UNE faz grande marcha em Brasília por mais verbas para a educação
O
processo democrático de ocupar as ruas do país tem contado com a
participação da UNE e dos estudantes organizados desde os primeiros
atos. Para ampliar e dar continuidade aos protestos em direção ao
fortalecimento da democracia e a conquista objetiva de mais direitos
para a juventude, a entidade organizou uma grande manifestação em
Brasília, nessa quinta-feira (27), reforçando as atuais pautas do
movimento estudantil e exigindo a celeridade na aprovação do Plano
Nacional de Educação (PNE) com a garantia de 10% do PIB do país
investidos em educação pública.
Os estudantes pressionaram também
os parlamentares para que o projeto que destina os royalties do
petróleo e 50% de todo o fundo social do Pré-sal para a educação,
aprovado na madrugada do dia 26/06 na Câmara, não sofra
retrocessos.
Por
cerca de duas horas, quase dez mil estudantes caminharam com vigor e
coloriram as ruas de Brasília, rumo ao Congresso Nacional. Antes
mesmo de chegarem ao famoso Espelho d’água, ainda na fachada da
Biblioteca Nacional que leva o nome de Honestino Guimarães, palavras
de ordem como “o dinheiro do meu pai não é capim eu quero passe
livre, sim”, já ecoavam por todo Planalto Central.
No
gramado do Congresso, os estudantes continuaram reivindicando mais
direitos para a juventude. A presidenta da UNE, Vic Barros, pedia
para que os estudantes pressionassem ainda mais a pauta que foi
vitoriosa na Câmara na última quarta-feira. O projeto em que União,
Estados e municípios terão obrigatoriamente de investir 75% dos
royalties e 50% do Fundo Social do Pré-sal em educação pública
precisa ainda ser aprovado pelo Senado.
Lideranças
do MST, UBES, CONTEE e CTB também estiveram presentes apoiando a
manifestação e a luta dos estudantes. Raul Amorin, da coordenação
do MST, reafirmou a importância da juventude se organizar para
brigar por um PNE justo: “A juventude faz a história de uma nação.
Vamos à luta! Essa luta é nossa!”, exclamou.
Estudantes
de diversos estados também atravessaram o Brasil para
chegar a Brasília. Acre, Bahia, Pará, Rio de Janeiro,
Pernambuco, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Rio Grande do Sul, Minas
Gerais marcaram presença com presidentes de entidades estaduais
e diretores da UBES e UNE.
A
grande marcha fechou com chave de ouro, com o tradicional mergulho no
Espelho d água do Congresso Nacional. A presidenta da UNE, Vic
Barros, e a presidenta da UBES, Manuela Braga, em protesto
irreverente contra o projeto da “cura gay”, ainda fizeram um
grande BEIJAÇO, com direito a selinho, incentivando outros jovens a
lutarem pela liberdade sexual e a presença de um Estado laico.
Para
a UNE, a “cura gay” é uma incitação à homofobia e um insulto
à dignidade humana. “A orientação sexual é uma das expressões
da condição do sujeito e sua livre manifestação é direito humano
fundamental, que deve ser respeitado. Não há cura onde não existe
doença”, ratificou Vic Barros. A UNE também pediu durante a
manifestação a ampliação de financiamentos para universitários,
reforma política, passe livre estudantil e democratização dos
meios de comunicação.
Pressão no Congresso
Após
a passeata, um grupo de estudantes formado por diretores da UNE e da
UBES participaram de reunião com o presidente do Senado, Renan
Calheiros (PMDB-AL), e uma comissão suprapartidária de senadores
para pressionar a votação do Plano Nacional de Educação (PNE),
que prevê a destinação de 10% do PIB para o setor.
“Viemos
exigir celeridade na tramitação dos projetos que defendemos há
anos. Calheiros disse que na próxima semana coloca o PNE em
votação”, assegurou Vic Barros. Segundo a presidenta, os
estudantes também exigiram prioridade na aprovação do passe livre
para estudantes e da reforma política.
“Todos
esses pedidos são fruto das nossas lutas nas ruas”, pontuou Vic.
Entenda o PNE
O
Plano Nacional de Educação (PNE) é uma grande oportunidade de
conquistar políticas que superem a dívida histórica do Brasil,
democratizando radicalmente o acesso à educação pública, gratuita
e de qualidade. Enviado ao Congresso Nacional pelo Poder Executivo em
dezembro de 2010, o Projeto de Lei nº 8035/2010 ainda não foi
aprovado e está, atualmente, nas mãos do Senado. Um dos principais
entraves para sua aprovação é, exatamente, a parte do texto que
explicita o valor do PIB a ser destinado para a educação.
Estudantes
de diversos estados também atravessaram o Brasil para
chegar a Brasília. Acre, Bahia, Pará, Rio de Janeiro,
Pernambuco, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Rio Grande do Sul, Minas
Gerais marcaram presença com presidentes de entidades estaduais
e diretores da UBES e UNE.
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