Voto distrital: um exemplo da antidemocracia
Apresentamos uma hipótese de eleição pelo sistema de voto distrital, que transforma as eleições proporcionais em majoritárias, distorcendo a vontade popular manifestada nas urnas.
No exemplo temos uma cidade de 20.200 eleitores divididos em 4 distritos com tamanhos aproximados.
Pelo sistema distrital, o partido PX conseguiria eleger 3 vereadores, pois seus candidatos venceram nos distritos 1, 3 e 4. Da mesma forma, por ter o candidato vencedor no distrito 2, o partido PY elegeria 1 vereador.
Cabe notar que o partido PZ, mesmo sendo o mais votado em toda a cidade, com mais de 34% do total de votos, não elegeria nenhum candidato. Portanto, mais de um terço dos eleitores dessa cidade, os que votaram nos candidatos do partido PZ, ficariam sem representação, enquanto os eleitores do partido PX, que equivaleriam a apenas pouco mais de 33%, teriam sua representação ampliada para 75% da Câmara Municipal. Ainda os 32% que votaram no partido PY passariam, na prática, a valer apenas 25%.
Esse é o grave problema do sistema distrital. Ele distorce, em larga medida, a vontade popular manifestada nas urnas. O sistema distrital significa a feudalização da política brasileira, o favorecimento eterno dos mesmos de sempre, de forma imutável. Além da exclusão de grandes parcelas dos eleitores de qualquer possibilidade de ter seus anseios satisfeitos, com a extinção da forças com representatividade ainda pequena.
O sistema distrital também impede que surjam novas forças, com novas idéias, novos projetos.
Apenas como comparativo, no atual sistema proporcional, que também não é perfeito, a mesma votação daria 2 eleitos para o partido PZ, 1 para o PX e 1 para o PY.
Vendo isso, lembremos de quem defende o sistema distrital de votação, assim saberemos a que interesses essa proposta exdrúxula atende.
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