segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Greve nacional dos bancários começa nesta quinta


O diretor executivo da CTB, Eduardo Navarro, conta que a proposta levada à mesa de negociação pela Fenaban (Federação Nacional dos Bancos), representante dos patrões, que ofereceu 6,1% de reajuste salarial, o que apenas corrige a inflação do período. “Na própria mesa de negociação a proposta dos banqueiros foi descartada e remetida às assembleias de todo o país coma orientação de greve por tempo indeterminado”, anuncia. 

Por isso, o Comando Nacional dos Bancários, realizou assembleias nesta quinta-feira (12) por todo o país, que aprovaram a greve por tempo indeterminado para a próxima quinta (19). “Principalmente, porque os lucros dos bancos estão entre os maiores do país e mesmo assim estão entre os que mais demitem trabalhadores”, acentua Navarro. 


Eduardo Navarro,
coordenador dos Bancários Classistas
Em assembleia, "os bancários da base da Bahia e Sergipe tomaram uma decisão firme. Referendamos a greve nacional proposta pelos dirigentes do Comando Nacional dos Bancários, até que os banqueiros apresentem uma proposta que contemple as reivindicações da Campanha Salarial 2013/2014”, afirmou o presidente do Sindicato dos Bancários de Sergipe, José Souza.

Foram realizadas ainda assembleias em Salvador, Aracaju, Feira de Santana, Vitória da Conquista, Ilhéus, Itabuna, Jequié, Irecê, Jacobina, Camaçari, Barreiras e Juazeiro.  Em todas os bancários demonstraram a sua insatisfação com a postura desrespeitosa dos bancos na mesa de negociação. Para o presidente da Federação da Bahia e Sergipe, Emanoel Souza, é preciso aproveitar o momento para discutir com a sociedade a situação nos bancos e construir uma greve forte, combativa e de enfrentamento.
Assembleia em Chapecó-SC aprova greve a partir de 19/09
Na sede do Sindicato dos Bancários de Chapecó, Xanxerê e Região, em Santa Catarina, os bancários rejeitaram a proposta de reajuste de 6,1% oferecido pelos representnates dos patrões e aprovaram a propsota de paralisação marcada para o dia. Ao recusar a proposta patronal, em assembleia no Sindicato dos Bancários de Feira de Santana, na Bahia, os trabalhadores mostraram-se convictos da greve. "Isto não é uma proposta é um insulto. Somente uma forte mobilização da categoria em todo o país fará os bancos melhorarem a proposta”,  desabafa Sandra Freitas presidenta do sindicato.

Somente no primeiro semestre de 2013, os seis maiores bancos (Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Bradesco, Itaú/Unibanco, Santander e HSBC) tiveram lucro líquido de R$ 29,6 bilhões, representando um crescimento de 18,2% em relação a igual período do ano passado. “Os bancos auferem os maiores lucros do país, mas os bancários estão entre os que recebem os piores salários. E são constantemente pressionados a atingir metas abusivas de tão inatingíveis”, confirma Navarro.
Bancários da Bahia também decidem pela greve
Foi criado um calendário de luta nacional, com atividades preparativas para a defalgração da greve. “A proposta da Fenaban épífia e não condiz com a realidade e não atende aos interesses dos bancários que na quarta-feira (18) realizam assembleias para encaminhar a greve marcada para o dia seguinte”, finaliza o diretor da CTB.

Compare a diferença entre as reivindicações dos trabalhadores e o oferecido pelos patrões:

Reivindicações dos bancários:

Reajuste salarial de 11,93% (5% de aumento real além da inflação).

PLR (Participação nos Lucros e Resultados): três salários mais R$ 5.553,15.

Piso: R$ 2.860,21 (salário mínimo do Dieese).

Auxílios alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá: R$ 678 ao mês para cada (salário mínimo nacional).

Melhores condições de trabalho, com o fim das metas abusivas e do assédio moral que adoece os bancários.

Fim das demissões, mais contratações, aumento da inclusão bancária, combate às terceirizações, especialmente ao PL 4330 que precariza as condições de trabalho, além da aplicação da Convenção 158 da OIT, que proíbe as dispensas imotivadas.

PCCS (Plano de Cargos, Carreiras e Salários) para todos os bancários.

Auxílio-educação com pagamento para graduação e pós-graduação.

Prevenção contra assaltos e sequestros, com o fim da guarda das chaves de cofres e agências por bancários.

Igualdade de oportunidades para bancários e bancárias, com a contratação de pelo menos 20% de negros e negras.
No Ceará, assembleia também decidiu pela greve
Propostas da Fenaban:

Reajuste de 6,1% (inflação do período pelo INPC) sobre salários, pisos e todas as verbas salariais (auxílio-refeição, cesta-alimentação, auxílio-creche/babá, entre outros).

PLR - 90% do salário mais valor fixo de R$ 1.633,94, limitado a R$ 8.927,61, 6,1% sobre os valores da PLR do ano passado.

Parcela adicional da PLR - 2% do lucro líquido dividido linearmente a todos os bancários, limitado a R$ 3.267,88.

Adiantamento emergencial - Não devolução do adiantamento emergencial de salário para os afastados que recebem alta do INSS e são considerados inaptos pelo médico do trabalho em caso de recurso administrativo não aceito pelo INSS.

Prevenção de conflitos no ambiente de trabalho - Redução do prazo de 60 para 45 dias para resposta dos bancos às denúncias encaminhadas pelos sindicatos, além de reunião específica com a Fenaban para discutir aprimoramento do programa.

Adoecimento de bancários - Constituição de grupo de trabalho, com nível político e técnico, para analisar as causas dos afastamentos.

Inovações tecnológicas - Realização, em data a ser definida, de um Seminário sobre Tendências da Tecnologia no Cenário Bancário Mundial.

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