sábado, 29 de outubro de 2011

Quem está acima do bem e do mal?


Walter Sorrentino*

Foram certeiras as palavras do ex-presidente Federal da OAB, César Brito, ao declarar: “Tenho no PCdoB uma referência de coerência na construção de um Brasil justo, igual e solidário. Aliás, não se pode escrever a história do Brasil sem anotar, nas suas páginas mais dolorosas e simultaneamente mais corajosas, a ação destemida do PCdoB em defesa do Estado Democrático de Direito. A História do PCdoB foi construída com o sangue da resistência, o suor da ousadia e as lágrimas da emoção de quem escreveu as melhores páginas de seu tempo. Registro, assim, o meu nome no manifesto em solidariedade ao PCdoB”.

Ele é um em centenas de nomes como Aloísio Teixeira – Prof. Doutor e ex-reitor UFRJ; Dermeval Saviani – Pesquisador emérito do CNPq; professor emérito Unicamp; Marcio Pochmann – Prof. Doutor, Livre Docente Economia Unicamp; Francisco Carlos Teixeira – Cientista Político, Prof. Doutor UFRJ; Carlos A. Barbosa de Oliveira –Prof. Doutor Economia Unicamp; Marly Vianna – Profa. aposentada UFSCAR e Faculdade Universo RJ; Frederico Mazzucchelli – Prof. Doutor Economia Unicamp; João Sicsú – Economista, professor UFRJ; Armen Mamigonian – Prof. Livre Docente FFLCH-USP; Heloisa Fernandes – Socióloga, Profa. Doutora USP; João Quartim de Moraes – Prof. Doutor Filosofia Unicamp; Luiz Gonzaga Belluzzo – Prof. Doutor Economia Unicamp; Olival Freire Jr. – Pós-Doutor em Física, historiador da ciência USP e UFBA; Luis Fernandes – Prof. Doutor Relações Internacionais PUC-Rio e UFRJ entre centenas de outros.


O que manifestaram? “Reafirmamos que, numa ordem democrática, a leviandade da acusação sem provas e sem direito de defesa constitui grave violação do Estado de Direito”.

É simples assim a democracia, mas ela não chegou de fato à mídia plutocrática no país.

A história do PCdoB não lhe dá salvo-conduto nem o isenta de antemão. É certo que fatos devem ser investigados, sujeitos a controles sociais democráticos. Mas a mídia não age assim: aponta, julga, condena e lincha. Isso não é democracia. Isso não é Estado de direito. Isso não é imprensa livre. Foram buscar num condenado pela justiça as mentiras de acusação jamais serão provadas e, logo adiante, jamais a mídia voltará a repor a dignidade dos acusados em suas páginas.

Um partido curtido em 90 anos de vida e luta, perseguido por mais de 60 anos na clandestinidade, que perdeu milhares de combatentes nas prisões, torturas e assassinatos, aprende algo que não vem dos livros: sua credibilidade e coerência são seu patrimônio, porque as relações do partido com os trabalhadores e o povo tiveram que ser mantidas no “fio do bigode” entre ele e sua base social, quando não era possível falar aos milhões.

Há ainda o componente político e ideológico: alguém diga, se fosse possível, que o PCdoB não tenha estado em todas e cada uma das batalhas desta nação em defesa da soberania, democracia e igualdade social. São muitas as dissidências e divergências que se possa ter sobre os rumos dessa luta, mas ninguém, nem a oposição, nega isso.

A luta política atual movida contra o PCdoB pela mídia plutocrática e os setores mais reacionários do país quer atingir ambas essas vertentes: a credibilidade e coerência, a orientação política experiente e profunda em prol do projeto político em curso no país. É um combate reacionário ao papel mais elevado que o partido vem alcançando e visa barrar esse crescimento. Ao agir assim, visam a dificultar que se constitua uma hegemonia mais profunda das forças avançadas do país.

Não é o PCdoB que quer se pôr acima de julgamento nesse episódio. Quem solicitou as investigações foi o próprio ministro Orlando Silva, desassombradamente. O PCdoB não teme. O PCdoB tem sua institucionalidade de respeito às leis e seu próprio Estatuto. Não malversa a coisa pública e vai prová-lo, custe o tempo que custar.

Quem se pôs acima do bem e do mal, sem ter mandato legítimo da nação para isso, é a mídia.

Inevitável, nesses casos, confrontar acusado e acusador, suas histórias, as causas a serviço das quais atuam. O PCdoB quer a verdade dos fatos, a começar da prova da denúncia contra o ministro Orlando. A verdade prevalecerá.

O PCdoB seguirá seus compromissos já quase centenários, mas agora mais forte e, uma vez mais, temperado contra o ódio que lhe move o pensamento reacionário e conservador brasileiro e os que lhe fazem coro: não queremos solidariedade por encomenda, mas respeito à democracia, a verdade e a justiça.

*Walter Sorrentino, médico, é secretário de organização do Comitê Central do PCdoB

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