quinta-feira, 3 de março de 2011

Novo aumento de juros é tapa na cara dos trabalhadores

A Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) entende que o novo aumento da taxa de juros no Brasil, anunciado nesta quarta-feira (2) pelo Banco Central, significa um verdadeiro “tapa na cara” da classe trabalhadora do país. 

A taxa básica de juros determinada pelo Banco é o valor de referência para os títulos da dívida emitidos pelo país, determinando os juros cobrados em financiamentos, empréstimos, etc. Com a ampliação em 0.5 ponto percentual, a Selic passou de 11,25% para 11,75% ao ano. 

“É inadmissível. Não foi para esse tipo de política que o povo elegeu Dilma Rousseff para a Presidência. Não foi para isso que tanto pressionamos pela saída do ex-presidente Henrique Meirelles do Banco Central. A confirmação de novo aumento soa como um tapa na cara dos trabalhadores e de todos aqueles que realmente fazem com que a economia do país se movimente”, afirmou Wagner Gomes, presidente da CTB.

Leia abaixo a nota da CTB a respeito do novo aumento da Selic:


São Paulo, 02 de março de 2011

A Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) entende que o novo aumento da taxa de juros no Brasil, anunciado nesta quarta-feira (2) pelo Banco Central, significa um verdadeiro “tapa na cara” da classe trabalhadora do país.  A decisão do governo serve, mais uma vez, apenas para atender à expectativa de lucros dos rentistas e investidores internacionais, atraídos pela maior taxa de juros do mundo.

Desde a posse da presidenta Dilma, esta foi a segunda vez que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central se reuniu para definir a taxa de juros do país. Na ocasião passada, em janeiro, o BC já havia jogado um balde de água fria naqueles que esperavam por um novo rumo para as decisões macroeconômicas do país. 

O discurso do BC e da equipe econômica do governo tenta transparecer como responsável, atribuindo o aumento ao processo de contenção da inflação no país. No entanto, tal teoria carece de sustentação lógica. Na prática, essa política é ineficaz e só amplia ainda mais a dívida pública, que por sua vez passa a exigir cada vez mais uma enorme carga de empréstimos para novamente financiá-la, estabelecendo um círculo vicioso que só tende a se tornar cada vez maior.

A CTB sustenta que o novo aumento de juros se torna ainda mais grave pelo fato de a presidenta Dilma Rousseff ter barrado, há poucas semanas, um reajuste mais digno para o salário mínimo. Somadas, essas duas posições escancaram um projeto de governo que não foi o escolhido pelo povo brasileiro nas urnas. Pior do que isso, suas consequências certamente se refletirão negativamente no crescimento da economia e no projeto de desenvolvimento necessário para o Brasil.

Ao lado das demais centrais sindicais e dos movimentos sociais progressistas do país, a CTB espera que o a presidenta decida enfrentar, o quanto antes, o conservadorismo da política financeira que ainda vigora no Brasil. É preciso que Dilma saiba que o povo estará ao seu lado nessa batalha, pronto para lutar até o fim. No entanto, se as mudanças não vierem, o povo também estará pronto para sair às ruas caso prevaleça a agenda conservadora que tem norteado o início deste governo.

Wagner Gomes
Presidente nacional da CTB

Fonte: CTB

1 comentários:

WALQUER CARNEIRO disse...

Realmente magoa ver que a elite econômica do Brasil ainda tem muito poder, porém o governo Dilma se vê entre a cruz e a espada, e creio que neste momento foi feito o possível. Se voltarmos nossa memória no tempo veremos que houve momentos piores. Todavia alegro-me constatar que a CTB marca cerrado. É por atitudes como as desta instituição que a cada temporada os trabalhadorem obtêm vitórias.

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