terça-feira, 25 de março de 2008

TIBETE: VERDADES E MENTIRAS

Nas últimas semanas, muitas têm sido as manifestações de governos, jornalistas e intelectuais “independentes”, ONGs de todo tipo e até mesmo atletas sobre os recentes acontecimentos na região autônoma do Tibete, na China.

O que se vê, por intermédio dos meios de comunicação dominantes, é um massacre perpetrado pela China contra o povo tibetano que deseja sua independência.

Qualquer um que se preocupe em refletir sobre realidades duvida das “verdades” apresentadas pelo pensamento único dominante.

Portanto, nesse momento em que em uníssono, os instrumentos do status quo proclamam uma única “verdade”, cabem diversos questionamentos.

Quem é o “pacifista” Dalai Lama? Quem “elegeu” o tal governo exilado comandado pelo Dalai Lama? O Tibete é mesmo um país ocupado pelos chineses? Os tibetanos são mesmo oprimidos pelo governo central da China? Os religiosos são perseguidos? Os EUA e a UE estão mesmo preocupados com os direitos humanos? Entre muitas outras perguntas, naturalmente.

Aparentemente, mais uma vez, por trás de palavras bonitas e humanitárias estão os conflitos políticos e econômicos. A China amedronta o ocidente capitalista. O dragão é cada vez mais agressivo, vencendo os ocidentais, inclusive em seu próprio jogo, o mercado. O que provoca o medo nas potências imperialistas é que o dragão é vermelho.

Aproximam-se os jogos olímpicos de Pequim, imensa oportunidade para os chineses demonstrarem ao mundo suas qualidades, capacidades e realizações. Por isso, da mesma maneira que os boicotes foram utilizados como armas na dita guerra fria, as potências imperialistas e seus intelectuais e atletas “independentes” ensaiam boicotes aos jogos de Pequim sob o falso pretexto dos direitos humanos, que essas mesmas potências jamais respeitaram.

Para entender melhor o assunto, e poder responder às perguntas levantadas aqui e outras, recomendo a leitura dos textos:

Elias Jabbour: História, interesses e verdades sobre o Tibete

Duarte Pereira: Os mitos e os fatos concretos sobre o Tibete

Humberto Alencar: Quem é o “pacifista” Dalai Lama

China protesta contra EUA por condecoração ao Dalai Lama

Dalai Lama vai a Portugal para “ensinar e sorrir”

Resistir.info: CIA: Fomos nós que preparamos a insurreição no Tibete

Vermelho: Ofensiva antiolímpica do separatismo no Tibete

Vídeo: Quem são os brutos e os pacíficos no Tibete



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PCdoB: 86 ANOS DE LUTA PELO SOCIALISMO


VIVA OS 86 ANOS DO PARTIDO COMUNISTA DO BRASIL

VIVA O SOCIALISMO

Renato Rabelo
PCdoB 86 anos: mais ousadia a serviço dos trabalhadores e da nação




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sexta-feira, 21 de março de 2008

HSBC ENVENENA TRABALHADORES

Na última quinta-feira, 20 de março, cerca de 80 empregados do banco HSBC em Curitiba necessitaram de atendimento de emergência.

Pela manhã, após aplicação de pesticida em plantas em torno do bloco 2 do Centro de Serviços Vila Hauer, trabalhadores começaram a sentir os efeitos do veneno. Tonturas, vômitos, desmaios e o banco mantendo o trabalho normal.

O ambulatório existente no local fez os primeiros atendimentos e dispensou os atingidos. Uma bancária foi internada após chegar em casa. Ao menos 3 bancários foram internados por envenenamento.

O Sindicato dos Bancários de Curitiba foi informado do ocorrido tempo depois dos primeiros atendimentos e destacou seus dirigentes para o local. Após horas de insistência, o banco decidiu, finalmente, por volta das 15h30, evacuar todo o prédio.

Isso mostra qual é o único compromisso do banco campeão de demissões. A sede de lucro do banco inglês não tem limite. Como se não bastasse as constantes demissões de centenas de bancários, o HSBC agora envenena seus empregados e quer que eles continuem trabalhando.

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terça-feira, 18 de março de 2008

PCdoB/CURITIBA DÁ ARRANCADA NA LUTA POR REFORMAS DEMOCRÁTICAS

No último sábado, dia 15, na sede da Federação dos Trabalhadores da Agricultura do Estado do Paraná (Fetaep),com a presença de dirigentes dos comitês municipais de Curitiba e da região metropolitana, lideranças sindicais, juvenis, comunitárias e de representantes do Partido dos Trabalhadores (PT) e do Partido Verde (PV), os comunistas curitibanos lançaram a campanha por reformas democráticas.

O Secretário Nacional de Comunicação Altamiro Borges (foto), fez a exposição inicial enfatizando a importância da luta por reformas estruturais. Segundo o dirigente, “o governo de Lula garantiu inúmeros avanços, mas vive uma situação paradoxal, onde uma mídia conservadora e agressiva pauta os partidos de direita no Congresso, os tucanos e os “demos”, apresentando uma agenda negativa para o país. É preciso reverte esse quadro. O PCdoB apresenta uma proposta de seis reformas fundamentais para o Brasil. É uma nova agenda para o país”, afirmou.

Reformas para avançar

Para Altamiro Borges, “o quadro é favorável, e permite as condições para a esquerda avançar. As reformas tributária, política, agrária, dos meios de comunicação, urbana e educacional abarcam anseios políticos e sociais. Os movimentos socais tem um papel fundamental nessa luta. É preciso vencer a fragmentação, o corporativismo”.

O Presidente Estadual do PCdoB e membro do Comitê Central, Milton Alves, assinalou que “o PCdoB apresenta uma agenda política para o país, ampla e necessária, visando galvanizar as energias dos setores populares e democráticos”. Disse ainda “temos que fazer a ligação da luta pelas reformas democráticas e as eleições de outubro”.

Inúmeras lideranças em seus pronunciamentos ressaltaram a necessidade de intensificar a luta por reformas democráticas. O membro da coordenação estadual da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil – CTB, Célio Neves declarou “que os trabalhadores são os mais interessados nas reformas. Os trabalhadores, através das centrais e sindicatos devem abraçar a campanha, pautar no cotidiano do nosso trabalho, as propostas apresentadas pelo partido”.

Mobilização

Novas plenárias estão convocadas em diversas regiões do estado. A próxima ocorrerá no dia 29, em Londrina, norte do estado.
A plenária de Curitiba também tratou de assuntos relacionados a estruturação partidária. Foram aprovadas medidas de ampliação da aquisição da carteira do militante, a realização dos cursos básicos de vídeos e a preparação das homenagens aos 86 anos de existência do PCdoB.

Fonte: Blog Vermelho (PCdoB-PR)



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CENTRAIS SINDICAIS BRASILEIRAS: DO ACÚMULO DA EXPERIÊNCIA PROLETÁRIA À CTB

Indico aqui a leitura do artigo do companheiro Diorge Alceno Konrad, publicado no Vermelho.

O texto, recheado de fatos históricos, ilustra o processo de construção dos movimentos dos trabalhadores brasileiros desde o início do século XX, quando das primeiras greves. Konrad analisa o acúmulo de experiência e força das classes trabalhadoras nos diversos estágios da luta e da organização, nos diversos enfrentamentos com a burguesia.

Desde a fundação da primeira central sindical, a Confederação Operária Brasileira (COB), em 1906, até a recente construção da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), o artigo demonstra a pluralidade e unidade do movimento sindical brasileiro e as possibilidades e necessidades de avanço da atual conjuntura.

Leitura imprescindível.

CENTRAIS SINDICAIS BRASILEIRAS:

DO ACÚMULO DA EXPERIÊNCIA PROLETÁRIA À CTB

por Diorge Alceno Konrad

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segunda-feira, 17 de março de 2008

PROJETO DE LEI PODE DAR DIREITO DE ESCOLHA AOS TRABALHADORES

Em 2006, o Banco Central editou a Resolução 3.402, que versa sobre pagamento de salários nas chamadas contas-salário. Com a entrada em vigor da nova regra, o trabalhador poderia escolher livremente o banco pelo qual receberia seus vencimentos. A medida, além de possibilitar ao empregado escapar das negociatas entre patrões e banqueiros, propiciaria a concorrência entre as instituições financeiras, hoje quase inexistente. E também possibilitaria que o governo tomasse medidas mais contundentes para reduzir os juros e tarifas no varejo, baixando as taxas cobradas nos bancos federais.

No entanto, às vésperas de entrar em vigor, o BC decidiu, inocentemente, mudá-la. Assim, a resolução 3.402 passou a atingir um reduzido número de trabalhadores, deixando de fora, por exemplo, todos os servidores públicos. Obviamente não foi por acaso que a resolução foi modificada. Os banqueiros, que na prática comandam o Banco Central, fizeram eficientemente seu lobby, permitindo a continuidade dos escandalosos leilões de folha de pagamento.

Agora a Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado irá apreciar o PLS 340/2004, do senador Aloizio Mercadante (PT-SP), que pretende alterar o artigo 464 da CLT, permitindo que os trabalhadores possam, finalmente escolher por qual banco preferem receber seus salários.

O relator da matéria é o senador Inácio Arruda (PCdoB-CE), que conhece bem do assunto. Com isso, podemos antecipar que o relatório será favorável à aprovação, dando um golpe importante no poder anabolizado dos banqueiros.

Vale a pena conferir e acompanhar.

PLS 340/2004 – Senado Federal

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REDUÇÃO DA JORNADA DE TRABALHO

A produtividade do trabalho mais que dobrou nos anos 90. Os salários do Brasil são um dos mais baixos do mundo. O peso dos salários no custo total de produção é baixo. As inovações tecnológicas e organizacionais, além da flexibilização trabalhista, intensificaram o ritmo de trabalho no Brasil.

Por todos esses fatores, justifica-se à redução da jornada de trabalho para superar a contradição entre o desemprego alto x muito trabalho dos empregados.

A redução da jornada, além de gerar empregos e propiciar novas atividades para o trabalhador, também contribuirá para a diminuição de doenças contemporâneas do mundo do trabalho como depressão, estresse, lesão por esforços repetitivos, etc.

A Relação Anual das Informações Sociais - RAIS - informa que 22.526 milhões de trabalhadores fazem 44 horas semanais, número que precisa ser associado às 52,800 milhões de horas extras realizadas por semana.

Com a redução da jornada de trabalho para 40 horas gera-se 2.252.600 novos postos de trabalho. Com o fim das horas extras, há um incremento adicional de 1,2 milhão de empregos. Na soma, 3.352.600 novos trabalhadores potenciais.

O patronato alega que, com a redução, país perde competitividade e os custos fogem dos parâmetros. Papo furado: estudo da Confederação Nacional da Indústria mostra que quatro horas de trabalho a menos por semana terá um custo de apenas 1,99% na indústria, já que hoje os custos do trabalho representam 22%. Só para comparar, entre 1990 e 2000 a produtividade aumentou 6,50%.

O custo do trabalho no Brasil é um dos mais baixos do mundo (três vezes menor do que, por exemplo, na Coréia do Sul). Competividade e produtividade são alcançadas com juros baixos, redes de instituto de pesquisa, universidades, maior escolaridade dos trabalhadores e mais investimentos em infra-estrutura.

O resto é a disputa por maior ou menor mais-valia.

(Obs.:dados e análises baseados em nota técnica do Dieese sobre a redução da jornada do trabalho).

Fonte: Blog do Nivaldo Santana

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ARTIGO DA CLT FAVORECE JUVENTUDE

A CLT tem novidades nessa semana: o artigo 442-A. Segundo essa nova regulamentação, fica proibida a exigência de experiência mínima de seis meses para candidatos a vagas do mesmo tipo de atividade prevista para o cargo.

Quem mais ganha com isso são os jovens, principalmente os que estão em busca do primeiro emprego. Sem precisar contar com um registro prévio, a idéia do Ministério do Trabalho é ampliar as oportunidades, de preferência no mercado formal. O artigo irá privilegiar também os candidatos a cargos de chefia e aqueles que prestam concursos regidos pela CLT.

Algumas opiniões contrárias afirmam que a medida é inócua, já que, na prática, as empresas irão continuar escolhendo quem tem mais experiência. De qualquer maneira - e por mais que continue valendo a lei do mais forte -, qualquer tentativa de inclusão do jovem no mercado de trabalho é válida. E quem sabe os critérios dos empregadores fiquem mais flexíveis e balanceados na hora de contratar.

Fonte: Blog do Petta

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5ª ENQUETE DE CLASSE

Encerrou em 15 de março a 5ª Enquete de Classe desse blog.

A pergunta foi:

A aprovação da Convenção 158 trará qual efeito no Brasil?

7 companheiros votaram sendo

4 (57%) que "Aumentará a massa salarial"

0 (00%) que "Inibirá investimentos"

2 (28%) que "Provocará demissões"

1 (14%) que "Não mudará nada"

A maioria dos companheiros acredita que a aprovação da Convenção 158 da OIT, que impede as demissões imotivadas, aumentará a massa salarial. Esses companheiros estão com a razão, pois com maior proteção ao emprego, a pressão sobre os salários passa a ser para cima, com o fim da chantagem patronal da demissão e a drástica redução da rotatividade. Com isso, cresce o mercado interno e, assim, contrata-se mais gente, o que tende a aumentar os salários, e assim por diante.

Agradecimentos àqueles companheiros que responderam a Enquete de Classe.

E respondam a nova pergunta.

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quinta-feira, 13 de março de 2008

INIMIGOS NA TRINCHEIRA

Jefferson Tramontini*

Nos anos 1990, auge do neoliberalismo na América Latina, os governos e a imprensa, ligada a interesses corporativos, difundiram e convenceram amplas massas com a idéia de que tudo o que é público é ruim e tudo o que é privado é bom.

O processo é bastante complexo. Governos interessados em dilapidar o patrimônio público construído por gerações de trabalhadores em favor de poucos, mas poderosos, grupos econômicos, impediam investimentos em empresas estatais e órgãos públicos. Com isso, começavam os problemas. Demissões de funcionários, o que provocava imensos problemas de atendimento; ausência de manutenção, o que fez até uma plataforma de petróleo explodir e afundar; entre outras artimanhas. Tudo para impregnar o imaginário popular com a falsa idéia de que a única solução seria a privatização, de que apenas os grandes empresários teriam a competência necessária para prestar serviços de qualidade e ainda rentáveis.

E convenceram muita gente com isso, mas não por tanto tempo quanto gostariam. Podemos exemplificar. Em outubro de 2000, o governo neoliberal do Paraná privatizou, com pouca resistência, o Banco do Estado do Paraná - Banestado. Menos de um depois, em agosto de 2001, ainda sob o governo Lerner, o povo paranaense tomou as ruas de Curitiba, confrontando a polícia, para impedir a venda da Companhia Paranaense de Energia - Copel. Já naquele momento, as massas populares haviam tomado consciência das mazelas provocadas pelo neoliberalismo. Os apagões elétricos provocados pelas empresas privatizadas, os aumentos absurdos das tarifas pelas companhias telefônicas privatizadas, o abandono de projetos regionais desenvolvimento por parte dos bancos privatizados, entre muitas outras mazelas.

Essa tomada de consciência, ainda que parcial, levou os povos latino-americanos, a partir de 1998, primeira eleição de Chavez na Venezuela, a elegerem sucessivos governos de caráter popular e progressista, em todo o continente, inclusive no Brasil.

Com a eleição e, especialmente, reeleição de Lula, o povo brasileiro apostou em uma esperança de desenvolvimento que atendesse aos interesses da maioria. Isso inclui, em um país de capitalismo periférico, como o Brasil, a ação decisiva do Estado no desenvolvimento econômico e social, na geração de empregos e, especialmente, na distribuição da renda nacional.

Nos países latino-americanos onde os povos elegeram governos progressistas, estes passaram a encaminhar, de modo prático, a reconstrução de seus estados nacionais para que fosse possível promover o desenvolvimento. Assim, o governo Chavez retoma o controle da PDVSA e o governo Morales passa a controlar a produção de gás natural, apenas para citar dois casos. Também no Brasil, o governo Lula interrompeu um acelerado processo de sucateamento do Estado. Retomada de investimentos, concursos públicos, contratação de dezenas de milhares de novos trabalhadores nas estatais e nos órgãos públicos, ampliação das ações dos diversos entes federais, são elementos que evidenciam o reaparelhamento do Estado para este possa tornar-se, novamente, o indutor fundamental do desenvolvimento nacional, fundamentado na distribuição de renda.

Falhou o governo Lula, e muito, a não questionar as criminosas privatizações dos governos neoliberais. Ao contrário, o governo Lula chegou mesmo a privatizar os bancos do Maranhão e Ceará, além de muitos trechos importantes de rodovias. Mas essa não é tônica desse governo que, inclusive, tem utilizado as estatais federais para promover investimentos, concretizar programas sociais e levar desenvolvimento a regiões mais frágeis economicamente. As empresas estatais, com melhor gestão e muito empenho de seus empregados, passaram não só a prestar melhores serviços, mas também a contribuir significativamente com os cofres da União, por meio dos repasses dos lucros crescentes. É verdade que os serviços ainda não são os ideais, pois ainda faltam empregados, é muito grande o número de terceirizados ou precarizados e ainda vigora nas direções das empresas e nos ministérios diretamente responsáveis por elas, a lógica neoliberal privatista.

Outro importante elemento diz respeito aos crescentes lucros das empresas estatais. Bilhões de reais são repassados ao Tesouro Nacional todos os anos e, infelizmente, esse expressivo montante é utilizado não para a promoção do desenvolvimento, mas para o bolso de alguns banqueiros, por meio do famigerado superávit primário.

De qualquer forma, a privatização das estatais restantes não está na pauta desse governo, que foi eleito pelo povo trabalhador do Brasil. Ao menos até recentemente não estava.

No final de fevereiro, o ministro do desenvolvimento, Miguel Jorge, ex-vice-presidente do Banco Santander, declarou: “minha opinião pessoal e que eu continuo a manter é que deveriam ser privatizadas não só a Infraero, mas todas as empresas que não façam parte do 'core business' do governo, que é saúde, segurança e educação". O banqueiro alçado a ministro destacou Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, Infraero e os Correios. O ministro-banqueiro poupou apenas a Petrobras. O argumento é velho e rasteiro. Jorge afirmou que em outros países não existem estatais nessas áreas. O velho falso argumento de que devemos copiar outros países. Isso mostrou-se terrível para os povos latinos no passado e continua terrível hoje. Quanto a isso, lembremos de Simon Rodriguez: “na América, ou inventamos ou erramos”.

Há alguns anos, o então vice-presidente do Santander, Francisco Luzón, defendeu a extinção dos bancos públicos. Afirmou que os bancos privados são capazes de realizar o que os estatais fazem. Se isso fosse verdade, porque não fazem? Na verdade, Luzón e outros banqueiros estão de olho nos volumosos recursos do FGTS, entre outros. As empresas privatizadas demitiram milhares de empregados, reduziram investimentos, aumentaram em larga escala os preços. Por que fariam diferente agora?

O que nos chama a atenção é que não houve nenhuma reação do governo federal, desautorizando o ministro-banqueiro. Mesmo nos movimentos populares, especialmente no movimento sindical ligado aos empregados das estatais, a reação foi tímida, quase uma indignação por obrigação.

O fato é mais grave do que parece. Uma declaração de um membro do primeiro escalão do governo que foi eleito com a bandeira da defesa do patrimônio dos brasileiros, da retomada da capacidade do Estado brasileiro em promover desenvolvimento econômico com justiça social não é pouco. Dentro do governo, Miguel Jorge não está isolado, conta com várias outras autoridades, como Meirelles, Bernardo e Stephanes.

A reposta dos movimentos deve ser enérgica, exigindo o cumprimento do projeto eleito pelo povo e expurgando, de uma vez por todas, as amarras neoliberais que ainda vigoram, muitas por opção exclusiva governo Lula. O projeto nacional de desenvolvimento com soberania e valorização do trabalho somente será concretizado com enfrentamento. Utilizando de inteligência, criatividade e muita firmeza política, os movimentos populares precisam mobilizar amplos setores do povo para, simultaneamente, defender o governo Lula dos ataques golpistas e confronta-lo diretamente por avanços que atendam ao interesse da maioria.


Jefferson Tramontini é coordenador da CTB/PR e diretor do Sindicato dos Bancários de Curitiba



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LUCRO DO BB, A DÚVIDA É: CAIU 16,32% OU SUBIU 35,09%?

Pablo S. M. Ruiz Diaz*

Prezados colegas:

Quando estudamos matérias relacionadas às Ciência Contábeis, aprendemos que existem para efeito de análises de desempenho, dois regimes de avaliação: a) Regime de Competência ; b) Regime de Caixa.

O Regime de Competência considera o desempenho operacional de uma empresa num determinado período (mês trimestre, semestre ou ano). Avalia se deu lucro, se ficou no equilíbrio com lucro zero ou se deu prejuízo.

O Regime de Caixa considera a efetiva movimentação de caixa, entradas e saídas na conta bancária, o dinheiro que circula no caixa da empresa.

Assim sendo, lemos, ouvimos e vimos manchetes estrondosas que repetiram sem maiores reflexões: “Lucro do Banco do Brasil cai 16,3% em 2007”. Será? Caberia uma leitura apurada sobre as manchetes superficiais e tendenciosas.

Quanto ao lucro do BB em 2006, pesquisando o sítio Diário Econômico.com http://diarioeconomico.com/edicion/diarioeconomico/internacional/empresas/pt/desarrollo/744061.html lê-se :

“Numa nota disponível na sua página 'on-line', a instituição financeira explica que "este resultado contempla o efeito extraordinário positivo de 2,37 mil milhões de reais (863,5 milhões de euros), líquido de impostos, resultante do Fundo Paridade Previ, da Provisão Extraordinária para Risco de Crédito, da Ativação de Crédito Tributário e da Recuperação de Indébito Tributário".

Ou seja, o aporte de 2,3 refere-se ao regime de caixa, quando um valor que foi gerado em períodos anteriores e era de direito do BB . Logo, não faz parte do lucro operacional do período 2006, é um lucro recuperado. Analisando o quadro do desempenho do BB desde 2002, verificamos conforme quadro abaixo considerando o aporte extraordinário de R$ 2,3 bilhões:

Ano

Lucro em R$

Crescimento

2002

2.028

2003

2.381

17,42%

2004

3.024

27,01%

2005

4.154

37,35%

2006

6.044

45,52%

2007

5.058

-16,32

A partir da análise, verificamos que houve um recuo de 16,32% em números absolutos. Lembremos contanto, que se trata de uma RECEITA EXTRAORDINÁRIA, que não foi gerada em 2006 e sim em períodos anteriores, ainda que tenha entrado no caixa do BB no ano passado. Não cabe a análise de desempenho se o período não gerou esse lucro.

Como ficaria a análise de desempenho operacional do BB se subtraíssemos a RECEITA EXTRAORDINÁRIA? Veja o quadro abaixo :

Ano

Lucro em R$

Crescimento

2002

2.028

-

2003

2.381

17,42%

2004

3.024

27,01%

2005

4.154

37,35%

2006

3.744

-9,85%

2007

5.058

35,09%

Pelo Regime de Competência , observamos um crescimento 35,09% no Lucro Operacional do BB em 2007 em relação ao desempenho de 2006. Ou seja, a despeito dos gastos extras com o PAA, o ESFORÇO DO FUNCIONALISMO DO BB AUMENTOU A LUCRATIVIDADE DO BB EM 35,09%.

Por que nossa preocupação com esta questão??

1º) A imprensa como um todo (Jornalões, jornalecos, imprensa marrom, amarela, azul, a que apoiou a privataria, o desmonte do estado brasileiro a preço de banana) procura desqualificar os Bancos Públicos. É uma guerra velada que sempre produz manchetes desabonadoras contra os bancos públicos;

2º) O discurso de cima para baixo na hierarquia do BB usará os “manchetões “ para argumentar que precisamos aumentar o desempenho, que foi ruim, que o lucro caiu, etc. Nada mais conveniente e ancorado na ignorância dos fatos. Este discurso só fará aumentar a PRESSÃO POR METAS, ASSEDIO MORAL E DESRESPEITO COM UM FUNCIONALISMO QUE FEZ O LUCRO AUMENTAR, A DESPEITO DO DESCARTE IRRESPONSÁVEL DO “CAPITAL HUMANO”, CUJO MAIOR PECADO ERA TER MAIS DE 50 ANOS;

3º) Alerta ao funcionalismo para não acreditar neste discurso uníssono de papagaio, onde há apenas repetição sem reflexão. Como dizia Goebbels , homem forte da propaganda nazista : Uma mentira se contada mil vezes, se torna verdade.

4º) O que acontece com o lucro que o funcionalismo gera para a BRASILCAP, BRASIL VEÍCULOS, BRASILPREV e tantas outras? Alguém sabe explicar por que se trabalha tanto para vender produtos cuja maior parcela dos lucros não fica no BB.

5º) PARABÉNS AO VALOROSO FUNCIONALISMO DO BB POR SUPERAR AS METAS, AUMENTAR O LUCRO, A DESPEITO DE UM COMANDO QUE NÃO ENXERGA SEUS FUNCIONÁRIOS COMO ALIADOS, APENAS COMO NÚMEROS.

Pablo S. M. Ruiz Diaz é economista e diretor do Sindicato dos Bancários de Curitiba

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quarta-feira, 12 de março de 2008

POR UM BRASIL MAIS JUSTO!


PLENÁRIA PELAS REFORMAS DEMOCRÁTICAS

POR UM BRASIL MAIS JUSTO

Com: Altamiro Borges

15 de março de 2008 - sábado

das 9h às 13h

no Auditório da FETAEP
R. Silva Jardim 775 (perto da UTFPR - CEFET)


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terça-feira, 11 de março de 2008

AS CONTRADIÇÕES DA MÍDIA SOBRE A COLÔMBIA

Meu amigo e xará, Jefferson Andrade, publicou no seu Pensamento Crítico um texto interessantíssimo sobre como a grande imprensa trata as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC-EP). Andrade, utilizando os argumentos das próprias empresas de comunicação, desmonta a tese de que o tráfico de drogas é controlado pelos guerrilheiros. As contradições são gritantes. O texto lembra que os poderosos donos dos meios de comunicação acusam, julgam e condenam, sem piedade. Taxam as FARC de controlarem o narcotráfico no maior produtor de cocaína do mundo, a Colômbia. No entanto, esses mesmos inquisidores jamais explicam como os controladores de um "negócio" que rende bilhões e bilhões de dólares todos os anos vivem em acampamentos no meio da selva. Recomendo a leitura. SERIA O NARCOTRÁFICO TÃO POUCO RENTÁVEL? – AS CONTRADIÇÕES DA MÍDIA SOBRE A COLÔMBIA

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segunda-feira, 10 de março de 2008

DEU ZEBRA, NEW YORK TIMES!

Meu amigo e camarada Bruno Barbosa, o Lobão, publicou hoje no Vermelho esse artigo muito interessante analisando o que o New York Times publicou sobre a provocação dos EUA, por intermédio do narco-títere colombiano, fez sobre o Equador, tentando criar instabilidade na América do Sul que, pouco a pouco, vê seus povos se livrando do domínio do império do norte.

Vale salientar que a grande imprensa brasileira, o PIG, vassala dos interesses do capital internacional, fez exatamente o mesmo, até de forma mais agressiva e preconceituosa.

Boa leitura.



DEU ZEBRA, NEW YORK TIMES!

Bruno Barbosa (Lobão)*

“É difícil acreditar que no século 21 os governos eleitos democraticamente na Colômbia, Equador e Venezuela falem de guerra”. A partir deste comentário introdutório, o diário norte americano The New York Times, em editorial publicado dia 06 de março de 2008, com o titulo: “a América do Sul está em pé de guerra?” passou a deitar regras, com sua peculiar arrogância, aos membros da OEA e aos paises envolvidos recentemente no conflito gerado pela condenável invasão promovida pela Colômbia ao vizinho Equador.

Seguindo a fórmula adotada pela “grande” mídia burguesa, da qual aliás o NYT é uma das musas inspiradoras, concentrou seus principais esforços em desancar as Farc e o Governo Venezuelano como elementos de instabilidade na América Latina.

Críticos abertos dos movimentos e governos populares, sempre manipulando a noticia, optaram por fazer sumir do noticiário o argumento central do governo venezuelano para enviar tropas para a fronteira com a Colômbia, qual seja, o temor, diante do evidente conluio fascista Bush/Uribe, de desdobramento da crise para dentro do território venezuelano uma vez que a Revolução Bolivariana tem sido o principal desafio aos ditames imperialistas nos Andes. Como diz o ditado, boi que acorda cedo bebe água limpa. Chavez não vacilou em defender seu pais. O resto e má fé da grande mídia, sorridente por prestar seu servido de desinformação. Também tem sido omitido, de forma permanente há quatro décadas, o histórico de lutas das Farc contra a oligarquia colombiana, uma das mais aguerridas, violentas e antidemocráticas do continente, status conquistado entre muitas concorrentes temos que reconhecer.

Neste momento, por estarem construindo uma saída humanitária para a troca de reféns, parece irreversível ter a iniciativa política passado às Farc e aos estados interlocutores, Venezuela, Equador e França. Desesperados, Álvaro Uribe e Bush, perceberam a ameaça representada pela potencial adesão internacional à agenda pacifista e decidiram atacar. Mataram o principal negociador da troca humanitária, o histórico guerrilherio Raul Reyes. A agressão fascista, orquestrada desde a Casa Branca, deixou uma escura nuvem de fumaça que vai muito além das selvas equatorianas, atinge toda a América Latina, com seus sinais de perigo para a estabilidade tanto do continente como para todos os demais paises do mundo. Os EUA perseveram com sua doutrina agressiva de guerra ao terror afrontando a soberania dos povos e o direito internacional.

O Imperialismo Estadunidense estimulou a selvageria de Uribe ciente de que isso representaria, no caso da atual troca de reféns das Farc, uma pública e retumbante trombada no Governo Francês. Num momento em que cresce no mundo um leve ensaio do imperialismo europeu em voltar a disputar a hegemonia mundial. A França de Sarkozy, ansiosa por se tornar referência no continente americano a partir da libertação da senhora Ingrid Betancourt esteve ate agora diretamente envolvida nas negociações com as Farc, mantendo representantes acampados nas selvas equatorianas. Isso a mídia alinhada a Washington não destaca no noticiário. Em seu editorial o NYT nem toca no assunto da participação do Governo Francês no imbróglio tratado na OEA.

O jornalão elenca, pateticamente, sua fórmula para que uns e outros as cumpram imediatamente: todos devem passar a perseguir os guerrilheiros das Farc numa guerra sem fronteiras. Ordena também o NYT que “Equador e Colômbia devem rejeitar a intervenção e manipulação do líder da Venezuela”. Deve o “esquerdista Correa” recusar-se, como se estúpido fosse, a dar ouvidos à Venezuela, único estado que de fato se preparou para ajudar a defender o Equador com homens e armas. Aproveito para perguntar se a França, que tem em Chavez seu principal apoio na libertação de reféns, está sob essa ordem também?

Reeditando o principezinho espanhol, o New York Times determina ainda: “Chávez deve ficar quieto. Quanto mais ele se mete, fica mais fácil de acreditar que as acusações contra ele são verdadeiras.“ De novo daria vontade de rir de tamanha empáfia, querendo calar a voz que na América do Sul mais espreme com genuíno antagonismo os interesses do Imperialismo Estadunidense. Mas na verdade não consigo rir diante de tudo isso, os assassinatos que estes senhores da mídia buscam legitimar por ai me enojam.

Segue o NYT: “Recebemos garantias, na quarta-feira, que a Organização dos Estados Americanos decidiu enviar uma comissão para investigar o ataque e convocou uma reunião de ministros do exterior para analisarem os resultados.” Receberam garantias? É de fazer rir a maneira como abordam a decisão da OEA. Seu Governo, Bush, foi fragorosamente derrotado no debates ocorridos na OEA. Não lhes deram garantias, lhes deram uma derrota diplomática e política. Fracassaram os EUA, e seu apadrinhado Governo Uribe, ao tentar barrar o grito da totalidade dos outros paises membros contra a invasão delinqüente promovida no Equador.

Demonstrando falta de informação, o “grande” jornal NYT, acostumado com uma OEA a serviço dos EUA, chega mesmo a ameaçar Equador e Venezuela com condenação tendo por base afirmações do governo da Colômbia de que possui provas inauditas que demonstram conspirações esquerdistas nos Andes destinadas a... neste momento o NYT não afirma nada, nem lhes convém afinal, pois ai já é o terreno onde a mídia marrom aposta nas subjetividades dos leitores, nas construções que o inconsciente realiza de forma sutil e duradoura, apostando nos efeitos de seu veneno.

Mas, e isso merece grande destaque aqui, o maior fracasso dos EUA esta no fato de que, talvez pela primeira vez na sua história, a OEA atuou com dignidade e independência. Com novos e importantes atores agindo com brilho e construindo consensos em torno de princípios que negam e renegam as doutrinas do fascismo.

Quanto a isso é preciso parabenizar a diplomacia brasileira por sua atuação firme e determinante para o isolamento das posições defendidas pelos EUA/Colômbia. Ao contrário do que pensa o NYT quem recebeu garantias neste processo fomos nós, povos latino-americanos, de que os estados do continente têm espaço para manter suas cabeças erguidas e de que os movimentos sociais devem permanecer alinhados, e vigilantes em seu avanço por justiça, democracia e soberania.

Por fim, pensando melhor sobre a frase introdutória do editorial do NYT que diz “É difícil acreditar que no século 21 os governos eleitos democraticamente... falem de guerra”, acabei concluindo que pode haver ai uma certa mea culpa velada, afinal pensar em guerras de agressão em pleno século 21 é mesmo coisa de ditadura fascista.

*Bruno Barbosa (Lobão), Bacharel em Direito (UFMG)



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sexta-feira, 7 de março de 2008

REDUZIR A JORNADA, ANSEIO DA CLASSE TRABALHADORA

A coordenação paranaense da CTB encaminhou documento ao governador do Paraná, Roberto Requião, por ocasião do anúncio do aumento do salário mínimo regional.

A Central Classista aproveitou a oportunidade para propor ao governador que se engaje na luta prioritária para aqueles que vivem de seu prórpio trabalho na atualidade, a luta pela redução da jornada de trabalho sem redução de salários.




REDUZIR A JORNADA DE TRABALHO
ANSEIO DA CLASSE TRABALHADORA


SR. GOVERNADOR,

A CTB – Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil, parabeniza V. Excelência pela coragem de implantar o salário mínimo regional e debater com a representação dos trabalhadores a forma de reajustar o salário paranaense. Sempre afirmamos que a valorização do salário mínimo era uma alavanca para o desenvolvimento. Além de ser um mecanismo de justiça social, faz aquecer o mercado interno, movimenta a economia e ajuda no crescimento do país. O novo salário mínimo no Brasil de R$ 415,00 deve injetar cerca de 21 bilhões na economia. Mas é preciso dizer que esta política de valorização do salário mínimo do governo Lula não é nenhuma dádiva, é fruto de luta histórica dos trabalhadores e da unidade e da mobilização de todas as centrais sindicais.

O reajuste do salário mínimo do Paraná deve corresponder à expectativa dos trabalhadores que vivem deste salário e do debate do conjunto do movimento sindical, da Secretaria do Trabalho e do Sr. Governador. Se aplicarmos somente o índice do governo federal o salário mínimo regional iria para R$ 501, e R 515,00 reais respectivamente.

Bandeira dos trabalhadores que deve ser o centro da luta unificada de todas as centrais para este ano, é a da Redução da Jornada de Trabalho Sem Redução dos Salários. Com o vertiginoso processo de reestruturação produtiva, o avanço da ciência e da técnica, os novos métodos de gestão e de trabalho, massiça inversão tecnológica, produzimos muito mais em menor tempo de trabalho. É justo que tenhamos mais tempo para nossa formação e nosso lazer. Diminuir a excessiva carga de trabalho, também contribui para o combate às doenças ocupacionais que afetam sobremaneira a classe trabalhadora. A redução da jornada deve vir também com o fim das horas-extras. Porque o objetivo é gerar 2 milhões de novos postos de trabalho.

Propomos Sr. Governador, empenho decisivo na aprovação da PEC 393 que implanta a jornada de 40 horas semanais, dos Senadores Paulo Paim (PT) e Inácio Arruda (PC do B). Propomos também o lançamento desta campanha na Assembléia Legislativa de forma unificada com todo o movimento sindical, os partidos, as entidades democráticas e populares, com a presença de Vossa Excelência que tem se colocado históricamente em defesa dos interesses dos trabalhadores. Propomos também, para este ano, a realização de um 1º de maio unificado, em frente ao Palácio Iguaçu, organizado por todas as centrais sindicais do Paraná.

Vamos também enfrentar agora o debate acerca da Reforma Tributária que a nosso ver deve ser socialmente justa, fundada no princípio da progressividade. É preciso taxar as grandes fortunas, elevar os impostos sobre a herança, taxar os lucros auferidos pela especulação financeira e as remessas de lucros e dividendos e isentar impostos sobre a cesta básica. Não podemos aceitar a redução de direitos como a desoneração da folha de pagamentos com o fim do salário-educação e a redução da contribuição patronal para o INSS de 20% para 14%. É preciso por fim à guerra fiscal que tem provocado, a exemplo do setor do vestuário no norte do Estado, a transferência das empresas para outros Estados a perda de divisas e dos empregos paranaenses.

Por fim Sr. Governador, queremos saudar a iniciativa da Secretaria do Trabalho e vossa salutar atitude, de reunir o movimento sindical do Paraná para debater os assuntos de grande interesse da classe trabalhadora.

Nós entendemos, que os trabalhadores e trabalhadoras, da cidade e do campo, através de suas entidades representativas, estão preparados para contribuir, de forma efetiva, para a construção de um projeto de desenvolvimento do Paraná e do Brasil, fincado na valorização do trabalho e na distribuição das riquezas. Os trabalhadores e trabalhadoras, devem ocupar o papel de protagonistas na construção de uma sociedade melhor e mais justa. Vossa iniciativa, sem dúvida, contribui sobremaneira para este processo.

Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil – CTB-PR.

LUIZ GIN – Presidente da Fetiep - Federação dos Trabalhadores nas Indústrias do Estado do Paraná. (Diretor Nacional da CTB)

ADEMIR MUELER – Presidente da Fetaep – Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Paraná. (Diretor Nacional da CTB)

JOSÉ AGNALDO PEREIRA – Presidente do Sintrafucarb e Coordenador Regional da CTB.



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quinta-feira, 6 de março de 2008

ATAQUE DE URIBE É AGRESSÃO DO IMPÉRIO


O último final de semana estremeceu a América do Sul.

Em ação criminosa, o narco-governo de Álvaro Uribe, títere dos EUA, violou o território do vizinho Equador e, com bombardeio e invasão por terra, assassinou o porta-voz e membro do secretariado das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC-EP), Raul Reyes.

O acampamento de Reyes, onde estavam aproximadamente 17 guerrilheiros, se encontrava cerca de 2 km da fronteira em território equatoriano, foi localizado obviamente pelo poder militar dos EUA, bombardeado enquanto seus ocupantes dormiam e, posteriormente, dois corpos foram recolhidos pelo exército colombiano. Três mulheres sobreviveram ao ataque e estão hospitalizadas em Quito, sob escolta do exército do Equador.

O narco-governo de Uribe rapidamente comemorou a morte daquele que era considerado o nº2 das FARC. A exposição do corpo de Reyes em Bogotá lembrou o assassinato de Che Guevara na Bolívia, mas em versão modernizada, como num big brother. Uribe contatou Rafael Correa, presidente do Equador, tentando justificar o crime de violação de território como um ato de legítima defesa. Correa rechaçou tal declaração, exigiu que a OEA condenasse Uribe pela violação do território equatoriano, deslocou tropas para a fronteira e fechou a embaixada em Bogotá. Hugo Chavez, da Venezuela, solidário ao Equador, também fechou a embaixada na Colômbia e deslocou tropas para a fronteira.

Países da Europa, como França, Itália e Espanha imediatamente condenaram o crime de Uribe. Chile, Argentina e Bolívia, de forma taxativa, condenaram o narco-governo colombiano e exigiram explicações convincentes. O governo brasileiro, com suas contradições, titubeou, demorou a se pronunciar, mas quando o fez também foi firme em sua declaração condenando o fato consumado da violação do território equatoriano. Apenas o governo dos EUA, o real governo da Colômbia, apoiou a ação provocadora e criminosa de Uribe.

Na OEA, com considerável dificuldade, chegou-se a um acordo. A resolução afirma que a Colômbia violou o Equador e criou uma comissão que investigará o episódio. Essa reunião da OEA mostrou claramente o enfraquecimento da influência dos EUA na América Latina. O governo fascista de Bush II e o narco-governo de Uribe ficaram isolados no continente.

O fato é que, com a deterioração cada vez mais acelerada do poder estadunidense na América Latina, o imperialismo tentará encontrar um caminho para retomar o controle sobre a região, como já o fez em outras épocas não tão remotas. E o que melhor que uma guerra provocada entre os vizinhos?

Com isso, o os EUA conseguiriam, de uma só tacada, retomar o controle político e econômico sobre os países da região; ganhar muito dinheiro com equipamento militar; arrasar a ainda frágil integração dos povos latino-americanos; varrer do mapa os governos progressistas democraticamente eleitos; e tomar o controle, pela força, da Amazônia.

A guerra só interessa aos EUA, ao grande capital internacional, e à reacionária burguesia existente em nossos países.

Por isso, sem deixar de condenar deforma decisiva o crime cometido pelo narco-governo de Uribe no Equador, a mando do império do norte, é necessário aos povos da América do Sul que se encontre uma solução pacífica e duradoura. Somente com a paz entre nós poderemos atingir o desenvolvimento de nossos países que atendam aos interesses de nossos povos trabalhadores.


LEIA MAIS:

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Argemiro Ferreira: O Globo quer o quê? Guerra?

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Raul Reyes, seu grito de justiça continua entre nós

Comunicado do secretariado das FARC-EP

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RAUL REYES, O HERÓI ASSASSINADO PELO FASCISMO COLOMBIANO

O fascismo colombiano assassinou em território equatoriano o comandante Raul Reyes, das FARC, numa operação de terrorismo de Estado que contou com a cumplicidade dos EUA. Miguel Urbano Rodrigues escreve sobre o atentado e o herói revolucionário que conhecia pessoalmente.

Miguel Urbano Rodrigues - 02.03.08

O governo de Álvaro Uribe assassinou na madrugada de sábado, em território do Equador, o comandante Raul Reyes das FARC numa operação concebida e executada com o apoio dos EUA.

A notícia foi inicialmente divulgada pelo ministro da Defesa de Uribe num comunicado triunfa lista que deturpa grosseiramente os acontecimentos, ocultando o carácter criminoso da acção terrorista.

Segundo Juan Manuel Santos, Raul Reyes teria sido abatido num acampamento situado no Equador a 1800 metros da fronteira durante um bombardeamento realizado pela Força Aérea do seu pais a partir de território colombiano, para «não violar a soberania» dos países vizinho.

Mas logo esclarece que, posteriormente, tropas do exército atravessaram a fronteira, alegadamente para recolher o corpo de Raul Reyes e trazê-lo para Bogotá, afim de evitar que os guerrilheiros das FARC o sepultassem.

A nota do ministro apresenta assim, pelo absurdo, um toque surrealista. É inimaginável que qualquer avião possa despejar bombas sobre um acampamento, encontrando-se a quase dois quilómetros de distância. E grotesco que essa mentira seja seguida da confissão de que, afinal, forças do exército colombiano violaram pouco depois a soberania equatoriana.

As coisas passaram-se de outra maneira.

Através de satélites norte-americanos, Uribe teve conhecimento da presença de um grupo de guerrilheiros das FARC do lado equatoriano do Departamento colombiano amazónico do Putumayo.

Bogotá soube através de delação que Raul Reyes se encontrava no local. O dirigente revolucionário tinha a cabeça a prémio, vivo ou morto, por 2,7 milhões de dólares. A denúncia foi paga e aviões da Força Aérea – a mais poderosa e bem equipada da América Latina – despejaram uma chuva de bombas sobre o acampamento. Depois vieram as tropas terrestres helitransportadas e a policia colombiana que rematou com tiros na cabeça e nas costas os poucos sobreviventes feridos. Os Equatorianos ao chegarem apenas encontraram, escondidas na floresta 3 guerrilheiras.

No criminoso ataque de pirataria aérea morreram, além de Reyes, o cantor revolucionário Julian Conrado (o grande artista da Rádio clandestina Voz de la Resistência) e 16 guerrilheiros. Foram massacrados enquanto dormiam, em condições ainda mal conhecidas.

Uribe, ao receber a noticia, felicitou a Força Aérea e o corpo de Reyes, mutilado pela metralha, foi levado para Bogotá. Logo fotografias do cadáver ensanguentado do herói apareceram em televisões e jornais de dezenas de países. Quase o mesmo ritual macabro que envolveu o assassínio do Che em 1967.

OS BASTIDORES DO CRIME

O atentado terrorista ocorre num momento em que a campanha para a libertação da franco-colombiana Ingrid Bettancourt inspira as manchetes da chamada grande imprensa internacional. Nunca se mentiu tanto sobre a realidade colombiana como nestes dias em que, a pretexto do sofrimento da ex – candidata à Presidência, as FARC são alvo de uma montanha de calúnias.

Um dia ficará evidente que no debate em torno do intercâmbio humanitária, as FARC actuaram sempre com transparência e autenticidade revolucionária, movidas por um objectivo humanista e Uribe com hipocrisia e intenções inconfessáveis.

Correspondendo a insistentes apelos de Hugo Chavéz e da senadora Piedad Córdoba, as FARC decidiram numa primeira fase libertar unilateralmente Clara Rojas e a ex-deputada Consuelo González. A operação foi aliás adiada por alguns dias porque Uribe intensificou a concentração de tropas na área onde presumivelmente ambas deveriam ser entregues à Cruz Vermelha Internacional e transportadas para Caracas em helicópteros venezuelanos.

As FARC estavam conscientes dos enormes riscos que a operação envolvia. Só quem conhece a geografia da Colômbia- um pais com 1.140000 quilómetros quadrados e 45 milhões de habitantes, sulcado por três cordilheiras, rios gigantescos e em grande parte coberto pela densa floresta amazónica - pode avaliar o que significou conduzir as duas mulheres do desconhecido acampamento em que se encontravam até ao Departamento do Guaviare, perto da fronteira venezuelana. É útil , alias, recordar que o exercito colombiano violou o compromisso de cessar fogo e começou a bombardear o local uma hora após os helicópteros terem levantado voo.

Os satélites americanos transmitiram obviamente à Bogotá minuciosas informações sobre o percurso seguido pelo comando guerrilheiro incumbido de entregar Clara e Consuelo à Cruz Vermelha.

Insistiram posteriormente as FARC pela desmilitarização dos municípios de Pradera e Florida como condição indispensável ao intercambio humanitário, exigido pelo povo colombiano – operação que previa a troca de 40 reféns em poder das FARC – entre os quais Ingrid Bettancourt – por 500 guerrilheiros encarcerados em presídios do governo.

Uribe negou-se a atender todas propostas internacionais recebidas com o objectivo de se chegar a um acordo que permitisse a troca.

Não obstante essa atitude intransigente do presidente neofascista da Colômbia, as FARC correspondendo a um novo apelo de Hugo Chavez tomaram a decisão de libertar, também em gesto unilateral, quatro deputados em seu poder.

Mais uma vez a operação foi adiada porque o Exercito, nas vésperas da data prevista, mobilizou poderosas forças, concentrando-as nos Departamentos do Caquetá, do Meta e do Guaviare, onde as FARC estão bem implantadas, e por onde, presumivelmente, os parlamentares poderiam passar.

Era duplo o objectivo dessa iniciativa.

Se houvesse um choque directo, Uribe responsabilizaria as FARC pela morte dos deputados. Simultaneamente, os aviões espias, equipados com uma tecnologia que Washington somente proporciona a Israel, estiveram activíssimos.

Os satélites americanos transmitiram informações valiosas a Bogotá.

Mas as FARC cumpriram, mais uma vez, o que não impediu uma intensificação da campanha pró-libertaçao imediata de Ingrid Bettancourt.

Essa exigência era, nas condições existentes, de impossível concretização. Uma mulher fragilizada, doente, não podia em hipótese alguma caminhar durante dias através de regiões selváticas, onde as tropas colombianas poderiam interceptar o comando por ela responsável.

Renovaram portanto as FARC a sua proposta para desmilitarização de Pradera e Florida, sem a qual o intercâmbio humanitário é inviável.

O HERÓI

O comandante Raul Reyes era, depois de Manuel Marulanda, o membro mais destacado do Secretariado e do Estado-maior Central das FARC.

Revolucionário desde a juventude – tinha actualmente 60 anos travou as primeiras lutas políticas como sindicalista. Elas foram uma iniciação para outras batalhas. Há mais de trinta anos, Luís Edgar Devia embrenhou-se nas montanhas, aderiu às FARC, tornou-se Raul Reyes.

Conheci-o em Maio de 2001. Recebi um convite para passar algumas semanas no seu acampamento, próximo de San Vicente del Caguan, capital da então Zona Desmilitarizada. Aceitei com prazer.

Raul Reyes não impressionava pela aparência física. Baixo, levemente grisalho, tinha um timbre de voz suave. Mas logo na primeira noite, após o jantar, quando conversamos no seu posto de comando – um austero escritório, com uma mesa e duas cadeiras, instalado sob uma tenda oculta pelas altas copas da mata amazónica – percebi que aquele guerrilheiro frágil era uma personalidade excepcional. Falamos do mundo em crise antes de me oferecer livros e documentação como prólogo indispensável à abordagem da luta das FARC.

Era o responsável pelas conversações de paz que transcorriam nessas semanas próximo no vilarejo de Los Pozos com os representantes do governo do presidente Pastrana.

Corriam então os tempos em que Pastrana saudava Manuel Marulanda com abraços de Judas, dias em que vi embaixadores de países da União Europeia a disputar as palavras e o sorriso do legendário Tirofijo, comandante supremo das FARC.

Viajei com Reyes para La Macarena, onde as FARC libertaram unilateralmente 304 soldados e policias, prisioneiros de guerra, e tive o privilegio de manter com ele, nas madrugadas mornas da floresta, longos diálogos sobre a sua organização revolucionaria, a América Latina e a estratégia do imperialismo estadounidense, o grande inimigo da humanidade. E também sobre a vida.

Escrevi no próprio acampamento artigos para o “Avante!”sobre os combatentes das FARC e uma entrevista também publicada pelo órgão do PCP.

A atmosfera tinha algo de irreal, porque os próprios textos eram transmitidos pela secretária de Raul para um destinatário que

Depois os encaminhava ao jornal. A Internet, paradoxalmente, podia funcionar como instrumento ao serviço de uma guerrilha revolucionária.

Para honra e proveito meu, Raul Reyes manteve o contacto comigo. Com frequência recebia mensagens suas, por intermédio de comandantes amigos, por vezes agradecendo artigos que publicara sobre a luta das FARC.

Recordo que pouco antes do sequestro no Equador do comandante Simon Trinidad – depois entregue por Uribe aos EUA – sugeriu que voltasse à selva colombiana. O projecto foi então a pique porque a fronteira equatoriana se havia tornado muito insegura.

Até ao seu último dia, Reyes foi a voz das FARC no diálogo destas com o mundo. Mas o comandante guerrilheiro, incumbido de incontáveis tarefas, encontrava ainda tempo para escrever artigos, alguns sobre complexas questões ideológicas, para a revista Resistência órgão internacional das FARC e para dar entrevistas a jornais da Europa, da América Latina, dos EUA. Nelas o saber, a experiência e a firmeza do comunista de têmpera tinham como complemento harmonioso a cultura do intelectual humanista.

Uribe festeja agora a morte do combatente que, nas palavras de homenagem de Jaime Caicedo, o secretário-geral do Partido Comunista Colombiano, foi um revolucionário exemplar que «entregou a vida pela causa em que acreditava».

O triunfalismo do presidente neofascista da Colômbia que financiou o paramilitarismo quando governador de Antioquia e tem o seu nome na lista dos narcotraficantes elaborada pela Drug Enforcement Agency dos EUA, mas é hoje o melhor aliado de Bush no Continente não tem o poder de fazer historia.

A passagem pela presidência dos seus países de Uribe e de Bush deixará apenas memória de actos sombrios e de crimes contra a humanidade. Raul Reyes, esse entra ao desaparecer assassinado, no panteão dos heróis da América Latina. Como Sucre, como Bolívar, como Artigas, o Che, Raul Reyes ultrapassa a fronteira da única forma de eternidade possível – dos homens que viveram para servir a humanidade e contribuir para que ela continue.

A marcha Contra o Paramilitarismo e pela Paz na Colômbia, a realizar-se no dia 6 de Março na Colômbia e em diferentes capitais da Europa e da América Latina, assume também agora o significado de uma homenagem póstuma a Raul Reyes. A solidariedade com aqueles que se batem e morrem por uma Colômbia democrática e progressista é, mais do que nunca necessária.

Miguel Urbano Rodrigues é jornalista. Publicado originalmente em O Diario.info

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