quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

LULA DEFENDE REDUÇÃO DA JONADA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu nesta quinta-feira (14) a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais, dizendo que ela trará melhor qualidade de vida e ''aumentar as horas de lazer do trabalhador''. A redução da jornada é hoje a principal bandeira unificada das centrais sindicais, que coletam um abaixo-assinado gigante em apoio ao projeto do senador Inácio Arruda (PCdoB-CE) neste sentido. O apoio de Lula foi feito ao encaminhar ao Congresso duas mensagens que ratificam convenções da Organização Internacional do Trabalho (OIT).
Lula discursa em favor da redução da jornada

Para o presidente, a redução da jornada, bandeira das centrais sindicais, não poderia ser proposta pelo governo porque se tornaria um embate com a oposição. Conciliador, Lula disse também que não fazia nenhum discurso ''contra qualquer empresário''. ''Nós precisamos uns dos outros, os empresários dos trabalhadores, os trabalhadores dos empresários e a Nação precisa dos dois'', disse. Mesmo assim, o endosso do presidente, que já encabeçou o Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo, empresta impulso à campanha das centrais.

''Um dia não vai ter tanta central'

Lula disse ainda que está em fase final de análise a proposta das Centrais de colocar um representante dos empregados em todos os conselhos administrativos das empresas públicas brasileiras. Ele agregou que em março pretende realizar um jantar com representantes das Centrais Sindicais.

O presidente defendeu a união entre as centrais e disse que as divergências devem ser superadas. ''Acredito que um dia não vai ter tanta central, mas é um processo de amadurecimento'', afirmou, para uma platéia que contava com dirigentes de seis das oito centrais existentes no país, entre eles Wagner Gomes, da mais recente delas, a CTB, fundada em dezembro último.

Lula brincou: ''Vocês não precisam se gostar, não precisam se amar, não vão fazer casamento entre vocês. As convergências são infinitamente maiores que as divergências.'' Lula lembrou que, no passado, quando uma central sindical ia ao presidente, as demais se recusavam a participar do mesmo encontro.

Abaixo-assinado de 1 milhão

Na segunda-feira (11), as centrais lançaram um abaixo-assinado em defesa da redução da jornada de trabalho, sem alteração em salários e benefícios, dentro da Campanha Nacional Unificada pela Redução da Jornada de Trabalho, iniciada em janeiro. O objetivo é colher 1 milhão de assinaturas em apoio ao projeto do deputado (hoje senador) Inácio Arruda (PCdoB-CE), que reduz a jornada semanal de 44 para 40 horas.

Estudo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) fundamenta a proposta pela geração de empregos que ela produziria. A redução da jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais (uma queda de 9,09%) poderia gerar 2,25 milhões de postos de trabalhos no país, sustenta o Dieese.

Fonte: Vermelho

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