dos servidores) e 158 (proibição da demissão imotivada) da OIT e do fim do perverso fator previdenciário – contagiou inúmeras categorias. Seu abaixo-assinado já superou a meta do um milhão de adesões, segundo balanço parcial das centrais.

Em 28 de maio, os metalúrgicos de São Paulo, ligados à Força Sindical, prometem parar várias fábricas na zona sul da capital. Já os metalúrgicos do ABC, berço político do presidente Lula, devem ocupar a via Anchieta numa fotogênica passeata. Os relatos dos outros estados também são animadores.

“Mini-revolução” no sindicalismo

No manifesto conjunto assinado pelas seis principais centrais do país (CTB, CUT, FS, UGT, NCST e CGTB), o espírito é de combate. “No dia 28 de maio os trabalhadores voltarão às ruas no Dia Nacional de Luta e Mobilização pela redução de jornada de trabalho e pela ratificação das convenções 151 e 158. De norte a sul do país ocorrerão atos públicos, passeatas e assembléias numa grande mobilização para sensibilizar o Congresso Nacional a aprovar medidas de interesse do trabalhador. É preciso lutar para que o bom momento da economia se traduza na geração de empregos, melhores salários e distribuição de renda, e na ampliação das conquistas trabalhistas."

Conforme explica o documento, a redução legal da jornada para 40 horas semanais, sem redução salarial, através da aprovação do Projeto de Emenda Constitucional dos senadores Inácio Arruda (PCdoB-CE) e Paulo Paim (PT-RS), poderá gerar 2,2 milhões de empregos no país – “além de possibilitar tempo maior para os trabalhadores se dedicarem às famílias, ao estudo, à qualificação profissional, ao descanso e ao lazer”. Já a ratificação da convenção 158 da OIT, tão temida pelo capital, dificultará a rotatividade no emprego e dará maior poder de barganha aos trabalhadores; e a convenção 151 reforçará a capacidade de negociação dos servidores. No conjunto, estas três bandeiras, se alcançadas, representarão uma “mini-revolução” no sindicalismo brasileiro.

O medo golpista da “república sindical”

Os sindicalistas que ainda não se engajaram nesta campanha – por burocratismo ou sectarismo – estão perdendo o trem da história. Na fase recente, nunca estas bandeiras estiveram tão maduras e acessíveis e isto por vários motivos.

Em primeiro lugar, o próprio crescimento da economia – embora tímido, sabotado pelo Banco Central e ameaçado pela recessão nos EUA – bate recordes na geração de empregos formais, reduz os estoques das empresas e aumenta do poder de pressão dos trabalhadores. Tanto que quase 90% das categorias pesquisadas pelo Dieese conquistaram aumento real de salário, acima da inflação, no ano passado – fato inédito nas décadas recentes.

Em segundo lugar, respira-se hoje no país mais democracia, o movimento sindical não é criminalizado e satanizado como foi durante o trágico reinado de FHC. Os canais de negociação estão abertos, mesmo que formalmente, e as centrais têm interlocução direta com o governo. Tal acesso ajudou, por exemplo, a implodir o temido Fórum Nacional da Previdência.

Em terceiro lugar, o capital esbarra em maiores obstáculos para impor novas regressões trabalhistas – como ficou evidente no veto presidencial à Emenda 3, da precarização do trabalho. Não é para menos que a mídia burguesa retoma o bordão golpista contra a “república sindical do governo Lula”.

Lula levantou a bola

Num ciclo mais favorável à luta dos trabalhadores, que pode durar pouco, a agenda sindical hoje é positiva. Apesar do silencio da ditadura midiática, o que se negocia são medidas progressivas nas relações do trabalho, como a redução da jornada e a ratificação das convenções da OIT.

O próprio presidente Lula tem levantado a bola para o sindicalismo marcar seus gols. Em recente discurso, defendeu abertamente as 40 horas semanais. “As conquistas tecnológicas não devem significar apenas aumento da produtividade e lucratividade das empresas. Elas devem também aumentar as horas de lazer do trabalho e melhorar as condições de trabalho”, afirmou.

Esta conjugação de fatores positivos é que levou as centrais sindicais e as confederações, num momento de rara maturidade, a superar suas divergências e unificar suas forças na luta por avanços nas relações trabalhistas. Apesar da fragmentação orgânica, elas hoje estão mais unidas na ação pela redução da jornada de trabalho.

O dia 28 de maio será um teste. Dependendo das mobilizações no país, estarão criadas as condições para deflagração de uma poderosa greve geral nacional e para dar uma virada no sindicalismo brasileiro. Quem se omitir pagará o alto preço no futuro. De nada adiantarão a choradeira dos burocratas e a retórica dos esquerdistas.

Altamiro Borges é Jornalista, membro do Comitê Central do PCdoB e autor do livro recém-lançado Sindicalismo, resistência e alternativas (Editora Anita Garibaldi).

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COMPANHEIRO MARULANDA: PRESENTE

As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) confirmaram neste domingo (25) a morte de Manuel Marulanda, um dos fundadores da guerrilha e seu líder máximo. ''O grande líder se foi'', informaram as Farc em comunicado, destacando também que Alfonso Cano, considerado o atual dirigente ideológico da guerrilha, vai assumir o comando.

Marulanda foi vítima de um ataque do coração, no dia 26 de março, aos 77 anos. É a terceira grande perda seguida na cúpula das Farc — apenas em 2008, já morreram o número 2 da guerrilha, Raúl Reyes, em ataque colombiano em território equatoriano, e Iván Rios, assassinado por seu próprio segurança.

A informação da morte de Marulanda havia sido adiantada pelo governo colombiano. “Manuel Marulanda, principal líder das Farc, está morto”, informou no sábado um comunicado do governo colombiano, confirmando a informação dada pelo ministro de Defesa da Colômbia, Juan Manuel Santos, à revista Semana. Santos havia afirmado que as autoridades ainda estavam checando a informação, recebida de uma fonte que ''nunca falhou''. Marulanda teria completado 78 anos em 12 de maio.

No texto oficial, o Ministério da Defesa diz que a causa da morte do guerrilheiro ainda estava sendo investigada. Em sua entrevista, Santos afirmou que Marulanda teria morrido de ataque cardíaco ou após um bombardeio do Exército. O almirante David Moreno — que leu o comunicado — disse, que no dia da morte de Marulanda, forças do Exército bombardearam a região de Meta, onde o guerrilheiro estaria escondido na época.

A princípio, o site da Anncol (Agência de Notícias Nova Colômbia), que tradicionalmente publica comunicados das Farc, disse não ter recebido nenhum informe da “única fonte verdadeira” — o secretariado da guerrilha. “Mas, se (Marulanda) morreu, sua passagem não terá sido estéril pela pátria grande de (Simón) Bolívar, à diferença de outros, que nem serão recordados”, dizia a nota da Anncol, sobre o anúncio feito por Santos.

Quem foi Marulanda

Pedro Antonio Marin — conhecido como Manuel Marulanda Vélez ou Tirofijo (tiro certeiro, em espanhol) — nasceu em 12 de maio de 1930 em Génova, departamento de Quindío. Antes de deixar o povoado, ''expulso pela violência'', foi açougueiro e lenhador. Segundo alguns de seus biógrafos, ganhou o apelido de Tirofijo pela boa pontaria — dizia-se que, ''onde punha o olho, punha a bala''.

Sua vida ficou profundamente marcada pelo assassinato, em 1948, do líder do Partido Liberal, Jorge Eliécer Gaitán. Marulanda passou a ser perseguido pelo governo de Ospina Pérez. Desde essa época, viveu foragido. O batismo de fogo como guerrilheiro teve lugar em setembro do ano seguinte — quando, acompanhado de vários irmãos e primos, atacou seu povoado natal após um ataque frustrado da polícia. Passou, então, a organizar grupos de resistência nas montanhas da região, onde ainda se escondia.

Nos anos 60, com Luis Alberto Morantes, foi um dos fundadores, das Farc, depois que o Exército colombiano desfechou uma grande operação para desmantelar a “República de Marquetalia” — um enclave rural no centro do país mantido por grupos armados de ideologia próxima ao comunismo agrário. O dia 27 de maio de 1964 é considerado a data oficial do nascimento da guerrilha de esquerda, que se estendeu a boa parte do país.

Assim como Marquetalia, outros enclaves se formaram na Colômbia durante o período conhecido como “La Violência”, de 1948 a 1958, quando os dois principais partidos do país — o Conservador e o Liberal — formaram milícias e se envolveram em sangrentos confrontos armados. Com a trégua entre as duas forças, os militares decidiram pôr fim aos redutos, obrigando Marulanda e seus aliados comunistas a se refugiarem nas montanhas.

Até 1966, as Farc eram conhecidas apenas pelo nome de ''Bloco Sul''. Seu crescimento foi modesto entre 1974 e 1982, centrado sobretudo nas zonas camponesas distantes dos grandes centros urbanos. No período, seu contingente era estimado em até 15 mil homens, espalhado por todas as partes da Colômbia e ameaçando o poder central.

Mudança de tática

O governo de Belisario Betancur (1982-86) promoveu uma ampla negociação de paz que terminou por incluir os guerrilheiros das Farc no cenário político legal do país, ao lado de outros grupos de esquerda, sob a legenda da União Patriótica (UP). Fracassadas as negociações com o governo, o grupo se estendeu a outras regiões da selva amazônica e do planalto colombiano.

A UP e a trégua na política colombiana acabou com a campanha de assassinatos — por parte de paramilitares —, que custou a vida de um número estimado de 3 mil membros do partido. Marulanda ordenou o reagrupamento das Farc, que iniciaram ofensivas maciças em todo o interior da Colômbia. Intensificaram-se os seqüestros de policiais e soldados, assim como atentados a políticos e incursões a cidades e vilas inteiras. Em quase quatro décadas, estima-se que o conflito civil no país tenha deixado mais de 30 mil mortos.

Uma nova tentativa de paz surgiu em 2001, quando o presidente Andrés Pastrana ordenou a desmilitarização de uma área equivalente à da França no sudoeste do país para servir de sede para negociações com as Farc. Marulanda fez, então, a maior parte de suas raras aparições públicas. No entanto, a iniciativa novamente não prosperou.

Desde os anos 80, Marulanda manteve, ao mesmo tempo, a influência sobre os comandantes da guerrilha e a conduta pessoal discreta. Alguns dos companheiros destacam sua aparência de “camponês bonachão”. Para muitos analistas, o carisma que levou Marulanda à máxima liderança da guerrilha decorria da capacidade de conciliar posições entre a ala política e o braço militar do “secretariado” (a instância administrativa) das Farc.

Fonte: Vermelho

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quarta-feira, 21 de maio de 2008

REDUÇÃO DA JORNADA: ABAIXO-ASSINADO VIA INTERNET

O internauta que está ansioso para assinar o abaixo-assinado das centrais sindicais pela redução da jornada de trabalho, sem redução dos salários, agora pode fazê-lo pela internet. O objetivo das centrais é arrecadar milhões de assinaturas em apoio ao projeto de lei, de autoria dos senadores Inácio Arruda (PCdoB-CE) e Paulo Paim (PT-RS), até o dia 28 de maio, data da mobilização nacional da campanha.

O endereço é reconhecido internacionalmente e as assinaturas, portanto, têm o mesmo valor da assinatura em papel. Lançado essa semana, o abaixo-assinado virtual já conta, no momento desta publicação, com mais de 580 assinaturas.

A campanha se encerra no dia 28 de maio, quando as centrais promoverão, junto com as demais entidades que compõem o movimento sindical – sindicatos, federações e confederações – um dia de luta, cujo momento mais importante será a entrega das assinaturas no Congresso Nacional pela aprovação da PEC 393/01, que reduz a jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais.

A campanha está sendo promovida por seis centrais: CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), CUT, Força Sindical, NCST, UGT e CGTB.

ASSINE AQUI O ABAIXO ASSINADO VIA INTERNET

Com informações DIAP

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VERMELHO É BICAMPEÃO DO IBEST

O portal Vermelho conquistou o tão esperado prêmio iBest 2008 como melhor página de política do Brasil. A boa nova foi comunicada nesta terça-feira (20) pelos organizadores do iBest. Em segundo lugar na categoria Cidadania/Política ficou o site Conversa Afiada, do jornalista Paulo Henrique Amorim, e, em terceiro, a página do Partido dos Trabalhadores.

A premiação, que está em sua 11ª edição, é considerada a mais importante voltada para o segmento de internet. Esta foi a segunda vez que o Vermelho ganhou o primeiro prêmio na categoria Cidadania/Política pela votação popular. A outra vez que o Vermelho conquistou o primeiro lugar foi em 2004. No ano anterior (2003), o portal da esquerda bem informada havia ficado entre os três melhores da categoria.

Outras 44 categorias também foram premiadas. Houve ainda premiações em sites regionais de cada estado. Na categoria ''Governo'', ganhou a página do programa Fome Zero. Em segundo lugar, ficou a página do governo brasileiro e, em terceiro lugar, a do Prouni.

Já na categoria melhor ''Blog de Política'', ganhou, pelo júri popular, o blog do jornalista Luís Nassif. Em segundo, ficou o blog de Mino Carta e, em terceiro, o blog de José Dirceu. Entre os blogs de política, houve também premiação pela Academia iBest, na qual votam apenas o júri especializado. Por este critério, o blog de Nassif também ficou em primeiro lugar, seguido dos blogs de Reinaldo Azevedo e de Luiz Carlos Azenha.

O Vermelho, em nome de toda a equipe, agradece a todos que o elegeram o melhor site de política do Brasil. Esta é uma vitória que merece ser comemorada não apenas pelos leitores e colaboradores do Vermelho, mas por todos os que compartilham da nossa luta por um Brasil mais justo.

Confira os vencedores do Prêmio Ibest



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TRABALHADORES DENUNCIARÃO BETO RICHA AO MP


Sindicato vai ao Ministério Público e promete fechar Contorno Sul no dia 28 de maio para preservar vidas de operários.


O presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Kraft (SINTRAFUCARB) e presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB-PR), José Agnaldo Pereira, informou nesta terça-feira (20) que a entidade vai denunciar o prefeito Beto Richa ao Ministério Público para responsabilizá-lo diretamente pelos atropelamentos e mortes ocorridas nas proximidades da fábrica de chocolates, localizada na Cidade Industrial de Curitiba (CIC).


O líder sindical também adianta que os trabalhadores da Kraft deverão paralisar as atividades no próximo dia 28 de maio, fechando o Contorno Sul por tempo indeterminado, quando, juntamente com os demais operários da região, cruzarão os braços pela redução da jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais.


“Queremos a redução da jornada de trabalho e uma passarela para salvar a vida de operários, que morrem atropelados constantemente na região”, reivindica José Agnaldo Pereira.


Na denúncia que o SINTRAFUCARB encaminhará ao Ministério Público será anexado um e-mail trocado entre o sindicato e o secretário de Governo, Maurício Ferrante, datado de 30 de janeiro de 2007, que, segundo José Agnaldo Pereira, foi desprezado. “Talvez as vidas que foram perdidas nos últimos tempos não tenham muita importância para a prefeitura, mas para nós e para as famílias das vítimas elas são muito valiosas”, criticou.


O presidente do SINTRAFUCARB disse ainda que a entidade reuniu-se várias vezes com representantes da prefeitura, da Kraft e do Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (DNIT) na busca de uma solução para o problema das mortes por atropelamentos, no entanto, “os representantes do prefeito e do DNIT sempre enrolam, como atesta o e-mail do ano passado, e por isso estamos recorrendo ao Ministério Público num ato de desespero em defesa da vida”.


Além do prefeito Beto Richa, o sindicato promete também acionar na Justiça o Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (DNIT), que estaria fazendo um jogo de empurra-empurra com a prefeitura e eximindo-se da responsabilidade com a segurança dos transeuntes na região da CIC.


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domingo, 18 de maio de 2008

INSULTO DA CAIXA REJEITADO! CONTRA-PROPOSTA SERÁ APRESENTADA

Realizou-se em 16 de maio último um evento chamado pela Contraf/CUT de “Plenária Nacional sobre PCS da Caixa Econômica Federal”. Em que pese o nome, o evento ficou muito longe de ser digno dessa deferência. A convocação, feita pela Contraf/CUT, previa apenas cerca de 100 delegados, sendo que destes 68 empregados da Caixa e o restante os membros efetivos do Comando Nacional. A Caixa possui aproximadamente 75 mil empregados.

Obviamente este fato restringiu o debate a uma parcela da direção das entidades sindicais. Mantendo a escrita, a Contraf/CUT debate na cúpula e não cultiva, com raras exceções, o hábito do respeito à diversidade de opiniões.

Mesmo com tudo isso o evento foi capaz de avançar em alguns aspectos. Primeiramente todos rejeitaram o insulto apresentado pela Caixa. Também foi consenso a não aceitação de qualquer vínculo com os planos da FUNCEF para adesão ao novo Plano de Cargos e Salários (PCS).

Em que pese as divergências, muitas só de faz de conta, conseguiu-se chegar a uma contra-proposta dos empregados para a Caixa e o governo mais avançada que o previsto.

A proposta saída da “plenária” não é o ideal; também está longe de ser o que merecem os empregados da Caixa; tampouco supre a correção dos problemas que se avolumam desde o governo Collor; e ficou aquém do que a Caixa e o governo podem ceder.

No entanto, dada a atual fragilidade do movimento, o engessamento de significativa parcela das direções sindicais que se recusaram a submeter a contra-proposta à assembléias, o governismo de muitos e a insatisfatória mobilização dos empregados, a contra-proposta atende ao menos pontos fundamentais. A contra-proposta prevê uma unificação de fato das tabelas salariais do PCS89 e PCS98 em uma nova tabela que volta a dar perspectivas ao conjunto dos empregados, como também prevê uma reparação pelos anos sem reajuste e sem ascenção na carreira. A contra-proposta também conseguiu, de certa forma, unificar diversas vertentes do movimento dos empregados da Caixa em torno dela, por contemplar alguns pontos considerados chave.

É bom que, a partir de agora, os empregados da Caixa acompanhem mais de perto os sindicatos e passem a participar das atividades e, em especial das assembléias que estão previstas para acontecer após a resposta da Caixa e do governo para a contra-proposta, bem como da nova Plenária Nacional que acontecerá em 28 de junho, dessa vez esperamos que com critério que permita a expressão real dos anseios dos empregados.

Veja a contra-proposta:

- Tabela salarial unificada de 36 níveis

- Piso de R$1.244,00 (equivalente à ref. 101 do PCS98)

- Teto de R$3.700,00

- 1 a 2 deltas por ano por merecimento

- Criação de comissão paritária (CEF e empregados) para acompanhar a implantação da avaliação de merecimento

- Avaliação de merecimento cruzada

- Possibilidade de migração para a nova tabela dos Técnicos Bancários Superiores (TBS)

- Recusa do limite orçamentário de 1% da folha de pagamento para concessão das promoções por merecimento

- Recusa da vinculação do novo PCS aos planos da FUNCEF

- Concessão, após a migração para a nova tabela, de 1 delta a cada 2 anos trabalhados, contando a partir de 1992, a título de compensação do período que não houve promoções por merecimento a Escriturários e Técnicos Bancários (TB).

Calendário

- 4/jun – Dia nacional de luta pelo PCS

- 26/jun – Assembléias nas bases para avaliar os resultados das negociações

- 28/jun – Plenária Nacional

Veja o insulto apresentado pela Caixa

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CTB LAMENTA SAÍDA DE MARINA SILVA DE MINISTÉRIO

A Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) entende que a saída de Marina Silva do Ministério do Meio Ambiente (MMA) é uma grande perda para o governo e para o país. Sua atuação firme e decidida na defesa do meio ambiente e dos interesses nacionais fez do MMA uma das trincheiras mais destacadas do governo nesta frente de batalhas estratégica, que é a defesa das riquezas nacionais e do patrimônio natural brasileiro.

Para a CTB, questões de fundo motivaram as condições que impossibilitaram a sua permanência à frente do MMA. A expansão da fronteira agrícola e a pressão por medidas que agridem a natureza, num momento em que cresce a consciência nacional sobre a defesa do patrimônio natural, estabelece conflitos de interesses que precisam de respostas cada vez mais conscientes do povo brasileiro. E a ministra cumpriu este papel com abnegação e competência.

O desenvolvimento do país precisa, evidentemente, de ações que conciliem o progresso com a defesa dos interesses nacionais. Cada vez mais, o Brasil avança rumo à criação de condições para firmar sua soberania, mas esta dinâmica não pode prescindir de muita responsabilidade no trato da questão ambiental.

Reforma agrária profunda

O presidente da República, Luis Inácio Lula da Silva, reafirmou o seu compromisso de não mudar a política ambiental do governo. Mas o povo precisa ser conscientizado cada vez mais sobre os riscos representados pela pressão imperialista e pelos interesses da elite brasileira, interessados em uma exploração predatória da natureza a fim de satisfazer seu apetite sempre crescente por mais lucros.

A expansão da fronteira agrícola deveria ocorrer por meio de uma reforma agrária profunda, que garantisse o aumento da produção de alimentos e a subsistência digna de milhões de pessoas que lutam por um pedaço de terra. Nesse sentido, a CTB reitera o seu apoio à manutenção da política ambiental implementada por Marina Silva e manifesta sua irrestrita solidariedade a ela.

Fonte: Portal CTB

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É POSSÍVEL TRABALHAR 12 HORAS POR SEMANA

Tecnicamente já é possível trabalhar 12 horas por semana, afirma presidente do Ipea

O presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Márcio Pochmann, defendeu nesta terça-feira (13), durante o 1º encontro nacional do Forum Sindical dos Trabalhadores (FST), que tecnicamente já é possível ter atividade laboral 12 horas por semana. Essa possibilidade é apontada nas novas formas de gestão do trabalho.

Para Pochmann, a realização do evento é uma iniciativa importante para mudar os rumos dos trabalhadores do País. “A redução da jornada de trabalho é um luta de mais de três séculos e jornada de trabalho menor permitiria que todos estivessem trabalhando”, acredita e defende.

O uso da Internet, do celular e demais tecnologias é trabalho e propiciam que cada vez mais seja realizado em casa. “Este trabalho não é medido e, portanto, não é dividido”, defende Pochmann.

Pochmann apresentou um raio x da atual situação de empregabilidade do País, quais sejam:

1) temos 22 milhões de aposentados e quase 6 milhões continuam trabalhando;

2) 4 milhões de trabalhadores tem mais de dois ou três empregos;

3) mais de 6 milhões de jovens de 16 anos estão trabalhando apesar da proibição;

4) atualmente 8 milhões de trabalhadores estão desempregados;

5) 10 milhões de trabalhadores têm jornada de trabalho reduzida

A redução da jornada de trabalho com a diminuição do salário, na avaliação do economista, vai estimular a hora-extra e a procura de novos postos de trabalho para compensar a perda remuneratória. “12% dos trabalhadores faziam hora-extra antes da Constituição de 88. Após a Carta Magna, esse percentual subiu para 40% porque houve redução da jornada e do salário”.

Ainda segundo entendimento de Pochmann, o tempo de trabalho no Brasil é mal distribuído. No século 21 os setores terciários [comércio e serviços] concentram sete de cada dez empregos. (Alysson Alves)

Fonte: DIAP

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DIA DE LUTA PELA REDUÇÃO DA JORNADA

Augusto Cezar Petta*

O Professor Marcio Pochmann, Presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), tem enfatizado a importância da redução da jornada de trabalho. Faz uma proposta inovadora e ousada,de que até o final do século XXI, a jornada deveria ser de 12 horas semanais, dividida em 3 dias de 4 horas, com a inserção do jovem no mercado de trabalho a partir de 25 anos de idade, considerando-se que a expectativa média de vida vai se aproximando dos 100 anos.

Fundamenta-se no fato de haver uma enorme concentração de renda nas mãos de um pequeno número de capitalistas que evitam, a todo custo, distribuí-la para o conjunto da população.Evidentemente, essa proposta vem acompanhada da necessidade de uma melhor distribuição de renda e de que os trabalhadores tenham maiores possibilidades de se envolverem em outras atividades e não somente no exercício direto de sua profissão.

A proposta do Professor Pochmann causa-nos impacto. Será a mais adequada? Será viável? Mesmo com o avanço considerável das forças produtivas, as dificuldades são enormes, em função das atuais relações de produção se constituir em sérios obstáculos ao desenvolvimento. É difícil, para muitos, imaginarem jornada de 12 horas, sobretudo nesse momento, de intensa precarização do trabalho. Constata-se historicamente, no entanto, que no século XVIII, com a Revolução Industrial, homens, mulheres e crianças eram submetidos a uma jornada de trabalho de 18 horas diárias, e que hoje, em muitos países, a jornada de trabalho é de 8 horas diárias, chegando, por exemplo, na França a 35 horas semanais.

Será que aqueles trabalhadores do início da Revolução Industrial previam que essa redução iria ocorrer? Qual o fator decisivo para essa significativa redução? Ao lado do desenvolvimento das forças produtivas, destacam-se os trabalhadores que, em vários países e em vários momentos, ergueram a bandeira da redução da jornada e, através da organização e mobilização, conquistaram vitórias significativas. Vejamos alguns exemplos:

1) Estados Unidos, 1857 - Greve e ocupação de uma fábrica de tecidos em Nova York por melhores salários e redução da jornada de 16 para 10 horas diárias - 130 operárias foram mortas. Esse episódio deu origem ao Dia Internacional da Mulher - 8 de março 1886 - Greve e Manifestações em Chicago por melhores salários e redução da jornada de 13 para 8 horas diárias - 6 trabalhadores mortos nas manifestações e 4 líderes operários julgados e enforcados. Esse episódio deu origem ao Dia Internacional do Trabalhador - 1º de maio. Depois destas e de outras intensas lutas, o Congresso dos Estados Unidos, em 1890, aprovou a jornada de 8 horas semanais.

2) Brasil. No início do século XX, várias greves, inclusive a de 1917, tiveram como uma das bandeiras principais a redução da jornada de 10 a 12 horas para 8 horas diárias. Após decretos que previam a redução de jornada, a Constituição Federal de 1934 determinou a jornada de trabalho de 8 horas diárias e 48 horas semanais. No final dos anos 70, o movimento sindical retomou suas lutas, com o enfraquecimento da ditadura militar, incluindo-se as grandes greves no ABC paulista. A Constituição Federal de 1988 determinou a redução da jornada de 48 para 44 horas semanais. A partir dos anos 90, com o advento do neoliberalismo, da reestruturação produtiva e das novas técnicas gerenciais, o trabalho foi profundamente atingido com a desregulamentação e a flexibilização dos direitos, com o aumento do desemprego, aumento de horas extras, "banco de horas", terceirização.

Estima-se que o tempo de deslocamento do trabalhador é, em média, de duas horas diárias, que não são remuneradas. Mesmo com essas condições adversas, o movimento sindical brasileiro mobiliza-se atualmente para dar continuidade a essa luta histórica pela redução da jornada sem redução de salário. As Centrais Sindicais unificadamente, inclusive a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil – CTB, priorizam a luta pela aprovação do Projeto de Emenda Constitucional 393/01, dos atuais Senadores Paulo Paim(PT-RS) e Inácio Arruda(PCdoB-CE), que reduz a jornada de 44 para 40 horas semanais. Segundo o Dieese, a efetivação dessa redução permitirá a abertura de aproximadamente 2 milhões e 200 mil novos empregos com carteira assinada.

A conquista da redução para 40 horas semanais será um passo rumo à proposta de 12 horas semanais defendida pelo Professor Pochmann. É o que se apresenta como viável nesse momento. A redução da jornada contribuirá para que os trabalhadores tenham condições de exercer os direitos sociais e subjetivos referentes à educação, saúde, lazer, convivência familiar e social, cultura, esporte. Contribuirá, portanto, para que os trabalhadores se desenvolvam integralmente.

Não podemos perder essa oportunidade que se apresenta. As Centrais Sindicais, mesmo não realizando atos unitários em todo o país no dia 1º de MAIO, colocaram como unitária a prioridade da luta pela redução da jornada. Essa bandeira recebeu apoio do Presidente da República e do Ministro do Trabalho, além de outras personalidades do Executivo e do Legislativo.

Como a história nos mostra, só obteremos essa vitória se intensificarmos a organização e a mobilização dos trabalhadores. Por isso, devemos continuar coletando as assinaturas de apoio ao Projeto de Emenda Constitucional que estabelece a redução da jornada de 44 para 40 horas semanais. E devemos trabalhar para o sucesso do DIA NACIONAL DE LUTA e PARALISAÇÕES, 28 de MAIO de 2008, que além de incluir como bandeira fundamental a redução da jornada, inclui a luta pela ratificação das Convenções 158 da OIT, que impede demissão imotivada, e 151 que trata das negociações no setor público. Augusto Cezar Petta é diretor do Sindicato dos Professores de Campinas (Sinpro) e coordenador do Centro de Estudos Sindicais (CES)

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AUMENTO DOS JUROS É CULPA DO LULA

Altamiro Borges*

A recente decisão do Banco Central de elevar em 0,5% a taxa básica de juros e a sinalização de que novos aumentos ocorrerão nas próximas reuniões do Copom (Comitê de Política Monetária) continuam gerando queixas de amplos setores da sociedade. Não são apenas as centrais sindicais e as entidades patronais do setor produtivo que criticam a política macroeconômica do governo. Dos corredores do Palácio do Planalto, o tom da crítica tem se inflamado. A própria composição heterogênea deste segundo mandato do presidente Lula, com a indicação de vários economistas ligados à visão desenvolvimentista, estimula as divergências interrnas, que ficam mais ácidas.

O vice-presidente José Alencar, na sua heróica cruzada, resolveu chutar o balde. Para ele, o BC adota uma orientação “imbecil” ao elevar os juros e desestimular o desenvolvimento. Na véspera do 1º de Maio, ele esculhambou a ortodoxia monetária. “Os juros brasileiros estão num patamar muito superior ao internacional. Estamos pagando mais de seis vezes acima da taxa média do mundo, de 1%”. Ele ironizou os burocratas do BC que fazem terrorismo com o risco da inflação. “Você não pode achatar o consumo de quem não consome. No Brasil, ainda há muita gente que não consome o necessário para viver. Não temos de ter medo do consumo, mas sim da fome”.

BC beneficia minoria de privilegiados

Dias antes, o economista Paulo Nogueira Batista Jr., indicado pelo governo como representante do país junto ao FMI, também saiu atirando. “A subida dos juros atinge não só o consumo, mas também os investimentos privados... Ao diminuir a oferta, a política monetária apertada solapa a sustentabilidade da expansão econômica... Infelizmente, os problemas não param por aí. Os juros mais altos elevam o custo da dívida interna e desajustam as contas governamentais. Concentram a renda, pois beneficiam a minoria de privilegiados (brasileiros e estrangeiros) que são credores diretos e indiretos do governo. E, como se isso tudo não bastasse, contribuem para agravar a valorização do real, ameaçando recriar o problema da vulnerabilidade externa no médio prazo”.

Outro recém-indicado para um posto estratégico do estado, o economista Marcio Pochmann, que hoje preside o Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea), também não poupou críticas. Numa entrevista audaciosa, ele afirmou que o aumento de 0,5% na Selic, que pulou para 11,75% ao ano – a maior taxa de juros do planeta –, indica que “não há uma coordenação perfeita dentro do governo Lula. A decisão anterior de estancar a queda dos juros e a atual de elevar a Selic mostra que o Banco Central opera em sentido, e o Ministério da Fazenda, em outro. Ela expressa a ausência de uma maioria política que diga: o nosso projeto é o de crescimento”.

Copom desacatou o governo “Essa decisão é um claro sinal de que não existe convergência no governo. Há um grupo político que defende a estabilidade monetária a qualquer preço. Ela talvez tenha sido uma das mais tensas porque [antes] o processo de decisão ocorria sem grande contestação, sem grande reação social e política... Vejo hoje no governo Lula um aumento da disputa. A decisão do Copom pode acirrar a polarização, que tem implicação política mais abrangente. Diria que parte da tensão, que se deu no período que antecedeu a decisão, foi estimulada. O BC teve uma posição muito ousada, subiu os juros sabendo que dentro do governo havia posição contraria à sua decisão”.

Para Pochmann, mantido o viés de alta na taxa de juros, os efeitos destrutivos serão inevitáveis. “Vai ter impacto nas pessoas ou empresas que tomam crédito e na dívida pública. Pode também atrair mais recursos estrangeiros especulativos ao país. Teremos uma taxa de câmbio ainda mais valorizada, com maior dificuldade para a exportação e maior estímulo à importação, além da substituição de produtos nacionais por importados. Mas o impacto na economia real deve ocorrer a partir do segundo semestre”. Ele lembra que 44% do PIB já circulam no setor financeiro. “Com a elevação do juro, cria-se maior constrangimento para aplicar o dinheiro em máquinas, fábricas e compra de equipamentos. Quem tem dinheiro para aplicar acaba sempre preferindo a liquidez”.

“Miopia e má fé” do Banco Central

As críticas que partem do interior do próprio governo fortalecem a pressão da sociedade contra a orientação rentista do BC. O PCdoB, mantendo sua independência, produziu cartazes e adesivos com o slogan “juros altos, não”, e a sua bancada no parlamento discursou contra a medida. Já os movimentos sociais realizaram um protesto, ainda que tímido, em frente à sede do Banco Central em Brasília. As centrais sindicais, por sua vez, construíram um manifesto unitário condenado a decisão. “Os juros altos seguem na contramão da produção, do crédito e do consumo. Elevá-los ainda mais significa impor novos obstáculos ao desenvolvimento com distribuição de renda e valorização dos trabalhadores”, diz o texto assinado pela CTB, CUT, FS, UGT, CGTB e NCST.

Até o PT, o partido do presidente, endureceu seu discurso. Sua executiva nacional aprovou nota áspera criticando o aumento dos juros. José Dirceu, ex-homem forte do governo e que ainda goza de influência entre os petistas, deu a linha. Seu blog virou uma trincheira na luta contra o BC. Na véspera do 1º de Maio, um novo petardo. “Como não acredito em duendes, estou impressionado com a miopia e a má fé que vão tomando conta de algumas autoridades da equipe econômica do governo. Aos poucos, elas impõem ao Brasil uma falsa questão, a da ameaça de inflação... O BC criou esse ambiente de pânico forçado, de medo da inflação”. Apesar da aspereza, Dirceu insiste em livrar a cara o presidente Lula. “Ele deixou clara a sua opção pela não elevação dos juros”.

A “neutralidade” do presidente O dilema da luta contra a política de “vôo da galinha” do BC (ciclo de expansão da economia de curta duração e pé no freio dos juros altos) reside exatamente neste paradoxo. Não basta apenas pedir as cabeças de Henrique Meirelles e dos outros sete diretores do Banco Central que decidem os rumos da economia nas reuniões herméticas do Copom (Alexandre Tombini, Alvir Hoffmann, Anthero Moraes, Antonio Matos Vale, Maria Berardinelli, Mário Torós e Mário Mesquita). Não dá para imunizar Lula, que insiste em afirmar que é “neutro” diante da ortodoxia dos tecnocratas. Afinal, quem nomeia o presidente do BC é o presidente Lula, eleito por milhões de brasileiros!

Apesar da pressão dos neoliberais, o Banco Central do Brasil ainda não tem autonomia legal – na prática, manda e desmanda. Mesmo a desculpa da “neutralidade técnica” não serve. Nos EUA, o paraíso da desregulamentação financeira, o BC local, o FED, não fica preso às metas de inflação, juros e cambio. Diante do risco de recessão, ele enterra as teses neoliberais e adota medidas para reduzir os juros e elevar os investimentos e o crédito, com o objetivo de alavancar o combalido crescimento da economia. Neste sentido, o BC do Brasil é mais realista do que o BC dos EUA. Na brincadeira, dá até para propor o “imbecil” do Bush para presidência do nosso Banco Central.

O “momento mágico” da especulação

O problema da alta dos juros, que tende a ser mantida nas próximas reuniões do Copom, é que o governo Lula não está disposto a enfrentar a ditadura do capital financeiro. Ele evita contrariar os interesses dos banqueiros e das 10 mil famílias de rentistas do país. Diante da recente notícia de que as “agências de risco” elevaram o patamar de investimento “seguro” do Brasil – o que deve atrair ainda mais capital especulativo e agravar a crise cambial –, Lula revela que manterá a atual política macroeconômica. Deslumbrado, ele garante que o país vive um “momento mágico”. Já Henrique Meirelles, que parecia isolado, volta a cantar de galo, reforçando o seu cacife do BC.

Como afirma Marcio Pochmann, o entrave para um desenvolvimento mais robusto da economia brasileira decorre da correlação de forças na sociedade. “Ele expressa a ausência de uma maioria política que diga: o nosso projeto é o do crescimento”. O fato positivo deste segundo mandato é que na luta entre estes dois projetos (neoliberal e desenvolvimentista), atualmente há um núcleo mais progressista no governo com coragem para colocar a boca no trombone. O que falta nesta contenda estratégica é uma maior pressão da sociedade, que agende protestos permanentes contra os banqueiros encastelados no BC, que reforce o núcleo desenvolvimentista e que pressione o governo Lula, alertando para o perigo – inclusive eleitoral – dos medíocres “vôos de galinha”.

Altamiro Borges é jornalista, Secretário de Comunicação do Comitê Central do PCdoB e editor da revista Debate Sindical.

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domingo, 11 de maio de 2008

8ª ENQUETE DE CLASSE

Encerrou em 30 de abril a 8ª Enquete de Classe desse blog.

A pergunta foi:

Você concorda com o aumento da taxa de juros no Brasil?

9 (100 %) companheiros responderam que NÃO!

Só banqueiro mesmo para concordar com esse assalto ao país que é essa obscena taxa SELIC em 11,75% aa. É um programa de transferência de renda dos pobres aos especuladores, como um Robin Hood às avessas, um legítimo bolsa-banqueiro. Até quando o governo Lula, que foi eleito pelos trabalhadores brasileiros irá permitir que Meirelles e sua corja mandem na economia?

Agradecimentos àqueles companheiros que responderam a Enquete de Classe.

E respondam a nova pergunta.

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ATO EM SP MARCA ESTRÉIA DA CTB NO 1º DE MAIO

O 1º de Maio da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) em São Paulo, organizado em conjunto com a União Sindical dos Trabalhadores (UST), reuniu, durante todo o dia, milhares de pessoas na Praça Brasil, Cohab José Bonifácio — também conhecida como "Cohab II" —, para prestigiar o show cultutal e o ato político da central. Segundo Onofre Gonçalves de Jesus, secretário-geral da CTB-SP e responsável pela organização do evento, a região, que fica na Zona Leste da cidade, conta com cerca de 170 mil famílias — umas das maiores comunidades paulistanas.

Por Osvaldo Bertolino

Às 16hs, após uma maratona de shows que começou às 10hs, as lideranças sindicais e políticas discursaram para um público atento. Wagner Gomes, presidente nacional da CTB, inicou o ato político saudando os presentes num dia especial para os trabalhadores em todo o mundo. Em seguida discursou o secretário-geral da Federação Sindical Mundial (FSM), George Mavrikos. Ele disse que trazia uma saudação especial da FSM, que representa 65 milhões de trabalhadores em todo o planeta.

Segundo ele, na Europa, na Ásia e em todas as partes do pleneta os trabalhadores vêem com otimismo a evolução e os processos pelos quais a América Latina está passando. "Apoiamos as mudanças que ocorrem na Venezuela, na Bolívia, no Paraguai, na Nicarágua e no Equador", disse ele. "Apoiamos os governos que dizem 'não' aos imperialistas norte-americanos e da Otan, assim como apoiamos a revolução cubana", destacou.

Frase de Karl Marx

Para Mavrikos, cada povo deve decidir seu presente e seu futuro. "A FSM chama a todos os trabalhadores da América Latina a unir-se e a lutar contra o inimigo comum, a lutar contra as discriminações, contra a pobreza e contra a exploração", ressaltou. Para isso, segundo ele, o mundo precisa de um movimento sindical vivo, democrático, de orientação classista, que contribua efetivamente para as mudanças políticas e sociais.

Mavrikos também lembrou a hipocrisia do governo dos Estados Unidos, dos organismos internacionais e da União Européia quando falam em combate à pobreza. "São hipócritas porque é da sua política que vêm a pobreza para muitos e a riqueza para poucos, a exploração e as guerras", disse ele. "Lutamos contra eles, lutamos por uma sociedade justa, sem exploração do homem pelo homem, contra o imperialismo e o neoliberalismo", enfatizou. E terminou citando a frase famosa de Karl Marx: "Trabalhadores de todo o mundo, uni-vos!"

Evento comercial

Em seguida falou Margarete Gomes Valente, integrante do diretório municipal do PT, que saudou o ato em nome do deputado federal Gilmar Tatto, do deputado estadual Enio Tatto e do vereador Arcelino Tatto — todos do PT. O deputado federal Aldo Rebelo (PCdoB-SP) foi o orador seguinte. Ele lembrou que o 1º de Maio é um dia mundial em que os trabalhadres vão às ruas e às praças em defesa do emprego, de melhores salários, moradia digna, educação e segurança. O deputado explicou que São Paulo é uma cidade em que as injustiças ainda predominam.

Para Wagner Gomes, o ato superou as expectativas. "Tivemos pouco tempo para a preparação e divulgação, por isso o número de pessoas presentes surpreendeu", disse ele. O presidente da CTB ressaltou que durante o ato político a população permaneceu atenta às mensagens dos líderes sindicais e políticos. "Este dia é muito importante para os trabalhadores e valeu o esforço gigantesco dos organizadores do evento para obtermos o sucesso que vimos aqui", disse ele.

Severino Almeida, secretário de relações internacionais da CTB, também fez uma avaliação positiva do evento. "Vejo este ato com otimismo, porque a CTB em curto espaço de tempo conseguiu organizar uma atividade que reuniu esta multidão que está aqui", disse ele. João Batista Lemos, secretário adjunto de relações internacionais, também elogiou o ato e lembrou que o ideal seria a realização de um 1º de Maio unitário e politizado. "Infelizmente, a CUT e a Força Sindical optaram pelo caminho de procurar grandes patrocinadores para transformar este dia em um evento comercial", afirmou.

Teste de mobilização

Antônio Lopes, scretário de Finanças da CTB-SP, também fez uma avaliação positiva do ato. "O evento superou todas as expectativas, tendo em vista o curto espaço de tempo para a sua preparação e divulgação", disse ele. Lopes lembra que este é o primeiro ato público organizado pela CTB, o que mostra o seu potencial de mobilização. Nivaldo Santana, vice-presidente nacional da CTB, também registrou a boa presença de público no ato. "A CTB passou no teste de mobilização porque em 15 dias conseguiu organizar este evento representativo", afirmou. Para ele, a CTB já é uma central com presença consolidada no movimento sindical.

Onofre, o secretário-geral da CTB-SP responsável pela organização do evento, estimou que 10 mil pessoas estavam presentes quando o cantor Netinho preparava-se para subir ao palco, logo após o ato político. Ele, que é morador da região, registrou que a resposta da população à convocação da CTB e da UST se deve ao fato de ali haver uma densa população trabalhadora. "Os moradores entenderam o propósito do nosso ato e nos receberam de braços abertos, ouvindo nossas mensagens e prestigiando o evento", completou.

Orgulho para a FSM

Em uma rápida conversa com o "Portal da CTB", com tradução para o espanhol de Fotini Malisiova, Mavrikos disse que optou por acompanhar o 1º de Maio do Brasil por causa da importância que a CTB tem para o movimento sindical classista mundial. "Este é o dia mais importante para os trabalhadores em todo o mundo e, hoje, temos a oportunidade de demonstrar a nossa luta contra a discriminação, a pobreza e a exploração", afirmou. Ele lembrou que a FSM conta com 180 entidades sindicais filiadas, em 80 países, e representa 65 milhões de trabalhadores.

Mavrikos disse que é a segunda vez que vem ao Brasil e que ficou impressionado com a força demosntrada pela CTB. Para ele, a central tem um papel de destaque no processo de mudanças pelo qual passa a América Latina. Segundo o secretário-geral da FSM, a CTB é uma organização sindical classista e certamente vai ocupar um espaço importante no movimento sindical da região. Mavrikos ressaltou que a central, junto com a CGTB — que também é filiada à FSM —, pode desenvolver ações conjuntas. E enfatizou que as mudanças em curso na América Latina influenciam a luta dos povos em todo o mundo.

Ramón Cardona, secretario da FSM para as américas, também registrou seu otimismo com a CTB. "Para uma central que nasceu há apenas 4 meses, reunir essa massa é motivo de comemoração", disse ele. "Temos orgulho de ter a CTB filiada à FSM", destacou.

Fonte: Portal CTB

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