quarta-feira, 13 de maio de 2009

PRESIDENTE DO SINDICATO DA BAHIA LANÇA LIVRO SOBRE MUTTI DE CARVALHO

Nesta quinta-feira, o Sindicato dos Bancários da Bahia é palco de duas grandes homenagens a um dos principais responsáveis pela criação do SBBA. Uma é o lançamento do livro do atual presidente da entidade, Euclides Fagundes Neves, sob o título Mutti de Carvalho: um líder nato. A outra é que, a partir desta quinta, quando será inaugurada placa que dá nome ao local, o auditório passa a se chamar Mutti de Carvalho.

Em entrevista, Euclides Fagundes Neves lembrou a importância deste líder sindical para os trabalhadores e revelou que percebeu a necessidade de escrever sobre ele após a publicação da segunda edição do primeiro livro Bancos, bancários e movimento sindical, no início do ano passado. “A sua vida foi marcada por luta, coragem e dedicação. Apesar de poucos anos, deixou um grande legado para os trabalhadores”.

O Bancário – Mutti é conhecido entre a categoria jovem, com a importância que teve para o movimento sindical? O que fazer para que ele tenha o devido reconhecimento?

Euclides Neves – Hoje, infelizmente, não, pois ele morreu há muito tempo, em 1937. Mas, a luta de Mutti é muito significativa. Como prova disso, o livro traz cartas da época em que entrou na clandestinidade, em 1936, trocadas entre ele e o então presidente do SBBA, Manoel Floriano. Elas demonstram a paixão pela luta sindical.

O Bancário – O livro é um instrumento de reconhecimento?

EN – Sim. Os debates não se resumem às salas fechadas. As experiências dele são refletidas em diversas homenagens, a exemplo da gráfica, time de futebol e, agora, o auditório, que levam o nome Mutti, e nós vamos estar sempre registrando as lutas. Além disso, o livro traz diversos exemplos de reconhecimento ao líder da categoria bancária. Quando colocamos no papel, estamos levando para a sociedade o processo de construção do movimento sindical, os enfrentamentos com os banqueiros, dificuldades dos trabalhadores e o prazer de lutar coletivamente por uma categoria, por uma classe.

O Bancário– Qual a diferença que você imagina entre presidir o Sindicato no início do século XX e hoje? Quais os desafios naquela época e quais os atuais?

EN – Mutti foi o fundador do Sindicato, em 1933, período em que se estabelecia o sindicalismo no Brasil, no ano de 1931. Coube-lhe, então, dar os primeiros passos para a organização da categoria. Conquistou a jornada de seis horas, entre outras questões, com o entusiasmo de principiante, porém com muita dificuldade. Hoje, a luta de classe continua viva, tanto quanto naquela época. Ao longo dos anos, foram inúmeras conquistas, enfrentando problemas semelhantes. No mandato de Mutti, o grande mal era a tuberculose e as longas jornadas. Hoje, são as doenças ocupacionais, metas abusivas e assédio moral. Então, vê-se que alguns aspectos mudaram, mas a exploração capitalista continua.

Fonte: Sindicato dos Bancários da Bahia

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