terça-feira, 15 de abril de 2008

UNIDADE PELA REDUÇÃO DA JORNADA

Trabalhadores do Paraná dão a largada pela redução da jornada de trabalho sem redução de salários.

A intensa chuva que caiu em Curitiba na manhã desta segunda-feira não foi suficiente para desmobilizar a marcha pela redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais. Centenas de trabalhadores concentram-se na Praça Santos Andrade e seguiram em passeata até a Boca Maldita, local dos grandes protestos nacionais na capital paranaense, onde realizaram um ato político unificado entre as seis centrais sindicais que têm representação política no Paraná.

A marcha unificada pela redução da jornada, além de inédita, também marcou o lançamento público da Central dos Trabalhadores e das Trabalhadoras do Brasil (CTB) no Paraná. Pela primeira vez, a CTB saiu às ruas com cara própria. “A CTB nasce num momento de luta dos trabalhadores. Ela surge e se confunde com a própria classe operária, com os trabalhadores rurais e com o povo paranaense”, comemorou José Agnaldo Pereira, coordenador entidade no estado. “Nossas bandeiras tremularam alto hoje”, disse, referindo-se à maciça presença de trabalhadores cetebistas no ato político unificado.


“Queremos que a redução da jornada de trabalho baixe para 40 horas semanais, mas sem redução de salário”, explicou Luiz Gin, presidente da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias do Estado do Paraná (FETIEP). “Hoje se trabalha muito mais do que há 5 anos em virtude dos avanços tecnológicos”, apontou.


José Ferreira Lopes, o Dr. Zequinha, diretor do Sindicato dos Médicos do Paraná (SIMEPAR), destacou neste cenário de lutas pela redução da jornada de trabalho a aprovação da Emenda 29 no Senado Federal que, para ele, é uma questão de saúde pública. Segundo o médico, a aplicação de novos R$ 23 bilhões no setor melhorará a qualidade de vida dos trabalhadores.


De acordo com levantamentos do Dieese (Departamento Intersindical de Estudos e Estatísticas) com a redução da jornada de trabalho poderão ser gerados cerca de 130 mil novos postos no Paraná. No país inteiro serão outros 2 milhões de novos empregos. “O que está em jogo é a economia nacional, a qualidade de vida dos trabalhadores e a geração de novos empregos para a sociedade brasileira”, argumentou José Agnaldo Pereira, coordenador da CTB.


O secretário de Imprensa e Comunicação da CTB nacional, Rogério Nunes, afirmou que a luta unitária pela redução da jornada de trabalho é uma realidade muito próxima dos trabalhadores brasileiros. Segundo ele, a medida fará com que sobre mais tempo para que homens e mulheres se dediquem mais tempo para o lazer e os estudos, ou seja, garantirá a eles uma qualidade de vida melhor.


As centrais sindicais anunciaram o início da coleta de 1,5 milhão de assinaturas para uma lei de iniciativa popular, que não precisará tramitar nas comissões do Congresso Nacional. As assinaturas de apoio à redução da jornada de trabalho serão encaminhadas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no próximo dia 1º de maio.


Além da CTB, participaram da marcha pela redução da jornada de trabalho para 40 horas, em Curitiba, CUT, Força Sindical, NCST, UGT e CFT. Diversas lideranças do mundo do trabalho, de partidos políticos e dos movimentos sociais manifestaram-se no evento favoráveis à luta dos trabalhadores.



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