CTB repudia falsas eleições para conselheiro representante na CEF
Em
28 de dezembro de 2010 o então Presidente Lula promulgou a lei
12.353 a qual dispõe sobre a participação de representante dos
empregados nos conselhos de administração das empresas públicas e
sociedades de economia mista controladas pela União. Regulamentada
em 2011, por uma portaria do Ministério do Planejamento, a lei prevê
a alteração estatutária das empresas estatais no sentido de
contemplar a representação dos funcionários nos seus conselhos de
administração.
Em que pese a restrição ao representante eleito de
participar de discussões e deliberações sobre assuntos que
envolvam relações sindicais, remuneração, benefícios e
vantagens, inclusive matérias de previdência complementar e
assistenciais, considerados na lei conflito de interesses, essa nova
legislação representou um avanço democrático na direção da
transparência da gestão e na aproximação dos interesses dos
trabalhadores, que constroem essas empresas com sua força de
trabalho, aos interesses da sociedade.
Atropelando
a democracia, o espírito de abertura e participação dos seus
empregados, e os propósitos da lei, no último dia 29 de maio a
direção da Caixa Econômica Federal divulgou um edital convocando a
eleição para Conselheiro Representante dos Empregados no Conselho
de Administração, estabelecendo um apertado calendário para
inscrição dos candidatos. Dirigido por uma Comissão Eleitoral
nomeada por ato unilateral da presidência da Caixa, o processo é
eivado de irregularidades e restringe a participação da maioria dos
empregados que desejarem concorrer ao pleito.
Ao arrepio da
democracia a direção da Caixa manteve nos Estatutos a regra
restritiva de que para concorrer o empregado deverá ser do corpo
gerencial e ter exercido cargo gerencial por pelo menos dois anos nos
últimos cinco anos. Isso exclui mais de 80% dos empregados e foi uma
decisão solitária da Caixa, de vez que nas demais estatais estão
ocorrendo processos de eleição dos representantes dos trabalhadores
sem nenhum tipo de cerceamento às candidaturas.
Diante
desse golpe perpetrado pela direção da Caixa, traindo as
organizações representativas dos trabalhadores, os/as bancários/as
da Caixa organizados/as no Ramo Financeiro da Central dos
Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil - CTB - vem a público
externar seu repúdio a essa manobra, exigir do Governo a imediata
suspensão da eleição para Conselheiro Representante e a
instauração de um novo processo de diálogo que redunde na
alteração dos estatutos da empresa no sentido de democratizar o
pleito e possibilitar que qualquer funcionário possa se candidatar.
Nesse
sentido, em se mantendo esse processo eleitoral antidemocrático,
apelamos às entidades representativas dos trabalhadores para
questioná-lo judicialmente e aos empregados da Caixa conclamamos a
participar de um ruidoso BOICOTE, não votando, pois quem sabe assim,
com uma representação falsamente eleita, a empresa recue dos seus
propósitos antidemocráticos.
São
Paulo, 03 de junho de 2013
Coordenação
do Ramo Financeiro da CTB
Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil
Fonte: BancáriosClassistas
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