REDUZIR A JORNADA, ANSEIO DA CLASSE TRABALHADORA
A coordenação paranaense da CTB encaminhou documento ao governador do Paraná, Roberto Requião, por ocasião do anúncio do aumento do salário mínimo regional.
A Central Classista aproveitou a oportunidade para propor ao governador que se engaje na luta prioritária para aqueles que vivem de seu prórpio trabalho na atualidade, a luta pela redução da jornada de trabalho sem redução de salários.
ANSEIO DA CLASSE TRABALHADORA
SR. GOVERNADOR,
A CTB – Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil, parabeniza V. Excelência pela coragem de implantar o salário mínimo regional e debater com a representação dos trabalhadores a forma de reajustar o salário paranaense. Sempre afirmamos que a valorização do salário mínimo era uma alavanca para o desenvolvimento. Além de ser um mecanismo de justiça social, faz aquecer o mercado interno, movimenta a economia e ajuda no crescimento do país. O novo salário mínimo no Brasil de R$ 415,00 deve injetar cerca de 21 bilhões na economia. Mas é preciso dizer que esta política de valorização do salário mínimo do governo Lula não é nenhuma dádiva, é fruto de luta histórica dos trabalhadores e da unidade e da mobilização de todas as centrais sindicais.
O reajuste do salário mínimo do Paraná deve corresponder à expectativa dos trabalhadores que vivem deste salário e do debate do conjunto do movimento sindical, da Secretaria do Trabalho e do Sr. Governador. Se aplicarmos somente o índice do governo federal o salário mínimo regional iria para R$ 501, e R 515,00 reais respectivamente.
Bandeira dos trabalhadores que deve ser o centro da luta unificada de todas as centrais para este ano, é a da Redução da Jornada de Trabalho Sem Redução dos Salários. Com o vertiginoso processo de reestruturação produtiva, o avanço da ciência e da técnica, os novos métodos de gestão e de trabalho, massiça inversão tecnológica, produzimos muito mais em menor tempo de trabalho. É justo que tenhamos mais tempo para nossa formação e nosso lazer. Diminuir a excessiva carga de trabalho, também contribui para o combate às doenças ocupacionais que afetam sobremaneira a classe trabalhadora. A redução da jornada deve vir também com o fim das horas-extras. Porque o objetivo é gerar 2 milhões de novos postos de trabalho.
Propomos Sr. Governador, empenho decisivo na aprovação da PEC 393 que implanta a jornada de 40 horas semanais, dos Senadores Paulo Paim (PT) e Inácio Arruda (PC do B). Propomos também o lançamento desta campanha na Assembléia Legislativa de forma unificada com todo o movimento sindical, os partidos, as entidades democráticas e populares, com a presença de Vossa Excelência que tem se colocado históricamente em defesa dos interesses dos trabalhadores. Propomos também, para este ano, a realização de um 1º de maio unificado, em frente ao Palácio Iguaçu, organizado por todas as centrais sindicais do Paraná.
Vamos também enfrentar agora o debate acerca da Reforma Tributária que a nosso ver deve ser socialmente justa, fundada no princípio da progressividade. É preciso taxar as grandes fortunas, elevar os impostos sobre a herança, taxar os lucros auferidos pela especulação financeira e as remessas de lucros e dividendos e isentar impostos sobre a cesta básica. Não podemos aceitar a redução de direitos como a desoneração da folha de pagamentos com o fim do salário-educação e a redução da contribuição patronal para o INSS de 20% para 14%. É preciso por fim à guerra fiscal que tem provocado, a exemplo do setor do vestuário no norte do Estado, a transferência das empresas para outros Estados a perda de divisas e dos empregos paranaenses.
Por fim Sr. Governador, queremos saudar a iniciativa da Secretaria do Trabalho e vossa salutar atitude, de reunir o movimento sindical do Paraná para debater os assuntos de grande interesse da classe trabalhadora.
Nós entendemos, que os trabalhadores e trabalhadoras, da cidade e do campo, através de suas entidades representativas, estão preparados para contribuir, de forma efetiva, para a construção de um projeto de desenvolvimento do Paraná e do Brasil, fincado na valorização do trabalho e na distribuição das riquezas. Os trabalhadores e trabalhadoras, devem ocupar o papel de protagonistas na construção de uma sociedade melhor e mais justa. Vossa iniciativa, sem dúvida, contribui sobremaneira para este processo.
Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil – CTB-PR.
LUIZ GIN – Presidente da Fetiep - Federação dos Trabalhadores nas Indústrias do Estado do Paraná. (Diretor Nacional da CTB)
ADEMIR MUELER – Presidente da Fetaep – Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Paraná. (Diretor Nacional da CTB)
JOSÉ AGNALDO PEREIRA – Presidente do Sintrafucarb e Coordenador Regional da CTB.
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